O director do Programa Africano de Controlo da Oncocercose (APOC), Paul-Samson Lusamba-Dikassa, está desde ontem em Luanda para uma missão de avaliação de oito dias a Angola.
O objectivo da sua deslocação é encorajar a continuação dos esforços desenvolvidos pelo país e pelos parceiros da saúde para a eliminação da doença, uma vez que, segundo estimativas da APOC, cerca de 1,2 milhões de pessoas estão em situação de risco de contrair a oncocercose em Angola.
Paul-Samson Lusamba-Dikassa tem agendados encontros com agências das Nações Unidas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a direcção do Ministério da Saúde e parceiros, devendo ainda deslocar-se às províncias do Kwanza-Norte e do Bengo. Aí, vai apreciar os projectos de luta contra a oncocercose, com o envolvimento das comunidades locais.
O Programa Africano de Controlo da Oncocercose foi lançado em 1995, para eliminar a também conhecida por cegueira dos rios como um problema de saúde pública na região africana, mas as suas actividades em Angola só começaram em 2005.
Para atingir a eliminação da doença, a APOC adoptou uma estratégia que consiste no tratamento massivo na base de ivermectina, sob direcção comunitária (TIDC). A OMS assegura que a eficácia do TIDC está comprovada e está em fase de expansão, com a inclusão de outras intervenções de saúde pública, como por exemplo a distribuição de mosquiteiros tratados com insecticida de longa duração.
Com uma estimativa de aproximadamente 300 mil cegos e pelo menos um milhão de deficientes visuais, a doença dos rios é uma das principais causas de cegueira em muitos países africanos, além de também provocar infecções na pele, que se manifestam pela despigmentação e prurido persistente e insuportável.
Em Angola, a oncocercose é endémica em 50 por cento do território nacional, (9 em 18 das províncias) e em 27 por cento dos municípios (44 em 164).
O país aderiu à estratégia TIDC há sete anos e até finais de 2010 a população em risco de cegueira dos rios era estimada em mais de 1,2 milhões de pessoas. Os Projectos de TIDC operacionais são oito e têm o envolvimento de mais de 3.240 comunidades ou aldeias.
A APOC tem prestado um significativo apoio técnico, material e financeiro a Angola, através da oferta de meios de transporte e na realização dos primeiros levantamentos epidemiológicos rápidos da oncocercose (REMO), formação de mais de 200 profissionais de saúde sobre a distribuição geográfica da doença e formação de mais de 40 sobre o levantamento integrado de doenças tropicais negligenciadas, além de outras missões de assistência técnica para a concretização da estratégia de TIDC.
Fonte:
http://jornaldeangola.sapo.ao/18/0/paul-samson_avalia_accoes_de_luta_con...
16 de Julho, 2012
-
Partilhe no Facebook
no Twitter
- 1174 leituras