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blog do Diego Corrêa - blog de diego corrêa

Jornal Contraponto Maio 2012, um jornal que contêm informações sobre o segmento da deficiência visual. Leiam!

por diego corrêa

CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO
BENJAMIN CONSTANT

ANO 7
MAIO DE 2012
60ª Edição

Legenda:
"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque
é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC)

Editoração eletrônica: MÁRCIA DA SILVA BARRETO
Distribuição: gratuita

CONTATOS:
Telefone: (0XX21) 2551-2833
Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A
CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ
e-mail: contraponto@exaluibc.org.br
Site:exaluibc.org.br\contraponto.htm

EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA
e-mail: contraponto@exaluibc.org.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1. EDITORIAL:
*Mais Um Sexagenário

2.A DIRETORIA EM AÇÃO:
*Relatório de atividades – Maio de 2012

3 . O IBC EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:
*História Cronológica do Imperial Instituto dos Meninos Cegos

4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO:
*Deficiente visual desenvolve sistemas de aprendizagem
*Sancionada lei que reduz tributos de produtos para pessoas com deficiência
*Exclusão afeta aprendizagem de aluna com deficiência visual
*Projeto ensina música a deficientes visuais e auditivos em Guarulhos
*Margaret Rockwell: a mãe da audiodescrição

5.DE OLHO NA LEI #MÁRCIO LACERDA :
*Acessibilidade é tema de encontro entre ministras Cármen Lúcia e Maria do Rosário
*Dia Nacional do Atleta Paraolímpico
*Determinada nomeação de candidata deficiente aprovada em concurso para o MPU

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:
*Em terra de cego, quem tem um olho pode ser escravo!

7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:
*O discurso "Politicamente Correto"

8. PAINEL ACESSIBILIDADE # DEBORAH PRATES :
*Humanização nos Hospitais

9.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:
*Fotos íntimas caem na internet: Saiba como evitar exposição e reduzir danos

10. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:
*Recife edita folder em braille para promoção do turismo
*Na ponta dos pés
*Google lança canal educativo no YouTube!
*Projeto Homem Virtual apresenta 26 vídeos produzidos para a internet com recurso de audiodescrição

11.PERSONA # IVONETE SANTOS:
*Conhecendo Márcio Aguiar

12.SAÚDE OCULAR #:
*Vírus da gripe pode se tornar conjuntivite em crianças
*Blefaroespasmo, o tremor ocular do estresse

13.REENCONTRO # :
*Climério da Silva Rangel Júnior

14.TIRANDO DE LETRA #:
*Falando com Deus
*Cordel sobre métodos naturais contraceptivos

15.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:
*Acessórios dizem sobre você

16.BENGALA DE FOGO #:
*O Cego, a cachaça e a Panela de Pinhão

17. GALERIA CONTRAPONTO #:
-- Quanto Vale uma Verdadeira Esposa

18. PANORAMA PARAOLÍMPICO # DIEGO CORREA :
1- Brasil vence Argentina nos pênaltes e conquista o desafio de Fut 5
2- Primeira etapa do Grand Prix infraero de Judô para cegos termina com sucesso em São Paulo
3- Seleções de Goalball são convocadas para V fase de treinamento
4- Abertas as inscrições para os campeonatos sul e nordeste de Goalball

19.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:
1.Taxímetro on-line: http://precodotaxi.com
2.Clinica Popular (Colégio Santo Inácio - Botafogo- RJ)

20. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

--

ATENÇÃO:
"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus
colunistas".

#1. EDITORIAL

NOSSA OPINIÃO:

Mais Um Sexagenário

Aos sessenta anos o homem há de estar na plenitude de sua maturidade, com alguma história pra contar e muito por projetar e sem o açodamento característico dos extremamente jovens. Em nossa sexagésima edição, não podemos nos dizer plenos de maturidade mas, nossa história de luta pela própria sobrevivência é inegável. Aqui, pôde se sentir o espírito gregário que reuniu muitos dos nossos em torno do objetivo de construir este canal de comunicação onde cada um dos que participaram teve a liberdade de expor sua opinião e suas idéias, sempre visando o bem comum. Continuemos a ser o contraponto ao tacanho sem esquecermo-nos de que cada um de nós é o que sua história o tornou e todos somos o resultado da parcela que é a doação de cada um na construção da história deste todo. Que nossa maturidade possa nos dar a luz para a compreensão de que renovarmo-nos não significa romper com a história escrita até aqui mas, acrescentar-lhe novos capítulos.

#2. A DIRETORIA EM AÇÃO

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Diretoria Executiva

Relatório de atividades da Diretoria da Associação de Ex-alunos do IBC 05/2012

No dia 24/4 foi realizada uma entrevista com o professor Jonir Bechara para o Projeto Memória.

No dia 11/5 foi realizada, na sala 251, uma homenagem às mães. No mesmo dia, a Associação participou da mesa redonda sobre educação especial no município do Rio de Janeiro.

No dia 17 de maio a Associação protocolou uma representação no Ministério Público Federal, referente à participação de candidatos com deficiência visual no concurso público do Tribunal de Contas do Estado, para sanar irregularidades identificadas no edital do certame, como por exemplo, a ausência de tempo adicional para a realização da prova.

No dia 19/5 foi realizada a primeira etapa do torneio estadual de dominó.

No dia 21/5 Gílson Gonçalves entrevistou o locutor esportivo da rádio Globo, Luís Penido.

No mês de maio, a Associação dos Ex-alunos interveio junto à direção geral do IBC com a finalidade de que o serviço médico daquele estabelecimento educacional agilizasse a concessão de laudo médico para as pessoas que iriam participar do Concurso Público de Nova Iguaçu, uma vez que o IBC estava demorando uma semana para conceder o referido documento.

A partir de 26/5 e em parceria com o Conselho Brasileiro para o Bem-estar da Pessoa Cega promoveremos um curso preparatório para o TRE.

No mês de maio, Aline Moraes foi escolhida para secretariar a presidência da Associação.

Nos dias 07 e 08 de setembro de 2012, O Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro - NCE/UFRJ, com as relevantes parcerias do Instituto Benjamim Constant - IBC/MEC e com a Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamim Constant, farão realizar o XV ENCONTRO BRASILEIRO DE USUÁRIOS DE DOSVOX, que acontecerá no Teatro do IBC.

O Departamento de Tecnologia e gerenciamento da informação desenvolveu, em maio, as seguintes atividades:
1. Renovação, por mais um ano, do domínio da Associação: exaluibc.org.br, junto à empresa Registro.com.
2. Na semana compreendida entre 14/05 e 18/05, a Escola Virtual da Associação, apresentou a maior média de eventos, num total de quatro, todos transmitidos pela rádio Contraponto.
3. O Contraponto (jornal digital da Associação), comemora no número referente a este mês de maio, sua sexagésima edição.
4. A equipe da Rádio Contraponto, a pedido da organização do XV Encontro de Usuários do Dosvox, criou duas vinhetas para divulgação do evento, que se realizará em setembro no Rio de Janeiro.
5. Ainda sobre o encontro Dosvox, a Associação, terá duas mesas redondas no evento: uma sobre a Associação e seus canais de comunicação e outra sobre a Escola Virtual José Álvares de Azevedo.

Gilson Josefino - Presidente

#3. O IBC EM FOCO

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.asm@oi.com.br)

História Cronológica do Imperial Instituto dos meninos Cegos

A partir deste mês, até o mês de outubro, esta coluna reproduzirá material coletado por nosso companheiro Paulo felicíssimo Ferreira, Ex-professor do IBC, relativo à trajetória histórica da instituição.
Certamente, este material faz parte do Projeto Memória IBC, cuja publicação nesta coluna, será feita em partes, de modo que não prejudiquem a compreensão dos nossos leitores.

Enquanto isso, ficamos na expectativa da aprovação do PNE, e sua meta 4, com suas implicações, projetadas nas novas ações eventuais do MEC.

HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO IMPERIAL INSTITUTO DOS MENINOS CEGOS

FUNDADO POR SUA MAJESTADE IMPERIAL O SR. D. PEDRO II
DESDE A CRIAÇÃO DO ESTABELECIMENTO EM 1854 ATÉ O FIM DO ANO DE 1862
PELO DIRETOR DO MESMO INSTITUTO
DR. CLAUDIO LUIZ DA COSTA

(Cópia, a partir de original manuscrito - abril de 2004)

p. 3
Antes de traçarmos a história da nascente instituição brasileira para educação e instrução dos meninos cegos permita-se-nos uma pequena digressão para comprovarmos que não foi o Brasil tardio no cumprimento do dever de educar e instruir os infelizes privados da vista, para fazê-los proveitosos a si e à sociedade, como a velha e culta Europa.

Os cegos revelavam quase em todos os ângulos do mundo, e desde a mais remota antiguidade, a sua aptidão para a cultura das ciências racionais e para muitos dos misteres da indústria; e que privados dos recursos e dos encantos do mais nobre dos sentidos, por isso mesmo se lhes
concentravam e vigoravam na escuridão as luzes das mais nobres faculdades d'alma.

Diz-nos o jesuíta Charlevoix, escritor da história do Japão publicada em meado do século passado, formarem os cegos naquele país, berço da civilização do mundo, uma corporação de sábios de grande distinção, venerados pela ilustração de suas inteligências, e pela felicidade e frescura de suas memórias.

Os escritos sobre a história, sobre os anais e antiguidades

p. 4
dos povos daquela região, eram menos conceituados, que as tradições conservadas e transmitidas pela corporação dos cegos.

Nela se exercitavam em reter as lembranças dos acontecimentos para propalá-los em cânticos, em versos ou em belas e eloquentes descrições, e para o melhor desempenho destas magníficas funções, formaram entre si uma verdadeira academia em que discutiam e depuravam as matérias, e em que conferiam determinados graus aos que se assinalavam pelo maior mérito científico.

O célebre autor da Ilíada e da Odisseia, que depois de cair e se finar na miséria disputaram a honra de lhe terem servido de pátria, sete cidades da Grécia, nas trevas da cegueira, acabou de compor as obras que o imortalizaram.

Dídimo, cego desde a infância, no terceiro século da Igreja ensinou as doutrinas teológicas em Alexandria, os seus discípulos foram afamados teólogos e filósofos.

John Milton, que ainda criança perdera a vista, foi um dos poetas com que a Inglaterra ainda se honra. Viveu desde 1608 até 1674, ilustrando e concorrendo para a glória literária de sua pátria com diversos poemas, entre os quais prima o Paraíso Perdido, pela variedade de seus quadros, traçados com as vivas cores de uma imaginação ardente, vasta e profunda, temperadas na melancolia do seu estro.

Estes fatos tão significativos e assinalados não levavam a convicção aos povos da utilidade, que

p. 5
podiam colher dos cegos: reputavam os feridos pelo anátema de Deus em castigo ou de suas próprias culpas ou dos seus progenitores.

Vemos em prova deste prejuízo, o que refere S. João no capítulo IX do seu Evangelho: "In illo tempori Prateriens Jesus, vidit hominem caecum a nativitate: "Et interrogaverunt eum discipuli sui. Rabbi, quis Peccavit, hic, aut parentes eius ut caecus nasceretur? "Respondit Jesus: Neque hic
peccavit, neque parentes Eius; sed ut manifestetur opera Dei in illo."

Mas não foi bastante a resposta do divino mestre para desarraigar essa crença injusta e absurda: continuaram os míseros cegos a sofrer o sequestro da comunhão social. Eram os párias ou os chandalás dos seus compatriotas, com a diferença de lhes não inspirarem horror nem ódio; mas a comiseração e o desprezo que se devotam aos indigentes.

Até 1440 da era cristã, este abandono de tantos séculos era dalgum modo desculpável, depois porém que nessa época os trabalhos de Gutemberg, associado com Fust, abriram as portas à civilização do mundo, espanta que ninguém se ocupasse em achar (e seria já então bem fácil!) os meios de dar instrução aos privados da vista. Todavia, eles isolados sem o socorro de alguém, trabalhavam por conquistar a importância que se lhes negava ou desconheciam. As maravilhosas provas de seus talentos, as notáveis obras de suas indústrias

Observações do colunista:

1. Para melhor juízo, este texto deve ser interpretado à luz de sua época.

2. Como se pode verificar, há no texto, uma preocupação com retomada em diferentes tempos da história, retratando visões da questão da cegueira e dos cegos em diferentes culturas.

3. O trecho em latim, obedece rigorosamente à íntegra do texto.

No próximo número, darei prosseguimento ao registro agora iniciado.

Qualquer contribuição, encaminhar para vtr.alberto@gmail.com, ou para: contraponto@exaluibc.or.br

VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES

#4. DV EM DESTAQUE

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@gmail.com)

*Deficiente visual desenvolve sistemas de aprendizagem
Ghelardi participa de projeto para desenvolver sistemas acessíveis.

Alan Ghelardi conhece bem as agruras por que passa um deficiente visual durante o processo ensino-aprendizagem. Para ele, deficiente visual desde os 14, dentre as deficiências que comprometem os sentidos, a baixa visão e a cegueira são as que mais prejudicam o processo de aprendizagem do indivíduo. Assim, desde que ingressou na universidade, ele participa de projeto para desenvolver sistemas acessíveis.

Segundo Ghelardi, a maior dificuldade de aprendizado dos deficientes visuais ocorre porque, além da pessoa ter que lidar com a falta de um sentido importantíssimo para a absorção das informações, nas salas de aula ela acaba se deparando com educadores acostumados a utilizar recursos visuais para transmitir o conhecimento. São professores que, em sua maioria, não receberam o preparo adequado para atender a uma pessoa com necessidades de aprendizagem diferentes.

Sua experiência, no entanto, mostrou que com boa vontade é possível superar as dificuldades e estruturar um modelo de educação inclusiva: "concluí o ensino fundamental e o ensino médio em um colégio sem qualquer experiência com pessoas cegas e obviamente, eu era o único aluno cego da turma. Porém, na época a instituição se demonstrou aberta a me acolher e me auxiliar no que eu precisasse. Logicamente que o apoio dos colegas, dos professores e sobretudo, da minha família foi fundamental para transpor as barreiras geradas pela falta de metodologias de ensino mais adequadas às minhas necessidades. Lembro-me, por exemplo, de que meus pais gravavam os materiais didáticos em áudio para que eu pudesse estudá-los", relata.

Com toda esta bagagem, Ghelardi que ingressou na graduação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no ano passado, na modalidade à distância, logo se envolveu no projeto Laboratório de Objetos de Aprendizagem, coordenado por Joice Otsuca, que tem como objetivo o desenvolvimento de objetos interativos de aprendizagem baseados em tecnologias de código aberto.

"Minhas pesquisas estão relacionadas ao suporte de acessibilidade a tais objetos. Além disso, ainda como parte do projeto, estou desenvolvendo um player de media com foco em acessibilidade baseado em tecnologias como HTML5, CSS3, Java Script e WAI-ARIA para ser utilizado no ambiente virtual de aprendizagem da universidade". Ele explica: "a motivação para esse projeto do player foram os problemas de acessibilidade que geralmente ocorrem em players de media baseados em tecnologia Flash".

A pesquisa de Ghelardi rendeu uma bolsa de estudos, que o ajuda financeiramente. "Penso que a bolsa de extensão é um bom auxílio como motivação a um trabalho que, em última análise, visa gerar benefícios a estudantes, com deficiência visual ou não, em seu processo de aprendizagem e por conseguinte, a sociedade como um todo".

Fonte: Terra

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*Sancionada lei que reduz tributos de produtos para pessoas com deficiência

Medida faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lançado pelo governo no ano passado.

O Diário Oficial da União publica nesta sexta-feira (18) a lei que reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre 27 produtos voltados a pessoas com deficiência.
Entre os produtos estão calculadoras equipadas com sintetizador de voz, teclados com adaptações específicas, mouses com acionamento por pressão, digitalizador de imagens – scanners – equipados com sintetizador de voz, lupas eletrônicas, próteses oculares e softwares de leitores de tela que convertem o texto em voz ou em caracteres braille, para utilização de surdos-cegos.

A medida faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver sem Limite), lançado pelo governo federal no ano passado. Também contam com isenção desde novembro do ano passado, data de publicação da Medida Provisória 549/11, partes e peças para cadeiras de rodas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, o que corresponde a 23,91% da população brasileira.

Fonte: DCI

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*Exclusão afeta aprendizagem de aluna com deficiência visual

A integração de uma garota de 17 anos com deficiência visual no cotidiano de uma escola regular mostrou que algumas práticas dos professores observados poderiam ser consideradas como comportamento de exclusão.

No trabalho “Educação de pessoas com deficiência visual: inclusão escolar e preconceito”, realizado no Instituto de Psicologia (IP) da USP entre 2008 e 2010, a psicóloga Diana Villac Oliva acompanhou por seis meses as aulas e os intervalos para recreio desta garota em uma escola particular de médio porte, no interior de São Paulo. A garota cursava a 9ª série do Ensino Fundamental.

Durante o recreio, segundo a pesquisadora, há boa interação da menina com seus colegas. Nas aulas, no entanto, a garota tende a ficar excluída. Poucos professores se preocupam em tomar uma postura que auxilie a garota a entender o que está sendo explicado. “A ausência de adaptações curriculares para a acessibilidade resulta na exclusão do conteúdo” afirma Diana.

Dessa forma, embora a menina consiga socializar, ela não tem a mesma oportunidade de aprender que os demais colegas, devido à imposição de alguns obstáculos, como volume baixo na voz dos professores ou mesmo a não utilização de recursos já adquiridos e destinados a deficientes visuais para as aulas de informática, como um teclado adaptado e um software para leitura de tela.

Justificativas
Ainda que os professores se justificassem dizendo não serem preparados para adaptar o conteúdo de suas matérias a jovens com deficiência visual, o comportamento dos docentes no decorrer das aulas demonstrou uma alienação em relação a um aluno que precisa de ações inclusivas para partilhar de um aprendizado semelhante ao do restante da turma.

As práticas observadas demonstram o quanto esses professores são, ao mesmo tempo, vítimas e reprodutores de uma pseudoformação. Diana destacou a exigência de que a aluna descrevesse em uma redação um objeto que nunca tinha visto. Para a psicóloga, falta a esses professores identificação com a aluna, para que as barreiras que ela enfrenta possam ser eliminadas.“Não é preciso capacitação para perceber que um aluno com deficiência visual não pode descrever objetos que não conhece” disse a pesquisadora.

Outro ponto verificado foi de que não havia diálogo entre a escola regular e a escola especializada frequentada pela aluna. Nas escolas especializadas, as técnicas de ensino são modificadas para tornarem-se viáveis para deficientes. Com a falta de diálogo entre as duas instituições, a aluna não conseguia aproveitar a possibilidade da adaptação dos materiais para o acesso ao conteúdo na escola regular. Se isso fosse possível, a garota poderia ter provas e textos traduzidos para o braille e materiais de física, história e geografia, por exemplo, viabilizados para cegos. A exclusão do conteúdo ao qual essa aluna passa é uma manifestação do preconceito que ela sofre em sala de aula.

Uma das formas de diminuir o preconceito na sociedade, segundo Diana, é integrar crianças diferentes entre si, para que estas, durante a formação de suas personalidades, não reconheçam as distinções forjadas pela sociedade. “Tanto os alunos em situação de inclusão, quanto os demais membros da comunidade escolar, e em ampla escala, toda a sociedade, se beneficiam com a diversidade e a identificação propostas pela inclusão” finaliza a pesquisadora.

O estudo teve a orientação do professor José Leon Crochík, no IP, e foi defendido em maio de 2011.

Fonte: Agência USP de Notícias

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*Projeto ensina música a deficientes visuais e auditivos em Guarulhos

Alunos produzem no computador partituras em braile. Projeto, que existe há sete anos, formou 72 músicos.
O Conservatório Municipal de Guarulhos, na Grande São Paulo, oferece a deficientes auditivos e visuais a possibilidade de descobrir na música uma forma de superar dificuldades. Os parceiros do SP Rosana Lis e Fábio Bordalo mostraram detalhes desse projeto no SPTV desta quarta-feira (16).

Os projetos de inclusão musical começaram a ser desenvolvidos desde 2005 no conservatório que atende os alunos gratuitamente. “Eles percebem a música pelo corpo. Eles ouvem o som mais grave e identificam que aquele som é diferente do agudo. Eles percebem no corpo, como o grave na barriga, por exemplo, e o agudo mais na região das costas”, explica Fabio Bonvenuto, professor e maestro.

A instituição também ministra aulas em braile. Os deficientes visuais utilizam o computador para produzir partituras nesse sistema de leitura para cegos. Depois, a música é passada para os instrumentos.

“A música traz mais sensibilidade para a pessoa. A música traz um modo de ver o mundo diferente. A partir do momento que perdi a visão eu pensei sobre o que faria da vida, como eu agiria e quais seriam as possibilidades. Na verdade, eu descobri a música e me descobri na música”, diz o bancário Pietro Aires Sanchini.

O conservatório, que já formou 72 músicos, está com as inscrições abertas para deficientes visuais e auditivos.

Serviço:
Conservatório Municipal de Guarulhos
Av. Tiradentes 2.521, 1º andar, Vila São Jorge
Jardim Bom Clima
Telefone: (11) 2087-7445

Fonte: G1

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*Margaret Rockwell: a mãe da audiodescrição

Nada mais oportuno, no mês das mães, que fazer uma homenagem para Margaret Rockwell, aquela que é considerada a mãe da audiodescrição. Margaret e seu marido Cody Pfanstiehl estarão para sempre ligados à história da audiodescrição americana e também da audiodescrição no mundo, já que o primeiro espetáculo teatral com audiodescrição que se tem notícia no mundo foi resultado do trabalho dos dois.

Margaret tinha retinose pigmentar e, aos 30 anos, perdeu completamente a visão. A partir daí, tornou-se uma ativista pela acessibilidade das pessoas com deficiência visual e passou grande parte de sua vida trabalhando para que tivessem acesso à leitura de jornais, à televisão e ao teatro. Fundou em 1974 um serviço de leitura para cegos, transmitido via rádio, o Metropolitan Ear.

E foi com Cody, seu marido e voluntário do Metropolitan Ear, que em 1981 implementou o programa de audiodescrição no teatro, no Arena Stage Theater, em Washington DC., a pedido das próprias companhias locais.

O conceito de audiodescrição já havia sido desenvolvido e apresentado na academia, em 1974, por Gregory Frazier, em sua tese de mestrado que tratava do tema cinema para cegos, também nos Estados Unidos. Mas foi com o casal Pfanstiehl, que o conceito criou vida, se materializou e pôde beneficiar tantas pessoas com deficiência visual que ficaram literalmente encantadas com a possibilidade de apreciar plenamente um espetáculo teatral. O sucesso foi tanto que logo o recurso começou a ser utilizado em muitos outros teatros, esparramando-se também para a Europa.

Margaret e Cody aprimoraram técnicas, sempre contanto com o feedback das pessoas com deficiência visual que assistiam aos espetáculos; treinaram audiodescritores nos Estados Unidos e outros países. Além dos teatros, eles produziram audioguias para museus e trabalhos para a televisão, o que foi a semente para a acessibilidade na televisão americana. Por sua luta pela acessibilidade, Margaret recebeu o prêmio Emmy Award, em 1990, e o reconhecimento das pessoas com deficiência visual do mundo todo.

Margaret amava as artes e sempre dizia que os cegos perdem detalhes e ações muito importantes quando assistem a uma peça ou a um programa de televisão. Ela costumava dizer que adoraria ter uma vozinha para lhe dizer se era um tiro ou uma porta batendo no palco, se o vilão estava correndo com um punhal, se os amantes estavam ou não se entreolhando…

Ela preparava os audiodescritores para não serem condescendentes com os cegos em suas gravações ou audiodescrições ao vivo. Contou que uma vez foi assistir a uma peça chamada: THE CAINE MUTINY, feita por um audiodescritor novato e, em um determinado momento, o audiodescritor falou nos fones de ouvido: “Ele está influenciando a testemunha”.

Margaret ficou muito aborrecida e pediu ao audiodescritor para não fazer mais isso. Explicou com veemência que as pessoas cegas podem ouvir, elas só não podem ver. A maioria das pessoas cegas que vêm ao teatro, ela disse, são muito sofisticadas. E completou: “Se você pode chegar à conclusão que o personagem está influenciando a testemunha, uma pessoa cega também poderá fazê-lo. Você está lá para ser os olhos, as lentes de uma câmera colorida, para dizer tudo aquilo que você está vendo. O que chegar a seus olhos, sairá pela boca.”

Morreu de doença pulmonar em 28 de setembro de 2009, mas será para sempre lembrada por milhões de pessoas que aprenderam a técnica, que trabalham e que se beneficiam do recurso nos mais diversos tipos de espetáculos e eventos.

Referências:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/10/03/AR200910...
http://www.cadescribers.org/history.html

Fonte: Ver com Palavras
Texto do Blog Ver com Palavras

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

#5. DE OLHO NA LEI

Colunista: MÁRCIO LACERDA ( marcio.o.lacerda@gmail.com)

A presente coluna da De Olho na Lei traz à baila dois temas muito recorrentes, quais sejam, acessibillidade e reserva de vagas em concursos públicos, sobre os quais já manifestamos opinião a respeito.

Traz, ainda, a notícia da instituição no calendário nacional de um dia consagrado aos atletas paraolímpicos. Nesse particular, penso que a norma seria mais justa se dedicasse o dia ao para-atleta, sem restringir ao aspecto de ser ele participante ou não de jogos paraolímpicos. Assim, segue-se que o ato revela-se de caráter discriminatório. Não obstante, o legislador pode corrigir esse erro de avaliação, alterando o aludido dispositivo.

Fiquem, agora, com as notícias.

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*Acessibilidade é tema de encontro entre ministras Cármen Lúcia e Maria do Rosário

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, recebeu nesta sexta-feira (20) a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, acompanhada de integrantes de órgãos de governo e de instituições ligadas às pessoas portadoras de deficiência. Na audiência, a presidente do TSE discutiu com a ministra Maria do Rosário e os demais presentes medidas de acessibilidade das pessoas com deficiência nas eleições municipais de 2012. A audiência ocorreu no andar da Presidência do TSE, no edifício-sede da Corte, em Brasília-DF.

Após o encontro, a ministra Maria do Rosário lembrou que o direito ao voto de pessoas com deficiência é uma grande conquista no Brasil. “O desafio é, em cada período eleitoral, avançarmos ainda mais no acesso aos locais de votação, no sentido de que a propaganda eleitoral esteja também acessível às pessoas com deficiência nas suas múltiplas possibilidades e necessidades”, disse a ministra.

Segundo a titular da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, os participantes da reunião perceberam a preocupação e o reconhecimento que a presidente do TSE dedica à questão das pessoas com deficiência. “Nesse próximo pleito eleitoral, não por acaso, nos 80 anos do voto feminino, é uma mulher que está dirigindo o TSE e atenta a todos os direitos dos brasileiros e brasileiras, em especial das pessoas com deficiência”, enfatizou Maria do Rosário.

Treinamento
De acordo com a ministra Maria do Rosário, uma sugestão do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), da Secretaria de Direitos Humanos, é a de que os mesários e as demais pessoas que trabalham nas eleições recebam acompanhamento, formação e treinamento para atender pessoas com algum tipo de deficiência. “E isso a própria presidente Cármen Lúcia indicou como muito possível, uma das tarefas que integram o TSE e os TREs”, disse a ministra.

Acompanhamento
A ministra Maria do Rosário afirmou ser importante que todas as associações, movimentos e conselhos de direitos das pessoas com deficiência no Brasil “acompanhem essa trajetória [de acessibilidade] na sua cidade, já que as eleições são municipais”.
“Estejam em contato também com os TREs, com os juízes eleitorais, com as autoridades eleitorais para que essa questão da acessibilidade seja corrente, viva, na preocupação das autoridades eleitorais. Aqui no TSE já o é, nos TREs e em cada município, já que as eleições acontecerão em todo o território nacional”, destacou.

Localização
Segundo a titular da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, é preciso aumentar cada vez mais as condições de acessibilidade dos cidadãos com deficiência aos locais de votação. “Mas eu percebo aqui no TSE uma abertura muito grande para que diretrizes possam ser firmadas e orientações estabelecidas no sentido de que, tanto quanto possível, os lugares já sejam plenamente acessíveis a todas as pessoas”, ressaltou a ministra após a audiência com a presidente do TSE.

Passo significativo
Após a reunião com a ministra Cármen Lúcia, o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, afirmou que “hoje demos um passo significativo para democratizarmos ainda mais o processo eleitoral”.

“A nossa eleição já é uma celebração do processo democrático brasileiro, mas esse processo democrático precisa incluir todas as pessoas. E as pessoas com deficiência nem todas ainda estão inclusas, porque ficam fora, às vezes, dos ambientes de votação por conta da acessibilidade arquitetônica ou da falta de acessibilidade arquitetônica. Ficam excluídas dos conteúdos televisivos nas propagandas eleitorais, porque não conseguem ver os nomes dos candidatos, ou ter o conteúdo das imagens apresentadas; eu estou falando dos cegos e dos surdos. Mas estivemos hoje aqui com a ministra Cármen Lúcia e, no início do seu trabalho, ela deixa bem claro o desejo que tem de fazer, de fato, essa acessibilidade”, destacou Antônio Ferreira.

Direitos eleitorais
O Código Eleitoral brasileiro (Lei nº 4.373/1995) prevê que o eleitor deficiente visual, no dia da eleição, pode: assinar a folha individual de votação em letras do alfabeto comum ou do sistema Braille; assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer sistema ou usar qualquer elemento mecânico que levar ou lhe for fornecido pela Mesa, que lhe possibilite exercer o direito de voto; usar o sistema de áudio, quando disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto; e usar a marca de identificação da tecla número 5 da urna eletrônica.
O Código Eleitoral dispõe que os tribunais regionais eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos juízes eleitorais, para orientá-los na escolha dos locais de votação de mais fácil acesso para o eleitor com deficiência física.

TSE
Por sua vez, o TSE garante aos eleitores com deficiência o pleno exercício do direito ao voto. Em 2002, o Tribunal editou a Resolução nº 21.008/2002, que determinou a criação de seções eleitorais especiais destinadas a eleitores com deficiência. Segundo a resolução, estas seções devem ser instaladas em locais de fácil acesso, com estacionamento próximo e instalações, inclusive sanitárias, que atendam às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A Resolução nº 23.218/2010 apresenta dois artigos que visam auxiliar na superação das barreiras impostas pela deficiência.

Auxílio de pessoa de confiança
No artigo 51 é garantido ao eleitor com deficiência o auxílio de pessoa de sua confiança para votar, ainda que não o tenha requerido antecipadamente ao juiz eleitoral. A pessoa que prestar o auxílio poderá, além de entrar na cabina de votação, junto com o eleitor, digitar os números na urna.

Recursos auxiliares
Sistema de áudio, identificação em braile e a marca de identificação da tecla 5 são recursos auxiliares que a Justiça Eleitoral coloca a favor dos eleitores que possuem deficiência visual, conforme o artigo 52 da resolução.

Portal
Desde 2007, o TSE tem realizado um trabalho de mapeamento do seu site na rede mundial de computadores com o objetivo de torná-lo acessível aos portadores de deficiência visual. O Portal do TSE já atende a vários critérios de acessibilidade web recomendados pelo Governo Eletrônico. O Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG), consiste em um conjunto de recomendações a ser considerado para que o processo de acessibilidade dos sítios e portais do governo brasileiro seja conduzido de forma padronizada e de fácil implementação.
Uma das iniciativas estratégicas do Plano Diretor de Tecnologia da Informação 2010/2012 é implementar acessibilidade para a consulta processual na intranet/internet.

Urnas
O Código Braile nas urnas eletrônicas foi implementado desde a sua primeira versão, em 1996, nas eleições municipais, ocasião em que um terço das seções eleitorais foram automatizadas. No ano de 2000, além do Código Braile nas teclas, foi implantado o sistema de áudio utilizado por meio de fones auriculares.
Atualmente, todas as urnas eletrônicas possuem teclas com a gravação do Código Braile correspondente e no número 5 há um ponto de referência para orientação do eleitor deficiente visual que não lê Braile.

Deveres
De acordo com a lei, o cidadão com deficiência é considerado um eleitor comum. Assim, tem a obrigação de se cadastrar a partir dos 18 anos e votar até os 70 anos de idade. No entanto, não estará sujeita a sanção a pessoa com deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto (Resolução do TSE nº 21.920/2004).
O eleitor nessa condição, mediante requerimento pessoal ou por seu representante legal ou procurador devidamente constituído, acompanhado de documentação comprobatória da deficiência, poderá solicitar ao juiz eleitoral a expedição de certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade indeterminado.

Disponível em: http://agencia.tse.jus.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=146... ; acessado em: 25 de abril de 2012.

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*Dia Nacional do Atleta Paraolímpico

A Lei 12.622, de 8 de maio de 2012 instituiu o dia nacional do atleta paraolímpico a ser celebrado anualmente, conforme a lei instituidora, no dia 22 de setembro.
A lei, também, insere a data no calendário oficial de eventos brasileiros.

Confiram a íntegra da Lei nº 12.622, de 8 de maio de2012:

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional do Atleta Paraolímpico, a ser celebrado, anualmente, no dia 22 de setembro.
Art. 2o O Dia Nacional do Atleta Paraolímpico integrará o calendário oficial de eventos brasileiros.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de maio de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Vicente José de Lima Neto
Maria do Rosário Nunes

Disponível em: www.planalto.gov.brwww.planalto.gov.brwww.planalto.gov.br .

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*Determinada nomeação de candidata deficiente aprovada em concurso para o MPU

Por votação unânime, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, nesta terça-feira (22), a nomeação de uma candidata aprovada para o cargo de técnica em saúde no consultório dentário do Ministério Público da União (MPU) no Distrito Federal, dentro das vagas reservadas para os portadores de deficiências especiais. A decisão foi tomada no julgamento do Mandado de Segurança (MS) 30861, relatado pelo ministro Gilmar Mendes.

A candidata foi aprovada em concurso público em primeiro lugar entre os candidatos portadores de deficiências especiais que disputavam o cargo, mas ela foi preterida sob o fundamento de que sua nomeação implicaria a ultrapassagem do limite máximo de 20% das vagas do concurso oferecidas para deficientes.

A Turma aceitou o argumento dos advogados da candidata de que os candidatos portadores de deficiência concorrerão, em igualdade de condições, a todas as vagas oferecidas em concurso público, sendo reservados, no mínimo, cinco por cento de cada cargo em face da classificação obtida. Essa previsão está contida no parágrafo 1º do artigo 37 do Decreto 3.298/1999, que regulamenta a Lei nº 7.853/1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Por seu turno, o parágrafo 2º do mesmo artigo estabelece que, caso a aplicação do percentual de 5% resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente, desde que observado o limite de 20% do total das vagas oferecidas no concurso, conforme estabelece o parágrafo 2º do artigo 5º da Lei 8.112/1990 (Estatuto do Servidor Público).

No caso da candidata, sua nomeação foi negada sob o argumento de que havia um número fracionado e, portanto, não se caracterizaria a condição de ser ela a primeira dentre cinco candidatos à vaga, já que não se efetuou o arredondamento até o primeiro número inteiro subsequente.

Decisão
Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes disse que o edital do concurso determinou a observância tanto do parágrafo 2º do artigo 5º da Lei 8.112/1990 quanto do artigo 37, parágrafo 2º do Decreto 3.298/1999. Assim, segundo ele, a regra do arredondamento não poderia ser ignorada. Ele relatou que o STF, buscando fixar razoabilidade ao Decreto 3.298/99, firmou entendimento no sentido de que ele deve ser interpretado em conjunto com a Lei 8.112. Assim, as vagas do parágrafo 2º do artigo 37 do mencionado decreto podem ser arredondadas, desde que o arredondamento não implique ultrapassagem do limite máximo de 20% e do mínimo de 5%.
E, de acordo com o ministro Gilmar Mendes, no caso em exame, a nomeação da candidata deficiente especial no conjunto de cada cinco não implica a ultrapassagem dos limites máximo e mínimo legalmente previstos. “Por isso, vislumbro o direito líquido e certo a amparar a pretensão da impetrante, que a rigor logrou a primeira colocação entre as pessoas portadoras de deficiência”, afirmou.

Por isso, pela unanimidade dos votos dos membros integrantes da Segunda Turma do STF, foi determinada a nomeação da candidata.

Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=208057... ;
acessado em: 23 de maio de 2012.

MÁRCIO LACERDA

#6. TRIBUNA EDUCACIONAL

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@terra.com.br)

Em terra de cego, quem tem um olho pode ser escravo!

(Escrito por Sonia B. Hoffmann, Porto Alegre, 28 de agosto de 2010)

É corriqueiro o dito popular "em terra de cego, quem tem um olho é rei".
No entanto, uma análise realista da situação nos mostra claramente um equívoco nesta afirmativa. É mais fácil que torne-se um escravo do que propriamente um rei.

Esta condição é cronificada, se for uma pessoa castradora, de personalidade servil ou adepta do pensamento de que os deficientes visuais são incapazes e sem possibilidades para providenciarem até mesmo a satisfação de necessidades e vontades primárias no que diz respeito aos cuidados pessoais e à administração doméstica.

Há muitos pais e parentes que, desde a infância da pessoa cega ou com baixa visão, colocam-se na posição de cuidadores ou tutores omni presentes, enredando-se na vitimização e causando, com esta postura, um mal estar no relacionamento parental e um sentimento de piedade ou de indiferença nas outras pessoas.

Por sua vez, em função deste comportamento do outro social, é possível que a pessoa com deficiência visual também desenvolva sentimentos egoicos fragilizados ou super fortalecidos que, ao longo do tempo, provocam o adoecimento das inter-relações e até seu isolamento social. Ao
sentirem-se reféns, é provável que muitos Inconscientemente tornem-se ou submissos, ou insatisfeitos, ou agressivos com aqueles que julgam responsáveis por semelhante condição.

José Espínola Veiga , em seu livro A vida de quem não Vê, ilustra brilhantemente a condição de sequestradores de vivências que muitos pais e parentes adotam em relação à pessoa cega ou com baixa visão:

"O filho vai de 3 para 4 anos, e nada se lhe ensina. - Coitadinho, deixa! ... Mexem-lhe o café, picam-lhe o pão, põem-lhe a comida na boca, descascam-lhe a banana, deixam-no que meta a mão no prato. - Coitadinho! Já basta o que ele sofre!... E a criança não sofre nada com a falta da vista ... Sofrerá, sim, mais tarde, a consequência dessa educação mal dirigida."

Vários grupos familiares são condescendentes e mesmo irresponsáveis na orientação e instrumentalização de pessoas cegas com os conhecimentos e informações sobre o desempenho e o modo de realização de atividades da vida diária, afrouxando comportamentos disciplinadores e dispensando a aquisição de hábitos saudáveis de condutas para seus filhos, irmãos ou parentes deficientes visuais. Com isto, parecem esquecer que não estarão eternamente disponíveis, que seus parentes com deficiência visual têm o direito de construírem-se por vias alternativas de desenvolvimento e que o outro social não poderá ou terá vontade de responsabilizar-se pela
solução de problemas criados pela imprudência ou pela superproteção alheia.

Como profissional da área da educação e da reabilitação de pessoas com deficiência visual, ouvi muitos depoimentos e relatos de pessoas que enxergam sobre seus sentimentos diante do comportamento de muitos cegos, enfatizando principalmente sua maneira de alimentar-se, o seu vestuário e a negligência com sua aparência pessoal.

Muitos afirmaram que evitam almoçarem, jantarem ou fazerem qualquer tipo de lanche junto com uma pessoa cega ou com baixa visão, pois suas experiências foram lastimáveis. Alguns disseram do seu sentimento de pena ao verem pessoas cegas vasculhando no prato ou na mesa pedaços e
restos de alimentos com suas mãos, sem utilizarem faca, garfo ou colher quando necessário e como previdência. Muitos comentaram sobre o sentimento de impotência ao verem que uma pessoa cega pode levar, com frequência, o garfo ou a colher vazia à boca porque os alimentos se desprenderam ou caíram do talher durante o trajeto. Outros comentaram sobre a repugnância sentida ao verem pessoas cegas ou com baixa visão levando à boca pedaços enormes de alimentos, mastigarem de "boca aberta" e sem usarem adequadamente sua arcada dentária, deixarem alimentos caírem da boca, falarem de "boca cheia" ou fazerem barulhos ou ruídos excessivos na mastigação e ingestão de líquidos ou alimentos cremosos.

Relativamente ao vestuário, muitas pessoas relatam que percebem haver uma certa negligência ou descaso da pessoa cega com a combinação de cores, texturas, adequação e limpeza da roupa, do calçado e de possíveis acessórios. O mesmo afirmam sobre os cuidados com a aparência de muitos
cegos, especialmente quanto à limpeza e corte das unhas, escovação de dentes, limpeza do nariz e da prótese ocular, quando presente.

No entanto, pessoas cegas também relatam sobre os seus sentimentos na realização de atividades rotineiras e muitas afirmam que evitam alimentar-se em público ou participarem de encontros e festas, pois sentem-se inseguros, envergonhados e que não estão preparados para conviverem socialmente com outras pessoas que não sejam os pais, os irmãos, parentes ou cônjuges. Referem,também, que evitam a diversificação de cores e texturas em seu vestuário, pois temem o
ridículo ou acharem-se "descombinantes", mesmo que a moda nem sempre esteja apontando tal preocupação. Esta moda, muitas vezes, é compassiva com aqueles que enxergam, mas pode ser perversa com aqueles que não veem.

Dificilmente, entretanto, são encontrados familiares, amigos ou professores que mantêm uma conversa franca e adequada com a pessoa com deficiência visual sobre sua maneira de alimentar-se, vestir-se ou cuidar da sua aparência. Da mesma forma, dificilmente são encontradas pessoas cegas ou com baixa visão que aceitam estes comentários e estas informações com naturalidade porque acostumaram-se ou foram acostumadas à displicência ou descaso, melindrando-se ou magoando-se diante da menor contrariedade.

Contudo, já é hora de todos nos alertarmos para a inclusão do respeito, da sensibilidade e da generosidade em nossas inter-relações e, urgentemente, adquirirmos o hábito de sairmos da nossa posição e nos percebermos na condição do outro, exercitando dificuldades, possibilidades, papéis e funções - sejam elas de reis ou de escravos.

- Permitida a divulgação e a reprodução deste material desde que citada a fonte
Disponível em HTTP://diversidadeemcena.net/index.html

SALETE SEMITELA

#7. ANTENA POLÍTICA

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@terra.com.br)

O discurso "politicamente correto"

Proponho ao companheiro leitor um rápido exercício de memória: quando ouviu, pela última vez, o emprego do termo discriminação para definir o tratamento diferente pelo Estado ou alguma empresa a alguém por sua origem, condição econômica ou física?

Nos anos 80, período em que militei no Movimento de Cegos em Luta por sua Emancipação Social, reivindicávamos nossos direitos; lutávamos por eles. Hoje, termos como reivindicação e luta parecem ter desaparecido do vocabulário político das classes populares.

A censura legal e armada da ditadura foi substituída por um discurso "humanista" construído nos bancos das academias e consolidado pelos agentes de controle da sociedade pelo Estado neoliberal.

Os diversos segmentos da sociedade devem relacionar-se harmonicamente como as melodias independentes da polifonia renascentista de Palestrina.
O cantus firmus - primeira voz - é composto nos gabinetes dos "técnicos" do governo e o contraponto - demais vozes - nas sedes das grandes centrais do "movimento popular", sem contrariar as normas do Concílio de Trento - Consenso de Washington, creio que já esquecido dos militantes da política.

Se é verdadeira a permanência do espírito após a morte do corpo, que me perdoe o "príncipe da música" pelo uso de seu nome para analogia tão desqualificante, mas a Igreja do século XVI reconheceu sua obra como padrão para a arte dos sons, no período da Contrarreforma. Eu, mesmo, confesso-o, sem a menor cerimônia, considero a música de Palestrina profundamente tranquilizante.

Mas não são apenas os referidos acima os termos arrebatados a nossa linguagem corriqueira. O nome "Favela", dado a um dos morros mais conhecidos do Rio, para onde migravam os escravos, libertos no final do século XIX, foi cantado em sambas clássicos:

"Favela, que trago no meu coração! Ao relembrar com saudade A minha felicidade... Favela dos sonhos de amor e do samba canção!..".
(Roberto Martins)

"No carnaval, me lembro tanto da Favela, Onde ela morava! Tudo que eu tinha era uma esteira e uma panela, Mas ela gostava"!
(Joracy Camargo, teatrólogo autor de "Deus lhe pague").

Mais tarde, o termo favela passou a designar todos os espaços habitados pela população mais pobre da cidade, vítima da exploração e do desemprego e abandonada pelo poder "público". Com o tempo, os favelados passaram a constituir "comunidades carentes". Como o adjetivo depreciava-os, hoje eles apenas "vivem em comunidades".

Também nós não escapamos à dissimulação. Qualquer atendente ou recepcionista sabe que o termo cego - privado da vista (Pai Aurélio) - deve ser evitado a todo custo, ainda que nós mesmos digamos-lhe que o preferimos à expressão "deficiente visual", cunhada pelos "especialistas" para "aliviar-nos" do peso das metáforas que revelam nossa imagem social construída ao longo de séculos sem dispensar-se do direito de empregá-las livremente - deficiência: falta, falha, carência,
imperfeição, defeito, etc. (ibd).

O adjetivo vidente - pessoa que tem o uso da vista - não pode ser usado em seu sentido real dado a um preconceito religioso. Mas parecem não incomodar às autoridades constituídas os falsos pastores que vivem a "curar-nos", em nome de Jesus,em programas radiofônicos e televisuais.

O discurso "politicamente correto" é essencial para uma sociedade inclusiva, que deseja integrar todos os seus "cidadãos" na categoria de consumidores sem que eles se emancipem da tutela das classes dominantes.
É através dele que aprendemos a reconhecer o "espírito solidário" de nossos governantes, a "igualdade" entre ricos e pobres e o "fim" de todas as formas de discriminação. Sem ele, talvez o governo não pudesse implementar sua magia capaz de fazer do brasileiro o povo mais feliz do mundo, sob a égide da doutrina do grande capital.

HERCEN HILDEBRANDT

#8. PAINEL ACESSIBILIDADE

Colunista DEBORAH PRATES (deborahprates@oi.com.br)

Humanização nos Hospitais - Acessibilidade Atitudinal Já!

Descrição da imagem para deficientes visuais: Acima, a imagem de um homem desenhado dentro de um círculo, com os braços e pernas estendidos e tocando este círculo, em suas proporções consideradas ideais. À frente desta imagem, uma série de pessoas em sua diversidade (idoso, criança, cadeirante, obeso, cego, amputado), tentando ser encaixadas dentro deste padrão de normalidade (ou perfeição).

Rodamos e voltamos ao mesmo ponto inicial, qual seja a necessidade da implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL! Agora falo da HUMANIZAÇÃO NOS HOSPITAIS. Inacreditável constatar que no ambiente onde são tratados SERES HUMANOS os profissionais não estejam preparados para o trato com as pessoas com deficiência!

Num bate-papo com amigos deficientes ouvi relatos inacreditáveis. Ginecologistas que não atenderam mulheres cadeirantes por não saberem como as colocar nos equipamentos para exames, dermatologistas que não tiveram habilidade para ajudar deficientes físicos a se posicionarem em macas e médicos em geral que não têm a menor habilidade para o trato com pessoas cegas e surdas dirigindo-se aos seus acompanhantes por considerá-las incapazes, etc...

O foco é a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL. Transformar práticas/hábitos no SISTEMA DE SAÚDE exige mudanças no processo de construção dos sujeitos/profissionais dessas rotinas. Somente com a conscientização e sensibilização dos trabalhadores e usuários (protagonistas e co-responsáveis) é que será possível mudar costumes arraigados desde o início da civilização.

Pessoas com deficiência, em tempos remotos, já foram consideradas impuras, pelo que atiradas contra paredões por não terem direito a vida. Posteriormente foram largadas pelas escadarias das Igrejas a espera de esmolas para sobreviver. Mais tarde tidas como loucas. Num passado recente, abandonadas nas rodas dos enjeitados na esperança de que girassem para dentro de algum convento. E no Século XXI, percebe-se pouca evolução comportamental.

Pensar a saúde como experiência de criação de si e de modos de viver é tomar a vida em seu movimento de produção de normas e não de assujeitamento a elas.

Humanização é, para essa ideia, forma de respeito à VIDA e, consequentemente, a dignidade humana, de modo a dar ao próximo tratamento adequado/apropriado conforme as diversidades apresentadas.

Indubitavelmente estamos engessados/ enlatados pela fôrma da indústria da moda. Perdemos a vontade e, via de consequência a ESPERANÇA!

A preguiça de pensar é tão flagrante que admitimos que até as gigantescas redes de comidas rápidas decidam o que comeremos. É assim, ficamos diante do painel e optamos pelo cardápio de número 1, 2, ou 3.

Num Brasil de "FOME" mães entendem hiper engraçadinho seus filhotes fazerem guerra de batatas fritas nas festinhas "FAST". Falam as mães: - Que espertos nossos filhos atirando as batatas uns nos outros! Ao lado a vovó diz: - Ah! Meu netinho é mais inteligente, já que joga o saco inteiro nos outros!

HORRÍVEL! Precisamos valorizar a Família para a restauração de PERSONALIDADES ÉTICAS.

Inadmissível que num País onde a comida não chega democraticamente nos pratos, responsáveis possam incentivar o desperdício de alimentos. Pesquisas mostram que a cada 3 minutos um ser humano MORRE de fome no Planeta!

O humano haverá de ser retirado de uma posição padrão, abstrata e distante das realidades concretas para ser visto em sua singularidade e complexidade. Imperativo que respeitemos/aceitemos as DIVERSIDADES tais como se apresentam no dia-a-dia. Tem os que amar o próximo como é e não como a "CULTURA DA SUPERFICIALIDADE" imponha que deva ser.

Então, queridos amigos vamos nos UNIR e exigir dos governantes que invistam - maciçamente - em campanhas objetivando a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL! Só depende de nós um Planeta melhor!
Carinhosamente.

http://deborahpratesinclui.blogspot.com.br/2012/04/humanizacao-nos-hospi...

DEBORAH PRATES

# 9. DV-INFO

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clcaul@gmail.com)

Fotos íntimas caem na internet: Saiba como evitar exposição e reduzir danos
Por: Cleverson Casarin Uliana

Prezados,

Eis artigo muito oportuno em vista de recente episódio amplamente divulgado nos meios de comunicação relacionado a vazamento de informações altamente privadas. O presente artigo foi publicado na seção de tecnologia do portal UOL e pode ser encontrado no endereço abaixo, onde também se encontram links para outros artigos com mais esclarecimentos sobre o mesmo tema:

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/05/10/caso-carolina-d...

Bom proveito e nos vemos.

Fotos íntimas caem na internet: Saiba como evitar exposição e reduzir danos
Por Ana Ikeda, com Colaboração de Camila de Lira

Apesar de casos como o da atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos íntimas expostas sem autorização na internet, serem os que ganham notoriedade na mídia, o problema tem sido cada vez mais comum com pessoas fora do mundo das celebridades. A falta de cuidado com arquivos que contêm informações sensíveis pode acabar custando caro, causando danos irreparáveis, já que é quase impossível retirar totalmente o conteúdo da internet uma vez que ele foi publicado. Veja a seguir algumas dicas de especialistas em segurança consultados pelo UOL Tecnologia para evitar a exposição desses dados.

Privacidade exposta: Isso pode acontecer com qualquer um:

A primeira dica é a mais óbvia: evite produzir fotos de si mesmo em situações (para lá) de íntimas. Casos de pessoas famosas (a atriz Scarlett Johansson foi uma das vítimas mais recentes) indicam que o hábito dos casais em gravarem vídeos e fotos da própria intimidade não é acompanhado do cuidado em manter esses arquivos longe de terceiros. "Isso é cada vez mais recorrente, tanto com famosos como não famosos", alerta Gisele Arantes, especialista em direito digital e sócia do PPP Advogados.

A maioria dos casos no Brasil que vão parar na Justiça envolve namorados que, a terminar a relação, publicam na internet fotos e vídeos das namoradas, como forma de vingança. "A sensação de impunidade que as pessoas têm na frente do computador ainda é muito grande, as pessoas acham que estão no anonimato, o que contribui ainda mais para a prática", diz a advogada.

Namorado (a) pediu uma foto sua sexy ? Melhor ficar vestido... Você pode julgar que ele ou ela é o amor da sua vida; mas você não pode prever o futuro do seu relacionamento. Se depois vocês romperem, o outro terá posse de um material comprometedor que pode ser publicado na internet por vingança. E uma vez que isso aconteça, será muito difícil tirar sua ''foto sexy'' dos sistemas de busca online. E acredite: O dano, psicológico e moral é grande.

Cuide dos seus dados online como você cuida da sua carteira, da sua bolsa:

Você não tem o costume de deixar sua carteira cheia de dinheiro ou a sua bolsa largada em qualquer lugar sem alguma vigilância; então por que agir assim em relação aos seus dados na internet ? "Cuidar da segurança online deve ser uma rotina; dois ou três minutos que você perde a mais ajustando uma configuração de privacidade podem economizar alguns meses ou anos de dor de cabeça", aconselha Wanderson Castilho, especialista em crimes digitais e membro no Conselho da Cyber Defense Education (CDE).

Faça o check-list dos cuidados básicos de segurança:

Mesmo que você não saiba muito sobre tecnologia, existem cuidados simples que evitam o acesso fácil a seus arquivos. Computadores, celulares e tablets possuem a opção de travamento por senha; você só consegue usá-los depois de digitar uma senha numérica ou alfanumérica (com letras e números). Outra precaução é manter instalado no dispositivo, inclusive nos smartphones e tablets, um programa antivírus. Eles podem detectar e eliminar ameaças comuns que circulam na internet, como vírus e cavalos de troia (trojans).

"Existem programas maliciosos (trojans) que são enviados por e-mail como anexo ou estão presente em links. Uma vez instalados no computador, permitem que o cibercriminoso controle remotamente a máquina, capturando os dados que lhe convier", detalha Patrick Faria, especialista em segurança da informação da Módulo. Isso inclui, por exemplo, a senha que você digita no banco online e até as imagens que sua webcam faz. Portanto, também vale redobrar a atenção quando for abrir algum link ou anexo enviado por e-mail, mesmo que tenha sido enviado por alguém de confiança.

Criptografia: Saiba o que é e use:

Há uma série de ferramentas que usam a criptografia, uma espécie de embaralhamento dos dados digitais, que só podem ser vistos por quem tiver uma senha para reorganizá-los no formato original, para proteger seus arquivos de bisbilhoteiros e gente com más intenções. E isso vale não apenas para "fotos íntimas": Você gostaria que alguém olhasse sua declaração de imposto de renda ? Seus comprovantes bancários ? Uma delas, indicada por Castilho, é a TrueCrypt - www.truecrypt.org -, gratuita; ela cria, seja no disco rígido do seu computador ou em um pen drive, uma espécie de "fortaleza digital". "Quando o usuário transferir arquivos para esse local, os dados são criptografados. Se o computador for para a assistência técnica, por exemplo, os técnicos conseguem ver a pasta, mas não têm acesso aos seus arquivos, pois é necessário digitar uma senha", explica.

Se não quer usar esses programas de criptografia, outra opção é apagar os arquivos do disco rígido do computador e deixá-los salvos em um mídia externa (um HD portátil, pendrive, CD). Mas ainda assim, existem programas que recuperam arquivos apagados; para ter certeza que eles não serão pegos, o usuário deve apagá-los com ferramentas especiais. Também existem aplicativos que apagam as mensagens e arquivos enviados alguns segundo após a visualização, mas é preciso ter "coragem" para confiar na eficiência deles.

Aplicativos ''prometem'' evitar que fotos caiam em mãos erradas:

O Peek é um aplicativo para iPhone que apaga a foto enviada depois de trinta segundos de visualização. Para usar esse programa não é necessário cadastro, mas a pessoa que recebe a imagem precisa tê-lo no telefone também. Você envia a foto para outra pessoa por email ou SMS, ela recebe apenas um borrado de imagens. Quem recebeu deve, então, copiar a foto, abrir o aplicativo e colar na parte escrita "Paste". Por trinta segundos, a pessoa pode ver partes da imagem como se estivesse espiando pelo buraco de uma fechadura; assim, não consegue copiar a imagem completa.

Evite assistências técnicas "genéricas":

A defesa contratada por Carolina Dieckmann não comenta a linha de investigação sobre o vazamento das fotos da atriz nua na internet; mas, elas podem ter sido vazadas após o computador pessoal da atriz passar por manutenção na assistência técnica. Se você é uma pessoa pública ou não, os especialistas fazem coro para alertar: evite levar seu computador, celular ou tablet para conserto em empresas que não são reconhecidas no mercado, que foram indicadas "pelo amigo do amigo do amigo". "Empresas especializadas vão respeitar a confidencialidade da informação, assinar um termo de responsabilidade junto ao usuário", diz Castilho.

Já Faria é mais cauteloso em relação ao efeito do termo de responsabilidade firmado com a assistência técnica: "A recomendação é que a pessoa procure uma empresa conhecida e assine o contrato de serviço em que haja a cláusula de confidencialidade. Isso não evita a divulgação, mas dá segurança jurídica ao cliente se ele precisar acionar a empresa", afirma.

Não confie em redes Wi-Fi públicas:

Para quem usa smartphones e tablets, encontrar uma rede de internet sem fio pública é motivo de alegria (e economia do plano de dados 3G). Mas é preciso ter muita cautela ao se conectar ao Wi-Fi aberto. "Se o usuário não tem uma solução de criptografia, o que é o mais comum, deve evitar o Wi-Fi público. Não dá para saber se por trás dessa rede existem geradores que conseguem 'ler' tudo o que é trafegado naquele ponto de acesso", avisa Patrick Faria, especialista em segurança da informação da Módulo. Dessa forma, se alguma informação sensível for enviada pelo Wi-Fi público, pode ser capturada e reproduzida.

Minhas fotos, vídeos ou dados foram parar na internet; e agora ?

O primeiro passo, indica a advogada Gisele Arantes, é tentar remover esse conteúdo da internet, procurando os provedores (como, por exemplo, sites de busca). "Você, por meio de um advogado, notifica os provedores; a partir dessa notificação, eles também passam a ser responsáveis pela divulgação daquele material; você avisou a empresa que alguém está usando o serviço dela para cometer ilícitos."

Segundo Gisele, também é possível procurar uma delegacia especializada em crimes digitais, além de entrar com uma ação para que sejam revelados os registros eletrônicos que identificam as pessoas responsáveis pela divulgação do material na internet. Para isso, lembra Faria, é preciso preservar a prova, principalmente se o conteúdo "vazou" de um dispositivo pessoal. "Evite mexer no computador porque isso pode prejudicar a investigação forense, com a perda da prova do acesso."

Após isso, a vítima deve buscar a reparação de danos, que pode ocorrer tanto na esfera cível como na criminal, dependendo do caso. "No caso da atriz, por exemplo, houve a tentativa de extorsão, que terá punição na esfera criminal. Mas nem sempre isso ocorre. Existem casos em que o namorado divulga imagens da namorada, que tem punição na esfera cível", diz.

"Dificilmente você vai conseguir eliminar o conteúdo totalmente da internet, mas pelo menos dos sites mais acessados vai conseguir", avisa Gisele, que revela ainda que a indenização conseguida por algumas vítimas é alta - em casos recentes, os ex-namorados tiveram de indenizar em R$ 50 mil e R$ 10 mil as parceiras que tiveram fotos íntimas publicadas na internet sem autorização.

Nos endereços abaixo podem-se ler reportagens sobre casos recentes relacionados:

Homem é condenado a indenizar ex por enviar fotos dela nua.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/889109-homem-e-condenado-a-indeni...

Caso gaúcho expõe risco da troca de conteúdo sexual via celular; entenda o sexting
http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/04/13/caso-ga...

CLEVERSON CASARIN ULIANA

#10. O DV E A MÍDIA

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@terra.com.br)

*Recife edita folder em braille para promoção do turismo

Publicados em braille, a programação carnavalesca do Recife e os cardápios da Arena Gastronômica foram sucesso nos dias de Momo. Nos mesmos moldes, a Secretaria de Turismo do Recife, comandada por André Campos, decidiu imprimir um folder turístico, também seguindo a linguagem adaptada para as pessoas com deficiência visual.

O material traz informações sobre festas como Carnaval e São João, assim como a gastronomia local. Há, ainda, a lista com telefones dos postos de informações turísticas da cidade, situados no Aeroporto Internacional do Recife, no Parque Dona Lindu, no Mercado de São José, na Pracinha de Boa Viagem, na Praça do Arsenal da Marinha, no Pátio de São Pedro, no Terminal Integrado de Passageiros e o Disque Recife Turístico.

A publicação integra o conjunto de peças promocionais da cidade para divulgação do destino no Brasil e no mundo. "A questão da inclusão social é muito importante e queremos contribuir neste processo de facilitar o acesso à informação sobre o Recife para visitantes que tenham alguma deficiência visual", comenta o secretário de Turismo do Recife, André Campos.

//Fonte: | Últimas notícias | Pernambuco.com 16/03/2012

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*Na ponta dos pés

São muitos os percalços no caminho da bailarina Geyza Pereira, 26. Às 5h, ela cai da cama, toma um rápido café da manhã e arruma as sapatilhas na mochila. Sai com a ajuda da mãe, a dona de casa Gilvani Pereira, 43.
O primeiro obstáculo fica logo na porta: uma pequena escada do lado de dentro tem o degrau mais alto estreito, mal cabendo dois pés. Este repórter, deficiente visual como ela, quase tropeçou ali.
Mãe e filha saem. Sobem juntas uma escada de 70 degraus. No alto, têm de caminhar pela rua. A calçada é cheia de degraus e buracos.
Geyza mora no Jardim São Luís, extremo sul de São Paulo. Leva duas horas todos os dias para ir e voltar da Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini, na Vila Mariana. Lá, Geyza é professora de balé - as alunas também são deficientes visuais, com idades que variam dos 8 aos 50 anos.
Chega o ônibus, mãe e filha se despedem. Antes de o veículo partir, um lugar é cedido. "Não ando a pé sozinha por aqui. Tenho medo de cachorros e drogados", conta.
Parada no terminal Capelinha. Geyza pede ao motorista que a conduza até o próximo ônibus. Ele a leva por alguns metros, ela segurando em seu cotovelo. Há um ônibus de saída. Está lotado. Geyza prefere dar um tempo e esperar pelo próximo. Sem estresse, sorri: "Eu indo em pé? Que horrível, heim?"
O ônibus anda devagar. Geyza percebe um silêncio estranho: "Está todo mundo curioso, prestando atenção na gente", diverte-se.
Reconhece o caminho pelas curvas que o ônibus faz pelo trajeto. Levanta-se quando está a três pontos de descer e pede ao motorista que a deixe na escola. São 8h.
Aprendeu a pegar ônibus sozinha com 14 anos. Durante a semana, dormia na escola, o Instituto de Cegos Padre Chico. Já aos sábados, precisava ir sozinha às aulas de balé. "Não tive medo. Minhas amigas faziam metade do caminho comigo", conta ela.
Desce e percebe que está na frente da doceria. Vira à direita e procura a entrada da escola, batendo a bengala nas paredes a sua esquerda.
Geyza anda empolgada. Ensaia para ser a princesa Aurora no balé "A Bela Adormecida". Apaixonada por princesas, insistiu com a professora para dançar no papel. Será o maior desafio de sua carreira, conta, para emendar em seguida: "Ninguém facilita nada por eu ser cega".
Ela é uma menina vaidosa. Tem as unhas pintadas de roxo. Faz questão de mostrar as flores desenhadas nelas e as pedrinhas de strass que são sentidas com a ponta dos dedos. "Olha, mas tem professoras que não gostam."
Quando ficou cega, aos nove anos, achou que nunca poderia dançar. Um ano depois, disse isso para Fernanda Bianchini, quando foi convidada a fazer aulas.
Geyza aprendeu a dançar sentindo os toques delicados da professora nos pés, pernas, braços, ombros e pescoço. Já dançou em sete Estados, em Buenos Aires e em Nova York. Um dia da vida de Geyza é o tema do curta "O Tigre e o Cisne", exibido hoje, às 19h30 pelo Sesc TV.

//Fonte: Folha Filipe Oliveira

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*Google lança canal educativo no YouTube!

O Google acaba de lançar uma nova ferramenta para a sala de aula: é o YouTube For Schools. O canal compartilha vídeos de usuários, com conteúdo para diferentes disciplinas escolares, além de atualidades. De acesso livre, a programação está reunida por assunto e contempla tanto o programa do Ensino Médio quanto do Ensino Fundamental.
De rápida duração, podem ser visualizados por estudantes, ao revisarem a matéria, e também por professores, em sala de aula. Disponível em inglês.

Confira abaixo a página do canal. Mediante cadastro, é possível navegar pelos vídeos escolhidos.

//Fonte:http://www.youtube.com/teachers#

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*Projeto Homem Virtual apresenta 26 vídeos produzidos para a internet com recurso de audiodescrição

Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Direitos das Pessoas com Deficiência, em parceria com Disciplina de Telemedicina da FMUSP e a Secretaria de Estado de Gestão Pública, o Projeto Homem Virtual no Acessa São Paulo será lançado hoje, dia 15 de fevereiro, às 11h, no posto do Parque da Juventude, em Santana. Trata-se de 26 vídeos produzidos especialmente para a internet sobre o funcionamento do corpo humano, acessíveis também às pessoas com deficiência visual, por conter audiodescrição.

O projeto consiste no desenvolvimento de imagens tridimensionais das estruturas do corpo humano com recursos da computação gráfica aliados a projetos de diversas áreas. Os vídeos serão disponibilizados nas categorias: Conhecimento Geral sobre o Corpo;

Cuidados para os Jovens; Saúde nas Escolas; Sexualidade, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Métodos Contraceptivos; Saúde da Pele e Locomoção e Cuidados com Pessoas com Deficiência.

O Homem Virtual tem o objetivo de democratizar o conhecimento, já que as imagens permitem uma compreensão rápida e objetiva de todo o corpo e dos procedimentos a ele relacionados: anatomia, fisiologia, fisiopatologia, atuação das drogas ilícitas, ação dos medicamentos, procedimentos de emergência, uso adequado de órteses e próteses ou mesmo cirurgias.

"Esta é uma excelente ferramenta educacional. Com conteúdo altamente qualificado, estes modernos recursos de aprendizagem poderão ser utilizados dentro de uma série de estratégias pedagógicas", afirma Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Os vídeos serão disponibilizados nos postos do programa Acessa São Paulo e, posteriormente, também poderão ser acessados nos sites do Acessa São Paulo (www.acessasaopaulo.sp.gov.br ) e da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br ). Os vídeos do Homem Virtual são narrados com roteiros desenvolvidos pela equipe de Design de Comunicação Educacional da Disciplina de Telemedicina da FMUSP, para explicar de maneira bem simples o que as imagens mostram.

//Fonte:: www.projetohomemvirtual.org.br#

VALDENITO DE SOUZA

# 11.PERSONA

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@jfrj.gov.br)

Entrevistado: Marcio Aguiar
Conselheiro do CONADE(Conselho Nacional de Defesa dos Direitos das Pessoas Com Deficiência)

1. Onde nasceu?
Marcio: Niterói-RJ.

2. Casado ou souteiro?
Marcio: Casado.

3. Qual seu time?
Marcio: Vasco da Gama.

4. Um sonho para realizar
Marcio: Ter uma casa com uma boa área de lazer.

5. Uma alegria
Marcio: Acordar e poder viver mais um dia ao lado da mulher que eu amo.

6. Uma tristeza
Marcio: Não poder viver de música.

7. O que faz por lazer?
Marcio: Ouvir música, tocar meu piano, sair para bares, teatro, ir ao clube, curtir o vento na Fortaleza de Santa Cruz em Niterói.

8. Onde realizou seus estudos e qual sua formação?

Marcio: Fiz duas faculdades: a primeira, Ciências Sociais, fiz na Universidade de Brasília. Por conta de uma perda de visão acentuada, não concluí.
Depois fiz Fisioterapia no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, o IBMR, quando já morava de volta ao Rio. Fiz também um curso Técnico de Programação na PUC-Rio, no Centro de Computação Eletrônica.

8. Nasceu com deficiência visual ou para o caso negativo, quando e como ficou cego?

Marcio: Nasci com Baixa Visão por causa da Toxoplasmose materna, adquirida durante a gravidez. Ganhei uma atrofia de nervo óptico e uma catarata congênita. Aos 20 anos, por conta da progressão da catarata, fiz uma cirurgia e perdi um pouco mais da visão. Hoje só percebo vultos e cores, dependendo da luminosidade do local.

9. Onde trabalha e como é sua relação com os colegas de trabalho?

Marcio: Trabalho atualmente no Tribunal de Justiça do RJ. Estou lotado no Serviço de Ambientação e Acompanhamento de Pessoas do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas.

Lá cuidamos da ambientação aos postos de trabalho dos Servidores com Deficiências e dos Servidores Readaptados. Ou seja, das Pessoas com Deficiências que ingressam pela reserva de vagas e dos Servidores que adquirem alguma limitação funcional durante a sua vida laboral. Procuramos adequar os ambientes de trabalho às condições dos indivíduos, a fim de torná-los produtivos. É um trabalho muito desafiador. Além disso, temos um trabalho junto aos Servidores que estão próximo da aposentadoria.

Trata-se de um Programa de Preparação para Aposentadoria, que visa auxiliar nossos Servidores a se prepararem para essa nova fase da vida. Fazemos palestras para quem está com 3 anos para se aposentar. Também faço parte da Comissão Intersetorial para Promoção da Acessibilidade do TJ. Nela nós tentamos dar um caráter mais institucional e interdisciplinar às necessidades dos jurisdicionados com deficiências ou com alguma limitação funcional que trabalham ou que frequentam o Poder Judiciário do RJ. Quanto ao relacionamento com os colegas, sou o único cego do meu Departamento. Nunca tive problemas com isso por que acho que não me porto como "o ceguinho" da turma. Meus colegas relatam que, às vezes, esquecem que eu sou cego. Agora, quanto aos colegas deficientes que trabalham no TJ, tenho várias preocupações.

Sei que nossa realidade não é perfeita. Sei que tem colegas que vivem situações desfavoráveis e que poderiam ser mais produtivos no trabalho. É por eles que atravesso todos os dias de Barca para o Rio. Poderia trabalhar em Niterói tranquilamente, mas sei que tem muita coisa a ser feita ainda.

Inclusive para mim quando quiser voltar à Niterói. Ainda existem várias lacunas a serem vencidas, apesar dos avanços já conquistados. O TJ é um órgão público muito grande e, por isso, temos várias realidades por todo o Estado do RJ. Quando cheguei no TJ em 2003 não tínhamos quase nada em termos de Acessibilidade. Hoje, sem sombra de dúvidas, melhoramos bastante.

Um dia chegaremos perto do ideal. Quando comecei no TJ, fui parar num Juizado Especial Cível. Lá fiquei 2 anos furando papel. Em seguida, fui convidado para implantar o Disque-Justiça do 2º Núcleo Regional da Corregedoria, que funcionava em Niterói. 1 ano depois, fui para a Ouvidoria-Geral no Rio. De lá, fui convidado para ir para onde estou hoje.

10. Nos fale sobre sua participação no conade. Qual seu cargo e quais os principais objetivos desse órgão?

Marcio: Estou no meu terceiro mandato no CONADE. O primeiro representando os Conselhos Municipais, o segundo pelo CVI-Brasil e este agora pela Associação Brasileira de Rugbi em Cadeira de Rodas, à convite do meu amigo, Luiz Cláudio Pereira, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro. Vivo lá o verdadeiro desafio da representatividade.

No primeiro mandato era suplente da Martinha Clarete Dutra, que foi para o MEC e eu acabei virando titular. Fui eleito Coordenador da Comissão de Articulação de Conselhos e conseguimos dobrar o número de Conselhos de Direitos existentes no Brasil. Quando lá cheguei, tínhamos 120 Conselhos Municipais e 20 Conselhos Estaduais.

Ao término do mandato, passamos para 265 Conselhos Municipais e 22 Conselhos Estaduais. No segundo mandato, fui Suplente de Romeu Sassak.
Tivemos uma eleição entre todos os Centros de Vida Independente do Brasil e perdi para o Romeu por 1 voto! Me senti o Pepe do Santos, que era vice-artilheiro e só perdia para o Pelé. Romeu é uma unanimidade nos CVI's e ter só 1 voto a menos que ele foi uma honra. Mas Romeu tinha muitos compromissos e acabei indo à maioria das reuniões. Aí que lancei a brincadeira do "Suplente também é gente", que virou um jargão lá no CONADE. Nesta gestão, apesar de ter posição institucionalizada e clara, tanto minha pessoal, quanto do próprio CVI-Brasil, contra o Estatuto das Pessoas com Deficiências, participei dos 5 encontros regionais que discutiram o tema. Também participei do processo de articulação junto aos parlamentares para a construção do quórum qualificado que outorgou status constitucional à Convenção. Este terceiro mandato, meu primeiro de titular, represento a Associação Brasileira de Rugbi em Cadeira de Rodas. Atendi um apelo de um companheiro de luta e amigo pessoal, o Luiz Cláudio Pereira, que me disse que quem tem que fazer política no CONADE é quem sabe fazer política e que eu poderia representar bem os interesses da ABRC.

A ABRC dá a linha e eu toco a política para eles. Tenho autonomia para decidir algumas posições, mas sempre estou em contato com o Pereira, com o Pontes e com o Eduardo Mair, que é o Presidente da ABRC para qualquer orientação que precise. O CONADE é o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiências. Sua atribuição é atuar em defesa dos nossos direitos, propor, avaliar, fiscalizar e acompanhar as políticas públicas voltadas ao nosso segmento. Eu atualmente, estou como relator da Campanha Nacional de Acessibilidade do CONADE. Estou nesta função desde 2009. Já entramos com o bandeirão da "Acessibilidade: siga essa idéia" em grandes jogos de futebol, ganhamos a mídia, mas ainda falta ganhar a sociedade e os Gestores Públicos.

Apesar da Campanha, muita coisa ainda é barreira. Principalmente a atitudinal dos gestores que fomentam políticas nos Estados e municípios brasileiros.

11. A ONCB tem como uma das suas atribuições a defesa dos direitos das pessoas com deficiência visual - cegas e com baixa visão - e das organizações de e para cegos legalmente constituídas. Nesse sentido o que vem sendo feito de efetivo para defender e garantir esses direitos?

Marcio: Esta é uma pergunta complicada... A ONCB foi criada a partir da unificação de UBC e FEBEC. Penso que começamos muito bem, mas de um tempo para cá, principalmente depois que o Presidente da ONCB assumiu a Presidência do CONADE, as coisas ficaram meio devagar na ONCB. Vivemos um paradoxo. Mesmo estando na cabeça do órgão superior de defesa de direitos da política nacional do nosso segmento, as questões específicas da ONCB ficaram um pouco de lado. Por exemplo, o enfrentamento da questão dos Monoculares. A ONCB deliberou em Assembléia Geral que iria se movimentar politicamente, o nosso Freitas, da ADVERJ, que é Consultor Jurídico da ONCB, elaborou um Parecer fantástico sobre a questão, enviou para a Diretoria da ONCB e nada foi feito. Na verdade, penso que a eleição da ONCB para a Presidência do CONADE foi preciptada. O Presidente não tem pernas para tocar o CONADE, a ONCB e a sua entidade local, a ACERGS, que acabou sendo naturalmente privilegiada. Ou seja, com a eleição da ONCB para a Presidência do CONADE, por conta das demandas, a ONCB ficou em terceiro plano.

Aí o segmento perdeu espaço. As entidades afiliadas do RJ estão bem descontentes com a atual gestão da ONCB. A sensação é que a ONCB poderia fazer bem mais pelas pessoas cegas. Vemos uma ONCB crescendo para fora, sobretudo depois que o Secretário Geral foi eleito Presidente da União Latinoamericana de Cegos, isso ficou bem claro. Porém, na linha do paradoxo, a coisa na ONCB, principalmente com relação ao diálogo interno, vem de mal a pior. As entidades são as últimas a saber as decisões da Diretoria, nada é muito compartilhado. O centralismo impera na ONCB. E isso é ruim, sobretudo por que o sistema da ONCB é por delegação. Além disso, quando a ONCB foi criada, falou-se muito em não se repetir os erros do passado. Algo é preciso ser feito para que a ONCB cumpra o seu papel.

12. Em relação ao estatuto da pessoa com deficiência, que está para ser aprovado, o que o CONADE e a ONCB, podem fazer para conseguir as alterações necessárias para tornar o texto original mais favorável aos deficientes?

Marcio: A Secretaria de Direitos Humanos acabou de editar uma Portaria criando um Grupo de Trabalho para análise de Projetos de Lei que tratam da criação do Estatuto das Pessoas com Deficiência. Este grupo será formado por representantes da Câmara, do Senado, do CONADE e do Governo, além de 5 juristas convidados, para criarem um substitutivo para o projeto de lei do Estatuto que tramita na Câmara, afim de regulamentar a Convenção da ONU. Não acho que precisemos de um Estatuto. Por princípio, não vejo necessidade das Pessoas com Deficiências serem protegidas por um Estatuto. Estatuto segrega nossos Direitos dos Direitos dos demais cidadãos e isso é ruim.

Se a própria Convenção garante que a deficiência é somente um atributo da pessoa, por que precisamos de Lei em separado com o nome de Estatuto? Enfim... Mas já estou cansado desta discussão. Para mim, se o nome Estatuto é importante para alguns parlamentares, que seja. Quero é ver os direitos garantidos. A vaidade é deles.

Quero ver a Convenção regulamentada e cumprida. É esse o grande desafio. Tirar a lei do papel. Já temos a melhor legislação das américas e ainda vemos direitos sendo descumpridos. Não será um Estatuto que fará a diferença. Enquanto não brigarmos para que as Leis saiam do papel, podemos ter o diploma legal que for, que ainda veremos nossos direitos sendo violados.

13. Gostaríamos de saber o que você pensa sobre a inclusão de alunos cegos em escolas regulares e sobre o fechamento das escolas especializadas. Se possível diga também se a ONCB, vem agindo em relação a essa questão.

Marcio: A ONCB, no que tange a Educação, vem agindo sim. E de forma bem efetiva. ONCB, Fenasp e Fenapaes vem atuando de forma bem articulada.
Quanto ao modelo educacional, penso que a Convenção não exclui nenhum modelo em detrimento do outro.

Mesmo que por princípio a defesa é pela educação inclusiva, isso não quer dizer que a educação especializada é segregadora e excludente. Além disso, há o princípio que prevê o respeito pelas capacidades e pela liberdade de se fazer as próprias escolhas. Enquanto as Escolas comuns e os Professores não estiverem preparados para receber os alunos com deficiências, é um crime jogar esses alunos em espaços não preparados. A idéia do contra-turno é excelente. Porém, é preciso entender que o processo está acontecendo agora. É tudo muito novo e é necessário aceitar que todo processo em construção exige mudanças. Neste caso, a mudança é paradigmática e para todos: escola, alunos, profissionais. No final tudo vai dar certo. Só precisamos estar atentos com a qualidade dos serviços prestados para não prejudicarmos uma geração.

14. Você já tem bastante envolvimento com as questões das pessoas com deficiência, tendo participado de importantes conselhos, associações e eventos, nos conte se já teve ou tem vontade de se candidatar a algum cargo político?

Marcio: Já tive sim. Mas vontade dá e passa. Teve uma época que pensei sim.
Mas faz tempo. Política é máquina de moer gente e não quero ser moído.
Muito menos fritado.

Gosto de formular política, articular, pensar estratégias. Mas não sei se teria gás para fazer uma campanha. Sou muito transparente e não saberia ter que mentir para o eleitor só para ter que ganhar votos. Além disso, mais que a vontade pessoal, penso que uma candidatura a um cargo público tem que sair de um grupo político.

Se meu nome fosse colocado por algum grupo para este desafio, quem sabe não toparia? Talvez topasse ir para o sacrifício em favor de um grupo, mas teria que analisar bem a viabilidade eleitoral, os recursos disponíveis para a campanha e etc. Não entraria numa eleição só para me desgastar. Teria que ser para ganhar por que o sacrifício é muito grande. Teria que valer a pena... Teria que pensar muito para topar uma empreitada de ser candidato. Penso que hoje, depois das minhas diversas experiências, se tivesse que escolher, gostaria de ir para um cargo de gestão. Me sinto pronto para enfrentar um grande desafio. Sei que poderia fazer algo diferente em prol da nossa gente, apesar de estar ciente das dificuldades de que a política para pessoas com deficiências ainda fica em segundo plano em termos orçamentários. Mas aprendi a me articular e sei ser criativo.

15. Quais são seus planos para o futuro?

Marcio: Hoje penso em me focar um pouco mais nas questões atinentes à deficiência visual. Quero me voltar mais ao movimento de cegos, ao trabalho no TJ, a uma pós-graduação em Gestão de Pessoas... No final do ano, com a terceira Conferência Nacional, pretendo encerrar um ciclo da minha vida. O mandato do CONADE acaba e vou me voltar mais para as coisas no RJ. Mas como a vida é dinâmica, assim como a política, não sei se o que penso hoje é o que acontecerá amanhã.

16. A deficiência visual lhe impediu ou atrapalhou na realização de algum objetivo?

Marcio: Ser cego não é limitação suficiente para eu deixar de fazer nada que quero. Brinco dizendo que os cegos são seres superiores, já que podem fazer tudo que as outras pessoas fazem sem enxergar.

17. Deixe uma mensagem para os leitores do Contraponto

Marcio: Nenhuma conquista de direitos foi fruto da nossa acomodação. Foi sim,
fruto da nossa indignação. Não conseguimos nada sozinhos. Só vencemos os adversários quando estamos juntos. Não há conquista sem luta e nem há luta sem unidade.
Mas devemos enfrentar todos os desafios com a ternura dos grandes guerreiros.

IVONETE SANTOS

# 12.SAÚDE OCULAR

Esta coluna é assinada pelo HOB - Hospital Oftalmológico de Brasília
atfdf@uol.com.br
O jornal Contraponto mantém um convênio informal com aquela renomada instituição.
Caso deseje, o leitor pode sugerir o tema para uma próxima pauta.

*Vírus da gripe pode se tornar conjuntivite em crianças

Brasília, 24/4/2012 - O frágil sistema imunológico do recém-nascido e da criança na primeira infância (até os 4 anos de idade) é mais suscetível à ação de microrganismos, como bactérias e vírus como o da gripe que, ao entrar em contato com os olhos, pode converter-se em conjuntivite.

Não existem estatísticas oficiais, mas oftalmologistas estimam que as crianças são a maioria dos pacientes com conjuntivite. "Em creches, os bebês ficam muito próximos e quando há uma criança com conjuntivite, o contágio acontece rapidamente. Na escola, a própria interação entre as crianças por si só favorece a transmissão de vírus e bactérias quando há alguém com esse quadro. A higiene é fundamental para reduzir o contágio", explica a oftalmopediatra do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Dorotéia Matsuura (CRM 9146/DF).

Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma fina membrana transparente que reveste o globo ocular e o interior das pálpebras. Existem três formas de conjuntivite: as virais, as bacterianas e as alérgicas.

Vírus - A conjuntivite viral, a forma diagnosticada com maior frequência, é causada pelo mesmo vírus que provoca o resfriado comum, observa a médica do HOB. Assim como um resfriado, que se espalha rápido entre as crianças, esta forma de conjuntivite também é altamente contagiosa. As crianças normalmente espirram e colocam as mãos na frente do nariz e da boca, em seguida coçam os olhos. Dessa forma, o vírus do resfriado entra em contato com os olhos e desencadeia a conjuntivite.

Quando contaminada, a criança manifesta como sintomas a vermelhidão ocular, lacrimejamento intenso, sensação de areia nos olhos, uma pequena quantidade de secreção, inchaço das pálpebras e dor. Segundo a oftalmologista, "esses sinais manifestam-se em tempos diferentes nos olhos".

Bactéria - A conjuntivite bacteriana é uma forma altamente contagiosa da conjuntivite. Muitas bactérias inofensivas aos adultos apresentam perigo de infecção nas crianças. "Este tipo de conjuntivite geralmente deixa o olho bem vermelho, com uma grande quantidade de secreção e acomete ambos os olhos simultaneamente, mas não há dor nem inchaço", esclarece.

Alergia - A conjuntivite alérgica ocorre quando o olho entra em contato com alguma substância irritante. Não é contagiosa. "Este tipo de conjuntivite é geralmente associado com vermelhidão na parte branca do olho ou da pálpebra interna e pode ser confundida com as outras formas de conjuntivite. Por isso é importante que os pais levem as crianças o quanto antes a um especialista para identificar qual a espécie de conjuntivite está se manifestando", reforça.

Tratamento - O tratamento varia de acordo com o tipo de conjuntivite assim como o tempo de cura do problema. A bacteriana é mais fácil e rápida de tratar. Com a aplicação de colírios antibióticos, em três dias a criança já apresenta melhora, explica a oftalmopediatra do HOB.

Já na conjuntivite viral o processo é demorado e exige mais cuidados. "O vírus tem um ciclo próprio, normalmente de sete dias, e o tratamento nos casos de conjuntivite viral buscam aliviar os sintomas até que esse ciclo tenha fim. Entre as medidas suportivas estão a compressa de água gelada, a higienização dos olhos com soro fisiológico e, eventualmente, a indicação de colírios de lágrima artificial", lista Dorotéia.

Algumas vezes, dependendo do tipo de vírus, depois do quarto ou quinto dia de evolução da conjuntivite viral, surge uma membrana interna nas pálpebras, configurando a fase aguda da infecção. "Esse quadro causa um inchaço na região palpebral e a conjuntivite só começa a apresentar melhora depois que o médico retira essa membrana. Nesses casos, o tempo de cura leva em torno de 30 dias", prevê.

Infiltrados - Em determinadas situações, algumas crianças podem ainda evoluir o quadro para uma conjuntivite viral crônica, quando surgem pontos esbranquiçados pela córnea. "As crianças com esse quadro apresentam embaçamento visual apesar do olho não apresentar mais nenhum sinal de irritação. Com o tratamento adequado, a base de colírios corticoides, a conjuntivite leva até 12 meses para regredir", adverte a especialista.

Cuidados - A especialista do HOB lembra que higiene é fundamental para evitar o contágio da conjuntivite e enumera dicas para evitar adquirir a infecção em casa, creche ou escola:

. Não reutilizar lenços e toalhas ao limpar o rosto e os olhos;

. Lavar as mãos frequentemente;

. Não tocar ou coçar frequentemente os olhos;

. Não usar cosméticos inapropriados para a idade e / ou compartilha-los com outras pessoas;

. Usar óculos de mergulho para nadar;

. Separar os objetos de uso pessoal da criança contaminada em casa;

. Evitar o contato próximo da criança com outras pessoas e não levá-la pra escola/creche/piscina;

. Trocar os lençóis e toalhas de banho e rosto da criança contaminada com frequência.

Cooperação - Segundo a especialista do HOB, pais e professores devem trabalhar em conjunto:

. Incentivando as crianças a lavarem as mãos frequentemente;

. Recomendando que evitem tocar/coçar os olhos;

. Desencorajando-os a fazer o compartilhamento de toalhas, panos, lenços e tecidos para limpar o rosto e os olhos.

Mais informações:
ATF Comunicação Empresarial

***

*Blefaroespasmo, o tremor ocular do estresse

Brasília, 3/5/2012 - O hábito de piscar os olhos é essencial, porque a lágrima limpa e lubrifica a córnea. Com isso, neutraliza a ação de microrganismos que podem provocar infecções oculares. No entanto, situações estressantes, cansaços físico e psicológico podem provocar mais do que piscadas, mas o abrir e fechar ininterruptos das pálpebras, o chamado blefaroespasmo.

A título de observação, normalmente, as pessoas piscam de 20 a 25 vezes por minuto.

Existem contrações pequenas e pontuais, causadas por situações cotidianas que desencadeiam tremores, os quais aparecerem e desaparecem rapidamente. E, há os quadros que exigem maior atenção e investigação médica, "quando os tremores são ininterruptos, fazendo com que a pálpebra se contraia por longos períodos, causando a chamada cegueira funcional", explica a oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Patrícia Moitinho (CRM 15368/DF).

Consequências - A consequência desses espasmos é que os portadores ficam impossibilitados de andar, dirigir e até de trabalhar.

De acordo com Patrícia, estudos indicam relação do blefaroespasmo com o estresse, cansaço físico e psicológico, mas também com fatores genéticos ligados às doenças musculares ou neurológicas.

O fator neurológico faz com que haja tremor muscular. O blefaroespasmo pode ser um sinal de problemas neurológicos como distonias, que são mais comuns em indivíduos que têm uma disfunção nas estruturas cerebrais responsáveis pelo refinamento dos movimentos. A evidência é o fato dos músculos serem ativados sem que haja necessidade dessa ativação, ilustra a especialista.

Confusão - Segundo a médica do HOB, a confusão entre o blefaroespasmo e o chamado "tique nervoso" faz com que muitos pacientes entrem em depressão ou busquem tratamentos ineficazes. Também há pacientes que demoram para procurar ajuda e médicos que desconhecem a patologia, diz Patrícia ao orientar que nesses casos o indicado é procurar um oftalmologista. "A oftalmologia trata das causas deste quadro e pode elaborar um tratamento conjunto com outras especialidades, como a psiquiatria e a neurologia, dependendo do quadro ou da causa do blefaroespasmo", comenta.

Tratamento - Os casos de blefaroespasmos prolongados são tratados de acordo com o tipo: primário ou secundário.

Blefaroespasmos primários não têm causa ocular aparente e são tratados com a aplicação de toxina botulínica (botox) na região. Esse procedimento ameniza as contrações, abranda as dores e ajuda a corrigir a contração do músculo. O tratamento leva de quatro a seis meses, contudo os efeitos são percebidos em sete dias, prevê a médica.

O blefaroespasmo secundário deriva de outro problema de saúde, seja uma patologia ocular ou neurológica. Conforme a descrição da médica do HOB, é comum pacientes com conjuntivite, olho seco, entrópio (pálpebra virada para dentro) e ectrópio (pálpebra virada para fora) apresentem o quadro de blefaroespasmo. Nesses casos, para eliminar as contrações o ideal é tratar a causa. Colírios, relaxantes musculares e drogas que atuam nos neurotransmissores e no controle motor, além de ansiolíticos e antidepressivos, também auxiliam, dependendo do caso, completa.

A oftalmologista do HOB ressalta a importância procurar um especialista para acompanhar a evolução do blefaroespasmo, identificar sua tipologia e iniciar o tratamento adequado com orientação de um médico.

Mais informações:
ATF Comunicação Empresarial
Assessoria de imprensa do HOB

Contatos:
Teresa Cristina Machado
José Jance Grangeiro
Tel.: (61) 3225 1452

HOB (Hospital Oftalmológico de Brasília)

#13. REENCONTRO

COLUNA LIVRE:

Nome: Climério da Silva Rangel Júnior
Formação: 3º grau
Estado civil: Casado
Profissão: Auxiliar de Radiologia
Período em que esteve no I B C.: 1966 à 1975
Breve comentário sobre este período: Maravilhoso, conheci muita gente, tive grande evolução em minha vida estudantil. Em suma, foi muito bom.

Residência Atual: Rua Oliva Maia, 66, apt. 310 - Madureira
Contatos: (fones e/ou e-mails) 8702-3892 / 2583-9240

#14. TIRANDO DE LETRA

COLUNA LIVRE:

Falando com Deus

Chegou mais um fim do dia e vi outra vez o brilho do sol
Na minha janela, ouvi mais uma vez o doce canto do rouxinol
No azul do céu, senti o olhar de Deus, confundindo-se com os olhos meus
No sussurro do vento, reconheci seu canto, numa melodia sem igual!
A cada gota de chuva, pedacinhos do seu amor, bordavam meu vestido com o mais nobre cristal!
O meu Deus é o pintor mais talentoso!
O azul esverdeado dos seus rios é o mais caudaloso!
É o poeta que traduz o amor com uma palavra apenas
É maré que inunda de júbilo, a mais inesperada cena
Sua presença tem o sabor das mais requintadas iguarias!
Seu trono é mais brilhante que a mais nobre das especiarias!
Quero o canto dos seus anjos a me ninar.
Quero os bosques do seu reino, a me encantar
Quero na sua corte morar e eterna princesa ser!
Pois como não ser princesa, se sou filha do rei dos reis!

Suilan Lira Sena.

***

Cordel sobre métodos naturais contraceptivos

Não sou ginecologista
mas estou a seu dispor
senhoras e senhoritas
vou lhes prestar o favor
para ver se estão férteis
uso método sem dor.

Vou tratá-las com amor
ao medir temperatura
o buraco não importa
a medida é segura
ao usar meu instrumento
já percebo a quentura.

Também meço a largura
que está sua vagina
se larga, como de velha
ou estreita, de menina
aproveito pra fazer
a inspeção uterina.

Também testo a resina
que é chamada de muco
para ver a cor do bicho
tô usando meu trabuco
se tá claro como clara
com a língua eu cutuco.

Garanto que não machuco
com esse meu tratamento
trato todas com carinho
aproveito o momento
como não fiz medicina
não respeito juramento.

Outras coisas eu invento
para dar satisfação
a cliente sai sorrindo
inda cheia de tesão
vai pra casa ligeirinho
descarregar a tensão.

Presto muita atenção
se o cérvix tá delgado
se tá duro ou tá mole
se curto ou alongado
como vou meter a mão
procuro ser delicado.

É preciso ter cuidado
e usar a camisinha
os métodos naturais
são coisas de adivinha
podem evitar um filho
se os dois andam na linha.

Inda tem a tabelinha
mas tem que saber usar
ver o ciclo menstrual
e todo mês anotar
todo cuidado é pouco
se este não é regular.

Acho bom eu acabar
com essa prosopopéia
falar sobre esses temas
sempre dá uma idéia
vou chamar minha vizinha
que sei ser uma tetéia.

Tenho uma panacéia
pra curar fertilidade
de casadas e solteiras
não importa a idade
é só vir me visitar
que eu faço a caridade.

Eu só falei a verdade
isto eu posso jurar
se não crê no que falei
um doutor vá procurar
eu aqui faço de graça
lá o cara vai cobrar!

Luís Campos (Blind Joker)

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos
(ex- alunos/alunos ou não) do I B C.
Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação
(contraponto@exaluibc.org.br).

#15. ETIQUETA

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.unisys.com)

Acessórios dizem sobre você (Por Letícia González)

1- Brincando com os óculos

Abaixá-los para ver por cima deles
Pode ser um gesto sedutor, que mostra o interesse da pessoa à frente, ou, ao contrário, uma atitude irônica (beirando o desprezo!).

Usá-los como uma tiara
Além do lado prático, o gesto serve para deixar o rosto em evidência. É muito comum ver também homens fazendo-o, principalmente os calvos, que usam inconscientemente o acessório para disfarçar a calvície.

Colocar uma das hastes na boca
Chupar de leve uma das hastes, como quem usa uma chupeta, é um sinal de atração pela pessoa à nossa frente.

Empurrá-los em direção a testa usando o indicador
É uma maneira de esconder-se por trás dos óculos. Isso ajuda a ocultar sentimentos que não queremos mostrar ou disfarçar um incômodo.

2- Levando a bolsa

No ombro direito, quando se é destra
O lado direito do corpo é comandado pelo hemisfério esquerdo do cérebro, ligado à cognição, lógica, autoridade. Então, se carregamos a bolsa no ombro direito e somos destras, isso revela uma personalidade direta.

No ombro esquerdo, quando se é canhota
É canhota e leva a bolsa do lado esquerdo? É provável que seu perfil seja mais ligado à intuição e à imaginação.

3- Acendendo o cigarro dos outros

Esticando o braço
O gesto, defensivo, deixa claro que a distância não deve ser ultrapassada. Você quer proteger o seu campo de intimidade.

Dobrando o braço, obrigando o outro a se aproximar
A zona de confiança fica entre 15 e 50 cm, onde podemos ouvir um susurro e o ritmo da respiração do outro. O gesto é um convite para adentrar nesse espaço íntimo mesmo. Pode ser também uma franca tentativa de sedução.

Você já se pegou fazendo um desses gestos?

RITA OLIVEIRA

#16. BENGALA DE FOGO

O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre)

O Cego, a cachaça e a Panela de Pinhão

Como é de costume, por volta das vinte e duas horas, eu fui aqui do lado de casa, no barzinho tomar, uma, duas, três ou mais pinguinhas, né!
Como não tinha movimento, devido as comemorações da semana santa, o dono do bar, resolveu fechar, e antes disto, me serviu um queijinho de tira gosto.
Ao fechar o bar, eu, porém, ainda não satisfeito, pedi a ele que pegasse uma garrafinha, desta, chamada de caçulinha, e encher de mais pinguinha, né!
Voltei para casa, e como aquele queijo estava bom demais, na geladeira daqui de casa, tinha um pedaço de mussarela, peguei, tirei um pedaço, e sentei para poder acabar com aquela pinguinha que estava na garrafa.
Foi aí, que senti um cheiro de pinhão cozido.
Levantei da mesa, e fui verificar, e realmente tinha lá em cima do fogão a gás, uma panela de pressão cheia de pinhão.
Como a água estava fria, liguei o fogo para dar uma esquentada, e poder saborear um pinhão, né!
Voltei para a mesa, e continuei a degustar um queijo e o restante da pinguinha.
Como, eu já tinha bebido, uma, duas, três, quatro, e nem sei lá quantas mais, fui dormir, e esqueci da panela no fogo.
Gente, isto deveria ser, por volta das 23 horas, mais ou menos.
A minha sorte, não sei como, a tampa da panela, de acordo com a minha mãe, não fechou direito, e com isso não deu pressão, né!
A minha mãe, levantou por volta das 6 horas e o que ela achou em cima do fogão?
Uma panela preta, pinhão torrado e o gás ligado!
A água ferver, deve ter apagado o fogo, creio, eu.
Agora, e se a panela tivesse explodido?
O que seria da casa, forrada e antiga!
Fica, aí, uma pergunta!
Destino, sorte ou presença de Deus com a minha pessoa?
Isto, é mais um relato de um cego, que desta vez não foi feijão, mas sim, pinhão!

OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógico/cultural, foram
tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)
PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa
redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

#17. GALERIA CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE

Tom Clack -- Quanto Vale uma Verdadeira Esposa (Ralph Bugg)

Porque tinha uma esposa que lhe encantou a vida e foi os seus olhos, a cegueira não impediu que Tom Clack prosseguisse o sacerdócio da Medicina.
Como todo médico de aldeia, Tom Clack ajudou a nascer muitas e muitas crianças, entre as horas mortas que se arrastam, sonolentas, da meia-noite ao alvorecer. Foi num desses momentos que a cegonha veio abençoar a casa de Josephine Jefferson, esposa de um lavrador do lugarejo. Os trêmulos cricris dos grilos enchiam ainda a madrugada preta como breu quando John Jefferson acordou o dedicado médico.

-- Doutor, Doutor! Venha depressa! A criança está para nascer!

Enfiando a cabeça desgrenhada pela janela, o médico respondeu:
-- Estaremos lá imediatamente, John. Volte e ponha um pouco de água a ferver!

Poucos minutos depois, o Dr. Clack abriu a porta dos fundos e avançou com firmes passadas para a estrebaria. Embora a noite fosse de um negror quase impenetrável, não levava consigo nenhuma lanterna. Tom Clack estava habituado à escuridão: era cego.

Com desembaraço absoluto chegou ao enorme galpão, retirou a tranca e despertou Selim. Meteu o freio no dócil animal e puxou-o para fora, onde rapidamente o encilhou, ajustando uma por uma as correias.

Ergueu em seguida os varais da charrete e chamou carinhosamente:
-- Vem cá, Selim... Vem cá, amigo velho... Afagou-lhe paternalmente os flancos enquanto o animal se acomodava entre os varais. Examinou depois os arreios e galgou com agilidade a boléia do carro humilde.

Teresa Clack assomou à porta, lanterna em punho, e apressou-se a ocupar o assento ao lado do marido. Tomou as rédeas nas mãos e puseram-se a caminho.

Como podia praticar a Medicina um homem cego? Como era capaz de arrear um cavalo, atender aos chamados dos doentes e, acima de tudo, como podia parturiar? A resposta é um fato que não encontra precedente na história da Medicina.

A primeira revelação da personagem que possibilitou ao Dr. Clack transpor uma barreira aparentemente intransponível, mostrou-se muitos anos antes que a cegueira lhe fechasse ao espírito as belezas do mundo objetivo. Tom Clack era um mestre-escola do sertão, quando casara.

Agradava-lhe ensinar, mas sentia inclinação maior ainda para a carreira médica. Esta ambição, que lhe alimentava uma esperança firme e resoluta, manifestou-se desde a meninice. Rapaz já taludito, permanecera noites sobre noites à cabeceira de amigos enfermos e aspirava intimamente a mitigar os sofrimentos dos que adoeciam. Sua família, porém, era pobre e a ela parecia um sonho de criança louca, arcar com as elevadas despesas decorrentes dos estudos. E o jovem professor primário viu-se por isso, compelido a cursar a faculdade a intervalos, na medida em que o permitissem as economias do magro salário que percebia.

Depois de se ter casado e construído um lar, prefigurou-se que passava o tempo e que o desejo de ser médico jamais se realizaria.

Certa noite, entretanto, deixou escapar à esposa uma confissão que era mais um gemido de desesperança: "Nunca, nunca me sentirei feliz como simples professor. A minha vocação é a Medicina! Para grande surpresa sua, Teresa concordou e achou aquilo até uma boa idéia. E, mais estranho ainda, disse que de qualquer forma haveria de se dar um jeito.

Transferiram residência então para Birmingham, onde Tom se matriculou na faculdade de Medicina. Sua sólida base secundária e a madura determinação capacitaram-no a sobrepujar os primeiros obstáculos. Toda vez que a subida lhe parecia íngrime demais, Teresa animava-o com
carinho e com estímulo. E quando seus olhos falharam, por um período de vários meses, a dedicada esposa leu para ele e fez as vezes de repetidor. Interessou-a tanto o estudo da Medicina, que repassou curiosamente todos os compêndios que Tom adquiria. O diploma veio com o nome do marido, mas Teresa merecia também figurar nele. Chegaria, porém, o tempo em que iria demonstrar o que aprendera. O casal estabeleceu-se a seguir em Abanda, no Estado de Alabama, onde Tom mandou fazer a sua placa. Trabalhou dia e noite, socorrendo os que dele precisavam e independente de sua condição social e de sua capacidade de pagar os serviços médicos.

E Teresa, além das obrigações domésticas, preparava as receitas mais simples, ajudava o marido atender aos acidentados e algumas vezes, acompanhava-o nas visitas aos doentes. Numa gélida manhã de inverno, três anos após a formatura, principiou Tom Clack um novo dia, um dia
que, para ele, se antolhava rotineiro como os outros. Não podia imaginar que ele ficaria marcado a fogo em sua vida. Comunicou a Teresa que sua primeira visita seria a um menino da aldeia de Shilon. E pouco depois de se despedir com um beijo da esposa amada, a charrete sacolejava pela
péssima estrada que conduzia a Shilon. Súbito, as rodas dianteiras tombaram num buraco mais fundo e a mola partiu-se. O chão do carro bateu com violência sobre o eixo, produzindo um estrondo seco e surdo. Com a dureza do solavanco, os olhos do Doutor Clack anuviaram-se. Manchas informes começaram a dançar à sua frente, e a cada sacudida da charrete estropiada mais e mais a visão se lhe toldava. O cavalo conhecia o caminho de Shilon e foi por isso que Tom chegou à residência do pequenino enfermo. Antes, porém, de lá arribar, negra cortina de fumo separara-o do mundo material.

-- Pedirei a um colega que venha ver Bobby amanhã, disse aos pais do menino; agora sou eu que precisa consultar um médico.

O Dr. Clack e a esposa correram a Birmingham e lá se dirigiram ao consultório do melhor oftalmologista.

Tom esperava o pior, e o especialista confirmou-lhe as suspeitas.

-- Romperam-se os vasos, disse ele, a hemorragia turvou o humor-vítreo. Nada posso fazer...

Duas operações realizadas por um cirurgião de renome nacional, de nada adiantaram. Após a segunda intervenção, disse-lhe o oculista:

-- Dr. Clack, nada mais há a fazer. Não vejo razão para que o senhor continue a gastar e a se submeter a novas torturas. Lamento muito, mas o senhor não recuperará a vista... As palavras do médico tiveram o efeito de uma prensa hidráulica, e o jovem par voltou para casa com o coração
partido. O futuro, a Teresa parecia negro. A carreira de Tom estava encerrada. Que mais eram capazes de fazer? Já os aldeãos não se poderiam valer do seu médico, que o médico era agora o paciente. Quando se espalhou a notícia que o Dr. Clack estava cego e teria de abandonar a
clínica, os campesinos acorreram em massa à sua residência e suplicaram que prosseguisse. E foi assim que um dia o Dr. Clack disse à mulher que decidira tentar o impossível: continuaria a servir à população do lugarejo, a despeito de não ver sequer o vulto dos enfermos.

-- Como, Tom? Como?! Indagou Teresa, triste e aflita.
-- Trabalharemos juntos, querida. Você será os meus olhos!

Tom e Teresa gastaram muitas horas exercitando-se para trabalharem juntos. Perdida a visão, Tom apurou o tato e o ouvido e se tornou capaz de perceber os mínimos ruídos internos, começou a auscultar o organismo com uma precisão que jamais supusera ser possível. Fez-se mestre da
pulsação, da percussão e do estetoscópio. Aprendeu a perceber muitos aspectos do estado geral dos pacientes pela maneira como falavam. E, vivendo no mundo das trevas, adquiriu intenso poder de concentração, que lhe permitia raciocinar com clareza nos casos mais difíceis e complexos.

Teresa descrevia os sintomas que ele não podia sentir ou ouvir. Muito lhe valeram então as horas que empregou na leitura dos livros de ciência médica e o tempo que gastou a fazer-se de repetidor. Teresa era o melhor par de olhos que poderia possuir um médico cego.

Dois amigos cirurgiões exercitaram Teresa na prática da técnica operatória elementar. Ensinaram-na, dentro da sala de operações, a trabalhar com os fios de categute e a conhecer o tipo de sutura a
empregar em cada caso. E explicaram-lhe também a arte operatória, de modo a capacitá-la a auxiliar o esposo toda vez que doentes necessitados de intervenção cirúrgica se entregassem aos seus cuidados. Propagou-se a reputação do Dr. Tom Clack através de toda a região, em virtude de sua luta heróica contra a cegueira. Ampliou-se a sua clínica, e, em 1935, mudou-se para Wadley, cinco quilômetros além de Abanda. Sua atividade, apesar da falta de vista, tem sido causa de espanto de quantos forasteiros chegam a Wadley.

Certa feita interrogaram-no se usava bengala. E a resposta não se fez esperar:
-- A única coisa que eu uso é ela; e apontou para a esposa.

Tom Clack está agora com 75 anos, e uma afecção cardíaca impede-o de visitar os enfermos. Não obstante, mantém em casa o consultório em funcionamento e atende a qualquer hora do dia ou da noite. O estranho que entrar no seu consultório, não perceberá que ele é cego: Tom reconhece a maioria dos clientes pelas passadas ou pelas duas ou três palavras de cumprimento, chamando-os pelo nome tão depressa penetrem no gabinete.

Nos seus melhores dias, identificou casos raros que não se encontravam nos anais médicos. Muitas vezes em que o seu diagnóstico se chocou com o de outros colegas, a evolução da moléstia provou que a razão estava com ele. Alguns doentes têm tal fé no Dr. Clack, que viajam centenas de
quilômetros para consultá-lo. É noite, Teresa e Tom recolhem-se, após um dia de trabalho intenso. É nessas horas que ela lê em voz alta os jornais, as revistas e as publicações médicas. Tom aprende os mais abstratos tratados de Medicina com uma só leitura. Seguidamente inicia uma alocução com palavras assim: "Li no jornal ontem..." ou "li sobre esse caso no jornal da Associação médica." Não se pode negar que os grandes serviços prestados pelo Dr. Clack às populações do Alabama
Oriental, foram em grande parte decorrentes da devoção da esposa.

A despeito de sua capacidade notável, precisou de auxílio, e Teresa Clack dedicou-lhe a vida, transformando-se nos olhos que viam para ele.

-- Sinto-me feliz por não haver nascido cego, diz Tom Clack, porque assim pude ver como são muitas coisas. Sei como é o homem, vi a rosa em todo o seu esplendor e as crianças a dar os primeiros passos na estrada da vida. Mas, melhor que tudo, guardo uma radiante recordação de Teresa.

Dou graças a Deus por ter tido a grande ventura de vê-la.

//Fonte: Revista Brasileira para Cegos / Novembro de 1956

#18. PANORAMA PARAOLÍMPICO

Colunista: DIEGO CORREA ( diego8759@yahoo.com.br)

1- Brasil vence Argentina nos pênaltis e conquista o desafio de Fut 5

Para iniciar esta coluna paraolímpica de Maio, trago uma importante notícia sobre o desafio internacional de Futebol de 5 entre Brasil e Argentina ocorrido em solo Brasileiro. A propósito, não sei se assistiram, mas o Globo Esporte deu mídia a esta matéria semana passada. A matéria está abaixo. Apreciem!

Difícil, tenso e disputado. Esses três adjetivos resumem como foi a final do terceiro Desafio Internacional Loterias Caixa de Futebol de 5 entre Brasil e Argentina, e de forma emocionante, nos pênaltis (2 a 0), depois de empate em 1 a 1 no tempo normal, a Seleção Brasileira faturou mais uma vez o título do torneio em cima dos nossos maiores rivais, na manhã do último domingo (13), no campo de grama sintética dentro do Estádio do Morumbi, em São Paulo.

As duas seleções haviam jogado três partidas, terminando todas empatadas (1 a 1, 2 a 2 e 0 a 0). Com isso a última partida entre as equipes seria decisiva, e quem vencesse levava o título da terceira edição do evento.

O Desafio serviu para as duas seleções se prepararem para os Jogos Paralímpicos de Londres, e ao final da competição o presidente da CBDV, Sandro Laina Soares, agradeceu as duas delegações e ao patrocinador da Seleção Brasileira de Futebol de 5.

- Ao fim de mais um evento temos que agradecer as duas seleções. Parabéns ao Brasil, à Argentina. Espero vocês (Argentina) de novo ano que vem. Obrigado ao nosso patrocinador Loterias Caixa e ao São Paulo Futebol Clube que nos cedeu esse espaço maravilhoso – disse Sandro Laina.

O jogo
Assim como nas outros jogos, a Argentina jogou bastante recuada, esperando o Brasil sair para o jogo. Jefinho, melhor jogador do mundo na atualidade, era a maior esperança de gols da equipe, mas retranca dos Los Murciélagos – como é conhecida a seleção da Argentina – evitava que o Brasil chegasse com perigo.
Sem muitas chances, o primeiro tempo terminou com o zero no placar para as duas equipes. O frio e o céu cinzento que estavam na cidade de São Paulo aumentavam o clima de tensão que estariam por vir na etapa final. O Brasil até que melhorou no jogo, mas falhava na hora da finalização. Até que a aproximadamente quatro minutos para acabar o jogo, o talento individual do melhor jogador do mundo fez a diferença, e Jefinho em grande jogada abriu o placar para o Brasil – sendo a primeira vez que a Seleção saia na frente na competição -. Com o placar adverso os argentinos abriram mão da retranca e partiram para o ataque.
O Brasil se segurava bem e a cada segundo passado se aproximava mais do título. Mas faltando um minuto e doze segundos para o final do jogo veio o castigo.
Lucas Rodriguez acertou um belíssimo chute e a bola foi no ângulo, tirando qualquer chance de defesa do goleiro Taffarel. Não deu tempo para mais nada e partida terminou em 1 a 1.

Para a disputa de pênalti o Brasil contou com a experiência e talento dos seus jogadores. Bill que havia feito dois gols de bola parada durante a competição foi o primeiro batedor da série, e não decepcionou e abriu 1 a 0 para a Seleção Brasileira. Froilan foi o primeiro cobrador argentino, e logo de cara brilhou a estrela do goleiro Taffarel, que defendeu a cobrança. Logo após Brasil e Argentina desperdiçaram uma cada. A terceira penalidade para o Brasil seria decisiva, e caso Marquinhos convertesse daria o título para os brasileiros. E não foi diferente. O camisa seis da Seleção chutou e bola bateu no ferro que sustenta a rede dentro do gol e saiu. O goleiro da Argentina ainda reclamou que a bola não havia entrado, mas não adiantou de nada. Brasil tricampeão do Desafio Internacional Loterias Caixa de Futebol de 5.

Depois de conquistar mais um título à frente da Seleção Brasileira, o técnico Ramon Pereira, comentou a preparação do Brasil e o maior objetivo dessa equipe.

- Esse Desafio foi crucial para a preparação do Brasil nos Jogos. Vimos detalhes técnicos e táticos. Nosso objetivo é o ouro na Paraolimpíada – comentou o técnico brasileiro.

O Desafio Internacional Loterias Caixa de Futebol de 5 foi realizado pela CBDV e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, com o patrocínio da Loterias Caixa e o apoio do São Paulo Futebol Clube, que cedeu um campo de grama sintética dentro do Estádio do Morumbi para a realização das partidas.

Resultados
9/5 – Brasil 1 x 1 Argentina
10/5 – Brasil 2 x 2 Argentina
12/5 – Brasil 0 x 0 Argentina
13/5 – Brasil 1 x 1 Argentina (2 a 0 Brasil nos pênaltis)

Comentários:
Como valeu a pena este desafio. Argentina e Brasil são as duas melhores Seleções de Futebol de 5 no mundo, visto que nas cinco edições do campeonato mundial os Argentinos ganharam duas e os Brasileiros três.

Este desafio internacional, com certeza, contribuirá bastante para a nossa preparação para os jogos Paralímpicos de Londres.

***

2- Primeira etapa do Grand Prix infraero de Judô para cegos termina com sucesso em São Paulo

Para a segunda matéria da coluna, trago duas importantes notícias, quais sejam, o campeonato de Judô e o importante patrocínio conseguido junto à Infraero no valor de quinhentos mil reais para serem investido no judô Paraolímpico. A matéria está logo abaixo. Confiram com atenção!

A torcida compareceu em peso no Ginásio do Clube Juventus, em São Paulo, para acompanhar as lutas de mais de 120 judocas de 13 estados brasileiros. O Grand Prix Infraero de Judô para Cegos reuniu, pela primeira vez, atletas de outros países: Argentina e Guatemala. A competição, celeiro de jovens talentos, também serviu para a coordenação técnica avaliar os atletas que representarão o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres. A lista oficial dos convocados sairá até junho.

- O saldo do evento foi bem positivo. A competição mostrou uma evolução quantitativa e técnica. A prova desse avanço são os resultados dos brasileiros em competições fora do país. O apoio da Infraero e o bom trabalho de base das mais de 25 entidades são fundamentais para o sucesso da modalidade, que é uma das melhores do mundo - analisou o vice-presidente do CPB, Mizael Conrado.

O técnico da Seleção Brasileira de Judô Paralímpico, Alexandre Garcia, segue o mesmo coro do vice-presidente do CPB, e também analisou a evolução técnica do judocas brasileiros.

- O nível melhorou bastante tecnicamente. Deu para perceber que não foi somente um ou dois atletas que se destacaram. Tivemos muitas surpresas que, inclusive, ganharam dos judocas da Seleção. A presença da Argentina também foi extremamente importante. Esse intercâmbio possibilita uma preparação eficiente para os Jogos, já que os três argentinos são medalhistas Paralímpicos e mundiais - avaliou Garcia.

Além da presença animada da torcida, um grupo de crianças, representantes da Imprensa Jovem, participou da competição. O grupo realizou entrevistas e fotografou atletas, técnicos e dirigentes.

Lutas
Em luta equilibrada e disputadíssima, Giovanna Pila e Deanne Almeida disputaram golpe a golpe o ouro da categoria pesado, de até 78kg. Por ippon, Giovana sagrou-se campeã.

- Aumentei a carga dos meus treinos e estou muito focada para conseguir ir aos Jogos de Londres. Fiquei realmente feliz com a minha vitória, foi uma luta dura, me superei. Sonho em buscar o ouro em Londres - falou, emocionada, a gaúcha Pilla.

Menos de um minuto. Foi o tempo necessário para o veterano Eduardo Amaral vencer o potiguar Arthur da Silva, por ippon, na categoria até 73kg. Em seguida, o argentino Jose Effron, campeão paralímpico, venceu Carlos Henrique Barbosa, também por ippon.

Apoio
Patrocinadora do judô olímpico e Paralímpico, a Infraero é patrocinadora oficial da modalidade. O Grand Prix foi realizado pela primeira vez em 2012 após o acordo de patrocínio firmado entre o CPB e a Infraero. A parceria consiste em um investimento total de R$ 500 mil, especificamente utilizados no judô paraolímpico. A verba é destinada à preparação da Seleção Brasileira permanente, a participação em Mundiais, além da realização de competições nacionais.

Adulto
Resultados no feminino:

Ligeiro: 1º Karla Cardoso (CEIBC), 2º Andreia Canteiro (ISMAC), 3º Hortencia Oliveira (CAIRA) e Luzia Santana (ISMAC);
Meio-Leve: 1º Michele Ferreira (ISMAC), 2º Benilce Magalhães (ISMAC), 3º Renatta Molina (CESEC) e Marilia Cristini Oliveira (CAIRA);
Leve: 1º Lucia Teixeira (CESEC), 2º Erika Zoaga (ISMAC), 3º Pamela Mathias (CAIRA) e Keila Silva (ADEVIBEL);
Meio-Médio: 1º Barbara Conceição (CEIBC), 2º Irma Marly P. Batista (ADEVIBEL), 3º Ana Luiza de Freitas (ADEVIBEL);
Médio: 1º Victoria Silva (CAIRA), 2º Kelly Assis (ADEVIBEL), 3º Maria dos Santos (ISMAC);
Pesado: 1º Giovana Pilla (ACERGS), 2º Deanne Almeida (ADEVIBEL), 3º Carolina da Silva (ADEVIBEL) e Josicleia Nascimento (APACE).

Resultados no masculino:

Ligeiro: 1º Rogerio Santos (CIPD), 2º Roberto Nunes da Paixão (J C LARA), 3º Rayfran Pontes (CESEC) e Rafael Santana Borges (J C Lara);
Meio-Leve: 1º Halyson Boto (ADEVIRN), 2º Bruno Rosa (ADGRASP), 3º Alessandro de Jesus (CEIBC) e Magno Marques (ADSC);
Leve: 1º Eduardo Amaral (CEIBC), 2º Arthur da Silva (ADEVIRN), 3º Denis Rosa (ADEVIG) e Fabio Alencar da Silva (ADVP);
Meio-Médio: 1º José Davi Effron (Argentina), 2º Carlos Henrique Barbosa (ADVIMS), 3º Harlley Arruda (CESEC) e Fabian Ramirez (Argentina);
Médio: 1º Mosias Rocha (CEIBC), 2º Rafael Renato Moreira (ISMAC), 3º Helio Passos (ACERGS) e Enaldo Costa (ADEVISE);
Meio-Pesado: 1º Jorge Lecina (Argentina), 2º Wanderson Porfirio (CESEC), 3º Marco Aurelio Santos (CESEC) e Adivanildo Araujo (APADEVI);
Pesado: 1º Wilians Araujo (CEIBC), 2º Alexandre Magno Silva (ADEVIRN), 3º Divino Aurelio Dinato (ADVEG) e Robson Souza (ASDEVRON).

Iniciante
Resultados no feminino:

Meio-Leve: 1º Keitlely Frazão (ADVP), 2º Andreia Meireles (CEIBC);
Pesado: 1º Priscila de Paula Alves (CESEC), 2º Sueli Simpliana (FOA);

Resultados no masculino:

Ligeiro: 1º Wellington Lopes (CEIBC), 2º Jonathan Lucas (CAIRA), 3º Maicon Tadler (ACERGS) e Paulo Vitor Lopes (ADGRASP);
Meio-Leve: 1º Davison Silva (CEIBC), 2º Jeferson Moraes Lopes, 3º Fernando Araújo (CEIBC) e Vagner Godinho (ADEVIBEL);
Leve: 1º Higor Rochel (CAIRA), 2º Marcio de Jesus Lazzarin (ACERGS), 3º Alexandre Nicolau Costa (FOA) e José Aparecido Ferreira (ISMAC);
Meio-Médio: 1º Marcelino Lara (ISMAC), 2º Aleilton Andrade (ADGRASP), 3º Guilherme Alenkert Rolim (CEIBC) e Francisco Ananias (CEIBC);
Médio: 1º Flávio Rodrigues (CEIBC), 2º Arlan Santos (ADGRASP), 3º Hildo Teixeira (CESEC);
Meio-Pesado: 1º Adenilson de Oliveira Vicente (ILITC), 2º Raphael Olimpio (ADGRASP), 3º Domingos Freire (CEDEMAC) e Vanderlei Gomes Lopes (ACERGS);
Pesado: 1º Luiz Henrique Cruz (ACERGS), 2º Cláudio Tome Pereira (FOA), 3º João Tadeu de Oliveira (ACERGS) e Wellmann Brito (ACERGS);
Leve-B: 1º Abner Oliveira (ADEVIRN), 2º Alex Sander Ferreira (CAIRA), 3º Wesley Carlos Palmeira (CEIBC) e Adilson Lopes (FOA);
Meio-Médio-B: 1º Glailton Winckler da Silva (ACERGS), 2º Rafael Martins dos Santos (ACERGS), 3º Rafael Siqueira Lopes (FOA) e Guilherme Teixeira (CEIBC).

Comentários:
Além do patrocínio conseguido junto à Infraero que muito ajudará o Judô Paraolímpico Brasileiro, é importante notar a melhoria dos atletas Brasileiros. Para ajudar na preparação e na dita melhora, vieram participar da competição atletas campeões Paraolímpicos da modalidade da Argentina, aumentando assim a competitividade do evento.

***

3- Seleções de Goalball são convocadas para V fase de treinamento

A terceira matéria fala sobre o treinamento da Seleção Brasileira de Goalball. Muito interessante. Confiram a matéria abaixo!

Os atletas das Seleções Brasileiras de Goalball masculina e feminina foram convocados para a realização da V Fase de Treinamento, de 19 de maio a 2 de junho.
O selecionado masculino fará os treinos no Clube Primavera, em Jundiaí (SP), enquanto as meninas do Brasil ficam concentradas na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF), em Niterói (RJ).

Esta será a primeira vez que a comissão técnica de cada equipe comandará os treinamentos sabendo os adversários que vão ter pela frente nos Jogos Paraolímpicos de Londres.

Em 2012, todas as Fases de Treinamento das Seleções de Goalball tem acontecido com o apoio do Ministério dos Esportes que, inclusive, pode efetuar novas parcerias no futuro.

Confira a lista.

Seleção masculina
Alexsander Almeida Maciel Celente (CESEC/SP)
Filippe Santos Silvestre (URECE/RJ)
José Roberto Ferreira de Oliveira (APACE/PB)
Leandro Morena da Silva (CESEC/SP)
Leomon Moreno da Silva (ABDV/DF)
Luiz Pereira da Silva Filho (CESEC/SP)
Romário Diego Marques (CESEC/SP)

Comissão técnica
Alessandro Tosim – Técnico
Jeferson Roberto da Costa – Auxiliar técnico
Diego Gonçalves Colletes – Preparador físico
Luiz Carlos dos Santos – Fisioterapeuta
Artur José Squarisi de Carvalho – Coordenador da modalidade
Hésojy Gley Perreira da Silva – Médico
Juliana Telles – Árbitra convidada
Vinícius Braga – Árbitro convidado

Seleção feminina
Ana Carolina Duarte Ruas Custodio (IBC/RJ)
Camila Bargas Gueiros Granja (APADV/SP)
Cláudia Paula Gonçalves de Amorim Oliveira (AMC/MT)
Denise Daniele Batista de Souza (ADEVIRN/RN)
Gleyse Priscila Portioli de Souza (ILITC/PR)
Jennifer Oliveira Alves (IBC/RJ)
Jéssica de Fátima Rodrigues Alves (UEEJAA/PA)
Márcia Bonfim Vieira dos Santos (APADV/SP)
Neusimar Clemente dos Santos (IBC/RJ)

Comissão técnica
Paulo Sérgio de Miranda – Técnico
Diego Gonçalves Colletes – Preparador físico
Thiago Parreira Sardenberg Soares – Fisioterapeuta
Hésojy Gley Perreira da Silva – Médico
Carla da Mata – Árbitra convidada
Thiago Magalhães – Árbitro convidado

Comentários:
É fundamental dizer, reforçando a notícia, que é a primeira vez que a Seleção treina sabendo os adversários das Paraolimpíadas. Sendo assim, os treinamentos serão mais bem direcionados estudando, inclusive, os adversários.

***

4- Abertas as inscrições para os campeonatos sul e nordeste de Goalball

Por fim, trago uma notícia sobre os campeonatos regionais de Goalball, quais sejam, o Sul e o Nordeste. Acompanhem abaixo!

Os eventos de goalball começaram a esquentar e mais dois torneios estão confirmados. Os campeonatos em si são os Regionais Sul e Nordeste. O primeiro será realizado de 6 a 8 de julho, na cidade de Porto Alegre (RS), e o segundo entre os dias 13 e 15 do mesmo mês, em João Pessoa (PB).

Para o evento no sul do país as inscrições podem ser feitas até o dia 25 de maio, enquanto para o regional na cidade nordestina as entidades podem se inscrever até o dia 1º de junho.

Para se inscreverem as entidades devem enviar a ficha de inscrição preenchida para o e-mail camilaoliveira@cbdv.org.br ou por correspondência para a sede da CBDV no Rio de Janeiro. Todas elas devem ser recebidas pela CBDV até a data limite do prazo das inscrições.

Comentários:
É importante ressaltar as datas estabelecidas para as inscrições das equipes. No regional Sul, a data é até o dia 25 de Maio. Já no Nordeste, a data limite é 1º de Junho.

Até a próxima coluna. Que Deus abençoe ricamente os meus leitores!

DIEGO CORREA

#19. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE:

1.Taxímetro on-line: http://precodotaxi.com/

Funciona mesmo, muito bom!

Aqui esta um recurso legal que só a internet poderia nos dar.

Disponível para as seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Salvador e Recife.

Além de calcular o preço (aproximado) que ficaria um táxi entre dois endereços fornecidos (rua, num. do prédio e bairro), ainda nos fornece o trajeto em detalhes (nome das ruas que o motorista deve pegar, e até se é para virar … direita ou … esquerda, quando precisa sair de uma rua e pegar outra).

Muito legal, mesmo! (serve, inclusive, para quem quer ir em carro próprio e não conhece o local de destino).

Além de dar o valor da "corrida do Táxi" ainda fornece o itinerário! Facílimo de usar!

Basta preencher os endereços de Origem e Destino, com os respectivos Bairros.

Taxímetro on-line: http://precodotaxi.com/

2. CLINICA POPULAR (Colégio Santo Inácio - Botafogo- RJ)

Olá amigos vamos ajudar a divulgar esse serviço que é totalmente gratuíto.
Sempre há pessoas que conhecemos e que podem se valer desses serviços.
Você pode não precisar, mas pode conhecer alguem que necessite

A clínica noticiada, Clinica Popular (Colégio Santo Inácio) , é obra dos ex-alunos do colégio Santo Inácio, dos jesuítas. De formação católica e humanística, esses profissionais dedicam (cada um) um tempo na semana para saírem de seus consultórios particulares e atenderem aos mais carentes. O valor cobrado nos exames destina-se às despesas com aluguel, empregados e materiais. Até o aparelho de ressonância foi comprado pelos médicos em rateio.

E EXAMES MAIS BARATOS PARA QUEM NÃO TEM PLANO DE SAÚDE - - Foi criada uma clínica de exames de diagnósticos por imagem, para atender a população de baixa renda. A Kodak, GE, e empresas da área de saúde patrocinaram este lindo projeto! É a realização de um sonho do radiologista Romeu Cortes Domingues, diretor médico de duas clínicas de radiologia, que buscou parceiros para a iniciativa. Para se ter uma idéia, os exames, que custam, na rede privada, cerca de R$ 850,00, são oferecidos por R$ 120,00 .
Repassem para todos que necessitam de ressonância magnética, ultra-som e mamografia e não podem pagar.

Rua São Clemente, 216 - Botafogo RJ - Imagem Solidária
Tel: (21) 2535-6000
Confiram o site deles: www.imagemsolidaria.com.br

DIVULGUEM !
ISSO É MUITO IMPORTANTE!
A VIDA DE ALGUÉM PODE ESTAR DEPENDENDO DISTO !

PS. Anuncie aqui: materiais, equipamentos, prestação de serviços...
Para isto, contacte a redação...

#20. FALE COM O CONTRAPONTO

CARTAS DOS LEITORES:

From: "Tatiana Regina Gonçalves"

Oi Companheiros

Tive problemas no último Contra Ponto. Estava em rtf, e ao abrir não foi possível.
Se puder me reenviar, agradeço desde já.
Este encontra sempre repleto de informações de grande relevância.

Agradeço desde já.

Tatiana Regina Gonçalves

***
Salve Tatiana,

Baixe do Portal da Associação, no linke do Contraponto:
www.exaluibc.org.br/contraponto.htm

Qq dificuldade avisa.

Valdenito de Souza - editor responsável

***

*From: "Thiago Cerejeira"

Olá,

Gostaria de me cadastrar para receber o jornal contraponto.
Sou DV e conheci o jornal, através de matéria publicada no LER PARA VER.

Grato,

Thiago Cerejeira

***

Salve Thiago,

Doravante vc fará parte do nosso cadastro.

Obrigado

Valdenito de Souza - redator

---

* Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma
mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para:
contraponto@exaluibc.org.br

* Todas as edições do Contraponto estão disponibilizadas no site da Associação dos
Ex-alunos do IBC
(exaluibc.org.br), entre no link " contraponto"

* Participe (com criticas e sugestões), ajudem-nos aprimorá-lo, para que, se transforme
realmente num canal consistente do nosso segmento.

* Venha fazer parte da nossa entidade:
Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant (existem vários desafios
esperando por todos nós).
Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas
para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais.

* Acompanhe a Associação dos Ex-alunos do I B C no Twitter: @exaluibc

* Faça parte da lista de discussão dos Ex-alunos do I B C, um espaço onde o foco é nos deficientes visuais e seu universo.
(Você pode se inscrever via site da associação: www.exaluibc.org.br)

* Solicitamos a difusão deste material na Internet: pode vir a ser útil para pessoas que
você sequer conhece.

*Redator Chefe:
Valdenito de Souza, o nacionalista místico
Rio de Janeiro/RJ

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