Está aqui

Últimos comentários

  • jfilipe comentou a entrada "Como é ver???" à 17 anos 9 meses atrás

    Olá Isabel !!

    Estou completamente de acordo contigo !! risos
    Ver é uma coisa e olhar outra !!
    Ver qualquer um pode ver, como no exemplo que citaste, alguem tá ao telefone e pergunta: tás a ver ??
    Olhar é somente com os olhos: olhar as cores, imagens, paisagens, mar, praia ... !! lol
    Portanto, os DVs podem ver sem olhar, aliás, há 1 revista com esse nome !!

    Olha, eu sou normovisual, e não fazia a menor ideia como era o mundo dos DVs (se eles viam, como eles fazem as coisas, ...), mas a determinado momento uma DV chamada Manuela (que alguns que estão aqui conhecem), convidou-me a ir a um convívio da Fraternidade Cristã de Deficientes Crónicos e Deficientes Físicos (http://www.ecclesia.pt/fcd).
    Eu aceitei o convite e fui, e começei a ir a outros convívios, até que comecei a fazer parte activa desse Movimento de Deficientes Físicos. E hoje em dia, sou coordenador da equipa de base de Santo Tirso.

    A Fraternidade ajudou-me muito mesmo .... !! Ajudou-me a ser mais pessoa ... !!
    Neste tempo, conheci muitas pessoas deficientes, nomeadamente, muitos deficientes visuais !!
    Mais tarde, conheci o Tiago Duarte (que muitos de vós conheceis) e, numa das colónias de férias, me incentivou a entrar para o querersaber e pro lerparaver !! lol
    Graças a ele e a outras pessoas, hoje em dia, tou mais sensível ao vosso mundo e, já sei explicar melhor certas coisas aos DVs !!

    Pra terminar, vou contar uma história verídica:
    A minha colega Manuela, apareceu na televisão!!
    Eles tavam a filmar a filhota e a ela e perguntaram: que roupa vai vestir à sua filha ?? De que cor é ?? ...
    Ao que ela respondeu: vou vestir umas saia beje, uma camisa branca e um casaco cor de rosa !!
    Incrível !! Como pode ser ??
    Ao que ela depois me esclareceu: ela quando vai comprar roupa pergunta ao marido ou ao filho (normovisuais), qual é a cor da peça, características, .... e ela pelas texturas fixa / lembra-se dessas características: côr, ... !!

    Isabel, dá uma vista d'olhos no meu hi5 que é
    zegalo.hi5.com
    e adiciona-me !! lool

  • Mafalda comentou a entrada "Enquanto o pau vai e vem lá vamos andando" à 17 anos 9 meses atrás

    Sou técnica de orientação e mobilidade, pelo que contacto diariamente com pessoas cegas que utilizam ou estão a aprender a utilizar uma bengala branca. A situação mais caricata que partilharam comigo - sobre as diversas confusões em torno da bengala, da sua utilidade e designação - foi a de um observador de uma pessoa cega que na terceira ou quarta vez que se cruzou com ela perguntou se existiam vestígios de ouro/prata no local que justificassem o detector de metais… É preciso ter paciência... e bom humor…

  • diogo comentou a entrada "Como é ver???" à 17 anos 9 meses atrás

    Paula escreveu:
    por exemplo se pedisse para desenhar um dia atribulado numa cidade, como faria, qual a sensaçao que passaria para o papel.... tenho
    muita curiosidade de tentar perceber o vosso mundo....

    Diogo:
    Eu dezenharia uma fénix para caracterizar o mundo dos cegos...

    Marciel disse:
    MAS PORQUE SERÁ QUE QUANDO NOS PERGUNTAM O QUE É QUE NÓZESTAMOS AVER NÓZ RESPONDEMOS QUE ESTAMOS AVER TUDO PRETO. SE NÓZ NUNCA VIMOS COMO É QUE PODEMOS DIZER
    ISSO!

    Diogo:
    Isso só se pode aplicar às pessoas que já nasceram cegas.

    Tadeu disse:
    Quando me perguntam o que vejo, digo que os meus olhos vêem exactamente o mesmo que a palma da minha mão.

    Diogo:
    Pode ser uma resposta válida visto que as pessoas que dizem serem normais fazem o inverso, ou seja, tocam nos objectos com os olhos, ouvem com os olhos, etc... Uma pessoa consegue dizer a textura de um objecto (plástico ou vidro), quando ouve um barulho em vez de voltar o ouvido para descobrir o que é olha logo para ver o que se passa (se tocar o telemóvel ou celular como é conhecido no Brasil e se não souber onde ele está começa a olhar desesperadamente), etc...

    Tadeu continuou:
    Mas podem então perguntar o que acontece quando um cego de nascença diz que num sonho vê o mar?
    Acontece que ele sonha que está à beira mar e imagina o mar como ele pensa que é ver. Certa vez eu disse à minha mãe que sonhei que vi a minha prima. Mas
    recordo-me muito bem do sonho. Eu sonhei que estava próximo da minha prima e sabia exactamente onde ela estava. Então pensei que a via.

    Diogo:
    Felizmente que os sonhos vão paralém de um conjunto de imagens. As sensações estão também presentes. Por vezes sonhamos que estamos a cair e acordamos com aquela sensação esquisita.

    Tadeu referiu:
    Mas respondendo à Patty que é o objectivo desta mensagem, se é difícil compreender o que é ser cego, muito mais difícil é um cego entender o que é ser
    normovisual.

    Diogo:
    Não concordo. Torna-se complicado comparar assim as duas coisas. Se calhar é mais fácil para uma pessoa cega entender o mundo das pessoas que dizem serem normais porque um cego está muito mais em contacto com pessoas que vêem do que o contrário.

    Tadeu escreveu:
    Quando era pequeno imaginava ver como sendo tocar com os olhos como tocava com as mãos. Mas sei que a realidade é bem diferente. A visão é
    sintética e é melhor comparável com o ouvido e não com o tato.

    Diogo:
    Depende do ponto de vista. A visão pode ser vista como se fosse o estender-se do tacto. O exemplo que dei sobre objectos de vidro ou de plástico contraria o que disseste mas o do telemóvel não...

    Sebastião disse:
    Então quero parabenizar a todos aqueles que estão enviando comentários sobre a sua pergunta , por que com certeza contribui para uma reflexão "o que é
    ver?

    Diogo:
    A sua pergunta não tem resposta. A diferença entre o ver e não ver não podem ser descritas por palavras. O ver e não ver simplesmente sente-se e vive-se.

    Isabel referiu:
    Hoje, em dia, não me resta mais nada a não ser a memória visual que tenho dessas coisas. E quando, me deparo com qualquer uma delas, sinto o que está há
    minha volta e recorro logo no imediato à minha memória visual.
    Quero com isto dizer, ver com os olhos ou com os outros sentidos, não é nada mais, nada menos, que aprender a viver!
    Temos é que viver!

    Diogo:
    Concordo plenamente com o que disse. Aliás, a memória visual é um dos maiores tesouros desta vida para uma pessoa que perde a visão.

    Sidarta escreveu:
    Agora os deficientes visuais que perderam a visão quando ja tinham uma noção de como era muitas coisas deste mundo, que esse eu me incluo, não tem curiosidade,
    pois mesmo que tivesse não teria possibilidade de participar deste mundo, visto que os normovisuais, bastam fechar seus olhos para saber como é nosso mundo...

    Diogo:
    Não concordo. Uma pessoa quando fecha simplesmente os olhos não sente a dor da perda da visão. Não sente o renascer de um novo mundo que se lhe abre... A cegueira tem uma grande beleza mas também se pode afirmar que é catastrófica.

  • MarianaJúnior comentou a entrada "CaixaDirecta - o cartão matriz não é acessível a DVs" à 17 anos 9 meses atrás

    OK! Mas isso não é acessibilidade! Isso é remedeio!

    Há pouco tempo, a CGD percebeu que havia uma camada de clientes que eram deficientes visuais e que, por isso, tinham graves dificuldades em aceder ao site. Então, e na sequência de diversas reclamações e sugestões, lá procedeu a uma correcta alteração no seu site, de modo que se pode afirmar que, hoje em dia, ele é plenamente acessível. Ou era...

    Com a obrigatoriedade de utilização do cartão matriz (que eu não contesto dadas as necessidades de segurança na utilização do homebanking), uma pessoa com deficiência visual não vai conseguir utilizar o site, pois vai sempre esbarrar com a necessidade de indicar os números pedidos os quais se encontram no tal cartão.

    Acresce que este cartão é graficamente complexo; não basta agarrarmos nele e digitalizarmos.

    Mais: tanto quanto se sabe, a CGD dispõe de um serviço em Lisboa que possui impressora braille.

    Junte-se tudo e responda-se às seguintes questões:

    - A CGD devia ou não devia enviar um cartão matriz braille ou em outro suporte aos clientes com necessidades especiais?
    - A CGD devia ou não devia questionar os seus clientes, designadamente, via e-mail e com um aviso na própria página, se queriam o cartão em outro formato que não o papel/cartão?

    A resposta a ambas as questões para mim só pode ser uma: devia e deve.

    Por isso, já enviei uma reclamação/sugestão neste mesmo sentido à CGD.

    Mariana.

  • tadeu comentou a entrada "Como é ver???" à 17 anos 9 meses atrás

    Quando me perguntam o que vejo, digo que os meus olhos vêem exactamente o mesmo que a palma da minha mão. Mas a resposta à pergunta do António é simples. Muitas vezes confronto-me com pessoas que ainda ficam mais confusas com esta resposta e então muitos cegos usam o estratagema de responder com algo que as pessoas entendem. é exactamente o que acontece com a situação que alguns cientistas dizem que os cegos de nascença vêem nos sonhos, o que é impossível. Mesmo que um cego de nascença fosse capaz de ver nos sonhos, o que não é verdade, ele não saberia que estava a ver porque não sabe o que é ver.
    Mas podem então perguntar o que acontece quando um cego de nascença diz que num sonho vê o mar?
    Acontece que ele sonha que está à beira mar e imagina o mar como ele pensa que é ver. Certa vez eu disse à minha mãe que sonhei que vi a minha prima. Mas recordo-me muito bem do sonho. Eu sonhei que estava próximo da minha prima e sabia exactamente onde ela estava. Então pensei que a via.
    No entanto, os cientistas afirmam que as zonas do cérebro responsáveis pela visão funcionam durante um sonho. O nosso cérebro é "plástico" isto é, uma parte dele que não é utilizada não é necessariamente desperdiçada e pode passar a ter outras funções. Repito que estou a falar de cegos de nascença e não de cegos tardios. Estes realmente podem sonhar que vêem, e vêem realmente nos sonhos.
    Mas respondendo à Patty que é o objectivo desta mensagem, se é difícil compreender o que é ser cego, muito mais difícil é um cego entender o que é ser normovisual. Quando era pequeno imaginava ver como sendo tocar com os olhos como tocava com as mãos. Mas sei que a realidade é bem diferente. A visão é sintética e é melhor comparável com o ouvido e não com o tato.

  • paula silva comentou a entrada "Como é ver???" à 17 anos 9 meses atrás

    ola. chamo-me paula. tou no 1º ano de arquitectura e tamos a fazer um trabalho sobre deficientes visuais, como estes sentem, vivem a realidade das cidades? como se movem nestas...por exemplo se pedisse para desenhar um dia atribulado numa cidade, como faria, qual a sensaçao que passaria para o papel.... tenho muita curiosidade de tentar perceber o vosso mundo....

  • amcsilva comentou a entrada "CaixaDirecta - o cartão matriz não é acessível a DVs" à 17 anos 9 meses atrás

    Olá Filipe, tem de pedir um ou dois olhinhos emprestados, que lhe leiam as combinações do cartão e apontar numa folhinha do Excel.

    Enfim... é a vida!

  • Luis Fernando Gutman comentou a entrada "Três dias para ver" à 17 anos 9 meses atrás

    Faço um trabalho de teatro com deficientes visuais no Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.

    É simplesmente emocionante a vida da Helen. Isso é exemplo de superação.

    Estou convicto de que a atividade teatral pode elevar a auto-estima e criar condições psicológicas para o deficiente visual ser capaz de realizar qualquer atividade. O e-mail do grupo de teatro é grupodeteatrogente@hotmail.com.

  • Filipecanelas comentou a entrada "Siminário - Emprego para todos" à 17 anos 9 meses atrás

    Olá Tadeu.
    Repito a primeira ideia que deixei no meu comentário: não conheço o caso em concrecto.
    Mas, se há coisa que em minha opinião a Acapo não pode ser acusada, é a de não fumentar o emprego por parte das pessoas cegas e amblíopes.
    Nesta situação em particular, se houveram irregularidades, cabe aos envolvidos denunciarem-nas às entidades competentes. Não é em minha opinião minimamente correcto, pôr-se em causa uma instituição só por um caso em concrecto, ainda por sima, quando o mesmo nem sequer foi mencionado.
    Quanto ao facto de não saber conduzir, relembro o que já sabes, esse é um dos requesitos exigidos para muitas profissões, e não é só para a de motorista, obviamente.

  • tadeu comentou a entrada "Siminário - Emprego para todos" à 17 anos 9 meses atrás

    Filipe, concordo ctg, mas não inteiramente. Numa situação em concreto, a pessoa em questão nem foi seleccionada para a entrevista. Concordo que a pessoa em questão não ficasse no cargo se não cumprisse os critérios relativos ao concurso. Mas ser eliminada por não poder conduzir quando o cargo nem era de motorista...
    No mais dou-te razão. Depois de uma selecção e de uma entrevista que não foi realizada, então seria coerente escolher a pessoa mais competente, fosse ela cega, amblíope ou normovisual.

Páginas



4591 a 4600 de 5293