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Existe legislação referente ás acessibilidades mas ainda este ano deram-se obras de renovação do inter-face do campo-grande em Lisboa, alterando toda a disposição física do mesmo. Existem passadeiras próprias para utentes em cadeira de rodas mas não consigo perceber o que foi feito em relação á deficiência visual pois não existem indicadores, sejam eles quais forem, da localisação das passadeiras e das paragens de autocarro, bem como das entradas do metro e paragem de táxi.
Sou utente diária deste inter-face e deixei de ser independente no uso deste trajecto pois tenho dificuldade em encontrar as passadeiras, as entradas de metro, a praça de táxi e a paragem do autocarro.
Não existem marcas no chão, no ar nem funcionários a quem pedir ajuda.... estamos dependentes da boa vontade de quem passa e tem algum do seu tempo para nos dispensar...
Se antigamente já tinha os meus pontos de referência incutidos, agora, e com uma obra feita aquando de já em vigor legislação que prevê e ensina a prever possíveis situações diferenciadas, pergunto como hei-de fazer e a quem recorrer para algo ser feito no sentido de melhorar as acessibilidades deste inter-face.
NOta: Dependo desta entrada em Lisboa pois é a única forma de realizar a minha vida proficional, social e pessoal, ainda mais grave é que me faço acompanhar da minha filha, que é criança e que depende de mim. Caso eu não circule com segurança como posso garantir a dela? Além que a vida dela não decorre normalmente se eu não tiver condições para assegurar o seu normal curso.
Obrigada, agradecia resposta
sgonçalves:
Também não sou cega de nascença e quando comecei a perceber o meu irremediavel destino adotei um edial de vida: ser totalmente independente.
Por iniciativa própria fui aprender braille; comprei uma bengala, que aprendi a usar sozinha e, modéstia á parte, de forma exemplar; fiz um esforço por conhecer algumas pessoas com situação idêntica que me transmitissem algum saber; esforcei-me por nunca depender de um acompanhante, pais, amigos, namorados, para fazer a minha vida habitual: faculdade, desporto, vida diária em geral. Evitei sempre o recurso aos táxis obrigando-me a descobrir trajectos e pontos de referência que me facilitassem qualquer deslocação.
Tanto exigi de mim mesma que me tornei "quase" independente e assim era vista por aqueles que me rodeavam. Tanto que se verificou o reverso da medalha: quando não fui capaz senti angústia e os outros, que me viam como uma vitoriosa, não me deram a mão.
Eu sei que não foi por falta de solidariedade mas sim por acreditarem que eu seria sempre capaz de resolver qualquer obstáculo, só que nem sempre é assim....
A fase de ter pena de mim mesma, de me revoltar, de me esconder, tudo isso já foi ultrapassado. Hoje sou assumida, confiante mas ainda assim nostálgica.... afinal sou um ser frágil como qualquer mortal e não aquela heroína que os outros acreditavam que eu seria....
Apesar de tudo amo a vida e tudo o que nela conquistei, o resto são acidentes de percurso, não é assim?
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