Comentários efectuados por anónimo

Olá Filipe!

Antes de mais, peço desculpa por só agora responder ao teu post tão brilhantemente colocado aqui, e dou também os parabéns pelas respostas que já teve, as quais serviram para reforçar cada vez mais, cá dentro, os pensamentos que tenho em relação a este assunto.

Como disse alguém, cada caso é um caso e, falando um pouco no meu, posso dizer o seguinte:
os meus pais eram muito reservados comigo sobre este assunto e nunca tive ninguém da minha família que se disponibilizasse a conversar sobre o mesmo; nem os professores do São Manuel, escola onde andei, parece que também não! Olhando para trás, chego à conclusão que, talvez devido a esse facto é que, muitas vezes, de forma tímida mas insistente, é que, quando estava ao pé de uma rapariga/mulher sensual me aproximava, encostando-me a ela, como se uma envolvência se tratasse. Só comecei a deixar de ter essa mania quando andei no Centro Nossa Senhora dos Anjos, em Lisboa, onde tive oportunidade de me envolver, ainda que de forma indirecta, com alguém. Com o tempo as coisas mudaram, felizmente, para melhor, e hoje namoro e amo a minha mulher.

Um abraço para ti, deste teu amigo.

O Curso começou em março e termina em novembro. São professores que lecionam em turmas de educação especial.

Gostaria de manifestar a minha tristeza como associada da ACAPo, na medida em que à oito anos que sou associada e ainda não vi quase nada ser feito pelas pessoas cegas. Defacto é lamentável como é que uma associação deste calíbre só ajuda quem lhe convém ajudar. Infelizmente não é só na ACAPO que há jogos de interesses, é em todo o tipo de associações. Sinceramente penso que se os associados , os verdadeiros associados fizessem com que as coisas andassem para a frente talvez se esfomeçassem a notar mudanças. Enquanto não houver uma mudança de raíz nesta associação que é nossa não avançamos e o governo não nos ajudará a avançar. Sinto raiva quando me telefonaram para fazer parte de uma lista só para dizerem que têm mais um elemento e mais triste me sinto quando me telefonam para me pedirem vota na lista x. A vida custa a todos mas se não fizermos um sacrifício não avançamos e ficamos todos em casa ou então vamos pedir para o metro. Quero sinceramente desejar muito boa sorte à nova lista que ganhar e pedir que não sejam corruptos porque não é através da corrupção que vamos lá meus senhores e senhoras.

Em resposta às suas observações sobre a aparente incompatibilidade entre as novas tecnologias e o uso do Braille, devo acrescentar uma sugestão; o uso da linha Braille deve merecer a preferência em detrimento do uso do jaws. Digo isto, porque os estudos mais recentes sobre literacia e, nomeadamente, literacia Braille, alertam para a necessidade do indivíduo (normovisual ou cego) não perder o hábito da leitura diária sob pena de não receber estimulação neurológica suficiente para manter a actividade entre diversas àreas do cérebro. O Prof. Alexandre Castro Caldas (neurocientista) verificou que os indivíduos analfabetos possuíam um corpo caloso diminuído ou reduzido em tamanho. Este corpo caloso é responsável pela rápida passagem das informações entre os hemisférios cerebrais. Ou seja, à parte das dificuldades de escrita e de leitura que irão (forçosamente) surgindo, com a perda de hábitos de leitura, revelar-se-ão outras dificuldades de raciocínio inerentes à falta de estimulação cerebral das áreas envolvidas no processo de leitura.
Além do prazer da leitura feita pelo próprio que a interpreta e lhe imprime o seu próprio ritmo e sentimento, é importante lembrar que: "ouvir ler" não é LER.
Jacqueline