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Alunos de engenharia de reabilitação da UTAD querem que a profissão seja reconhecida

por Lerparaver

Numa petição entregue a 25 de Fevereiro, os estudantes reclamam o reconhecimento e condições de acesso à profissão, através da equiparação a técnicos superiores de saúde e da criação de lugares na administração pública. O Instituto Nacional para a Reabilitação, que ainda está a avaliar o documento, garante que será dado apoio ao nível da divulgação da formação da UTAD e de parcerias com as instituições públicas.

São profissionais com formação de base em engenharia, que pretendem dar melhores condições a pessoas que têm limitações.

Os primeiros licenciados em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humana da UTAD, cerca de 20, saem já em Julho. Preocupados com as saídas profissionais, um grupo de 75 alunos dos três anos da licenciatura entregou uma petição, a 25 de Fevereiro, à Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação e ao Instituto Nacional para a Reabilitação (INR).

Com este documento, os alunos pretendem mostrar que o número de licenciados em Engenharia a trabalhar no campo da reabilitação, da acessibilidade e das tecnologias de apoio é “muito reduzido” e que a prestação de serviços de apoio a pessoas com deficiência ou idosos por este profissionais ainda é “muito pouco contemplada”.

O Núcleo de Alunos de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas (NAERA) quer ver a profissão reconhecida em vários organismos, como câmaras municipais e entidades ligadas à saúde. No sector da saúde, aliás, exigem ser reconhecidos como técnicos superiores de saúde.

Querem também “que seja reconhecida a necessidade de serem criados lugares no âmbito da administração pública”, adianta Alexandra Pimenta, directora do INR, ao Canal UP, acrescentando que estão em análise as entidades públicas que deverão ser contactadas nesse sentido.

Ainda assim e porque o quadro actual da administração pública não é de alargamento, Alexandra Pimenta aponta a criação do próprio emprego como uma alternativa. “Dada a tecnologia envolvida é uma área de empreendedorismo”, sublinha.

Uma das formas de promover a profissão passa também pela divulgação da formação pioneira na Europa, leccionada na UTAD, refere a directora do INR, que assegurou o apoio nessa matéria, apesar de o documento estar ainda em fase de avaliação.

Na opinião de Alexandra Pimenta, os futuros profissionais da área não terão dificuldades de colocação no mercado de trabalho, atendendo ao carácter inovador da formação. “É um curso com futuro e sustentabilidade. Eles conseguem promover a mais-valia que esta profissão traz, tanto para os sistemas de saúde, como para a investigação. Têm um enorme potencial e são qualificados para dar condições a pessoas com limitações para que possam ter uma vida activa”, sublinha.

Os licenciados em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas estão habilitados a trabalhar em organismos públicos ou privados, colocando a tecnologia ao serviço da melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência. São vários os sectores nos quais podem trabalhar, da educação às telecomunicações, passando pela saúde e pelos transportes.

De acordo com o INR, cerca de 9% da população portuguesa sofre de algum tipo de limitação ou deficiência.

FONTE: http://www.canalup.tv/?menu=noticia&id_noticia=5093