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Sofia, eu acredito no que referes acerca dos teus colegas, não porque eu tenha passado por isso, mas porque estamos a falar de pessoas em fase de final da adolescência e por causa disso, e por causa da mentalidade da sociedade em geral, é bem possível que isso suceda. Quando andava na escola, só os professores é que me lembravam que eu era cega, porque pelos colegas tal não acontecia, felizmente. Eu pedia para brincar com eles, dizendo até o que é que eu podia fazer no jogo. E cheguei a cair e partir dentes por causa disso mas eles também se espalhavam para lá... Mais tarde, se o pessoal com quem eu me dava melhor ia ao café, ao shopping ou assim, eu também ia naturalmente. Porque havia sempre alguém que dizia: "eu também vou", ou alguém me dizia: "anda também". Cheguei a ir ao futebol com a malta e nunca ninguém me perguntou o que é que eu ia lá fazer! Aquilo que eu procurava era interessar-me pelas coisas que interessavam ao pessoal, achando que isso também era do meu interesse: afinal eu também gostava das mesmíssimas coisas. Claro que o pessoa via os meus livros e a máquina de Braille, e por isso também queriam mexer e ver se eram capazes de perceber alguma coisa; também achavam graça ao meu computador; e cheguei a apresentar rapazes cegos a amigas minhas da escola e para elas eram rapazes como os outros: queriam era conhecê-los, tal como eu queria conhecer os amigos delas. Sofia, lá na tua turma não fazem trabalhos de grupo em casa uns dos outros? Se sim, podias falar com os teus pais e combinarem um trabalho em tua casa, e depois arranjavas-lhe um lanchinho simples. Parece uma coisa parva mas aí aquela meia dúzia de pessoas ia ver que tu és uma pessoa normal, que faz o mesmo que elas e que tens acções bondosas. Tudo leva tempo, mas há que começar por algum lado. bjs