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Olá, Filipe!
Talvez a minha contribuição possa ajudar-te no trabalho que estás a desenvolver sobre a importância das novas tecnologias na reabilitação e inclusão das pessoas com deficiência.
Vou falar de como as novas tecnologias foram inprescindíveis para a realização dos meus estudos, comunicação e interacção com os outros, também com deficiência ou sem ela.
Sou surdocego adquirido desde os 16 anos altura em que ceguei completamente. Era surdo bilateral profundo e tinha imensas dificuldades na comunicação e interacção com os meus colegas, amigos e familiares. Além disso, nem toda a gente sabia Braille e língua gestual.
Na escola, nenhum professor estava preparado para me ensinar e eu sentia-me muito infeliz, porque queria tanto como os outros ter estudos superiores e uma vida independente...
Há 2 anos que esperava ansiosamente por um computador equipado, mas ele nunca chegou, nunca o Ministério da Educação me proporcionou os equipamentos adequados para a minha autonomia e qualidade de vida...
Foi a Gulbenkian que, sensibilizada com a minha situação e impossibilidade de continuar a frequentar escolas regulares, me disponibilizou uma linha Braille e uma impressora em Braille.
A partir daí, tive acesso aos apontamentos, às matérias e a toda a informação disponvel e acessível na Internet. No entanto, o mais importante de tudo é que os meus professores já podiam comunicar comigo, escrevendo no teclado normal onde a informação aparecia em Braille na linha Braille.Também já era possível eu fazer os testes no computador e depois os meus professores os levarem na disquete ou pen para corrigir em casa.
Foi como se muitas janelas se tivessem aberto para mim. Porque foi através das novas tecnologias específicas para pessoas cegas e surdocegas que conheci o Lerparaver e fiz boas e duradouras amizades. Criei n«nesse site o meu blogue, porque era muito acessível e finalmente podia divulgar a minha poesia, bem como trocar experiências e ideias com outras pessoas.
Com estas condições, conclui os meus estudos com muito êxito e pude dar largas à minha escrita. Muitos livros digitalizados passaram-me pelos dedos, o que foram momentos de um indiscritível prazer e os quais ajudaram-me bastante no meu desenvolvimento cognitivo.
Graças ao Supernova, à Everest e à Braille Voyager hoje posso aceder às redes sociais e a um leque muito amplo de informação útil. Já não me sinto tão sozinho e isolado do mundo, ocupo os meus tempos livres co a escrita e comunico com os meus amigos.
Considero que, sem as tecnologias assistivas, não teria sido possível sair domeu casulo de silêncio e de escuridão, interagir com os outros, realizar os meus estudos universitários, vencer muitas barreiras físicas e algumas atitudinais, ter conhecido muitas pessoas maravilhosas e dar a conhecer o meu sonho de poeta.
E, para finalizar, as tecnologias específicas podem ser a ferramenta por excelência para nós termos um emprego num tempo cada vez mais dominado pelas tecnologias da informação.
Olá Marco !
Concordo plenamente com o que dizes, e sobre o n.º de pessoas a partilharem as suas experiência, mais vale poucos e bons ! loool
Podes crer que se não somos nós a lutar pelos nossos direitos, mais ninguém o fará .... espero que todos tenhamos esta consciência !
Deixa-me só corrigir pequenos equívocos:
1. Os congressos não eram a bem dizer sobre inclusão, mas sobre outros temas, tais como: cuidados paliativos, aborto ... ou seja temas na ordem do dia, e não apenas sobre a deficiiência
2. Não eram organizados pela Fraternidade, mas sim nomeadamente pela Pastoral da Saúde, uma vez que dentro da Fraternidade não existe essa discriminação, e todos sem excepção são ouvidos .... aliás umas das boas qualidade da fraternidade é saber ouvir ... porque internamente todos sentimos as mesmas discriminações / problemas ... !
Infelizmente amigo os ditos "normais" vêm a deficiência como um problema, e não como seres humanos com sonhos, sentimentos ... ! :-(
Olá, Filipe!
Boas críticas juntaste às minhas e às da Joana, porque fundamentam o que temos aqui discutido. Pena que têm sido muito poucos que têm participado com as suas experiências no terreno da inclusão...
Tem de ser, amigo, se nós não lutarmos é que não conseguimos mesmo ter os nossos direitos respeitados! E há diversas maneiras de o fazermos, só não podemos ficar calados e deixar que nos tratem como debéis mentais!
Carago, quando é que nos dão oportunidade de termos voz activa nos congressos, seminários e outras palestras sobre inclusão? Acaso são os médicos e outros profissionais que sentem na pele o que a falta de condições e a discriminação negativa que nós semtimos na escola, no trabalho, na nossa área de residência e em todo o lado?
Diz-me se te deixaram falar nos congressos e nos seminários da Fraternidade? Ou falaram por ti e por outras pessoas sem, no entanto, perceberem o que estavam a dizer? É mais fácil falarem como se estivessem a dar uma palestra a outros especialistas do que para as pessoas vulgares que são a maioria da sociedade.
Tu e os outros da Fraternidade fizeram muito bem em bater o pé e serem também ouvidos. Muita gente que vê de fora a pessoa, forma uma ideia errada dela, e se estivermos atentos fala-se mais da deficiência do que da própria pessoa...
Já reparaste que em quase todos os discursos se fala mais da deficiência, de sintomas e causas em vez da pessoa? Ela é um problema porque a sua deficiência é uma problemática em vez de a sua inclusão ser um direito e dever de todos.
Enquanto se pensar que somos um problema para os outros resolverem, pouco se avançará na dimensão da pssoa humana a toos os níveis, porque o que nós representamos para os outros é a deficiência, um problema mais médico do que social.
Por isso, é que a nossa presença enquanto pessoas é tão fundamental para que se perceba que, apesar das limitações, SOMOS PESSOAS COM AS MESMAS NECESSIDADES, SONHOS, SENTIMENTOS E IDEAIS QUE OS OUTROS.
Abraço
Olá Joana e Marco !
Amiro-vos imenso pela vossa postura na vida, persistência, força de lutar contra tudo e todos, .... !
Eu nomeadamente na Fraternidade Cristã, aprendi que se realmente nós queremos inverter as coisas, devemos começar por estar presentes, e dizer de nossa Justiça ... !
Já por muitas vezes, eu fui representar a Fraternidade em congressos, workshops ... umas vezes acompanhado, e outras sózinho ... !
E olhem q não foi nada, mesmo nada fácil, uma vez mto nos inícios houve um congresso essencialmente para médicos, e nós eramos os únicos não médicos ou enfermeiros presentes !
Carago só falavam das pessoas ditas normais, até q nós pedimos para falar, naquela altura do debate, e batemos o pé, dissemos q não é assim, e falamos: e os deficientes ? como os tratam ?
Podem crer q aquela assembleia ficou bué a pensar em nós, mas a princípio não nos queriam deixar falar ... !
Hoje, após mtas e mtas presenças da Fraternidade, eu sinto as pessoas mais humanas e sensíveis, embora ainda haja muito caminho a percorer !
Isto tudo para dizer o quê ?
Quer queiramos quer não, a nossa presença é fundamental, seja para "bater o pé", dizer que assim tá mal, ou mesmo para elogiar progressos feitos, e para darmos o nosso testemunho !
Olá, Joana!
Tens razão, porque só lendo braille com os dedos é que aprendemos a forma correcta como se escrevem as palavras. Tive amigos cegos que escreviam as palavras como as ouviam, incluindo em língua estrangeira. Também eu prefiro ler um livro em papel do que falado, mas ambas as alternativas são muito úteis, porque quando um livro não está em braille, sempre posso ouvi-lo.
Sou licenciado em Psicologia e possuo o primeiro ano de mestrado em Psicologia da Educação, mas interrompi o segundo ano por motivos pessoais. Apenas poss dizer que uns dos motivos foi a frustração que experimentava por ser uma profissão muito visual e por eu ter algumas dificuldades auditivas, e por ser um curso com mais oferta e pouca procura e nestes tempos ter uma taxa muito alta de desemprego.
Mas mesmo assim gostei muito e considero que a Psicologia ajuda bastante nas nossas relações com os outros e a termos uma postura mais adequada nas diferentes situações e conflitos do dia-a-dia. É também podemmos ter mais conhecimentos e trabalhar com todo o tipo de profissões.
Beijos
Pois, Marco, mas eu quero mesmo aprender a ler com os dedos! Pois aprendi a ler com os olhos, mas quero fazê-lo com os dedos. Gosto mais de ler. É diferente de ouvir. Ao ouvir esquecemos o modo correto de escrever.
Que curso tiraste? E em que trabalhas?
beijo,
Joana
Olá, Joana!
Gostei muito da tua história e mão te preocupes, porque percebi tudo.
Vejo que és uma pessoa determinada e com garra, assim vai ser mais fácil aprenderes Braille e muitas coisas úteis.
Não te preocupes, isso de teres pouca sensibilidade para ler Braille é normal. Tens de estimulá-la todos os dias e, se tiveres dificuldades, hoje em dia podes fazer tudo com um leitor de ecrã e ouvir áudiolivros ou livros digitalizados que poderás requisitar na Biblioteca Nacional e na Biblioteca de Gaia.
Agrada-me saber que és professora e com muita experiência na educação de jovens com baixa-visão. Eu também já tive baixa-visão e não tinha qualquer ap Oio do Ministério da Educação, nem tão-pouco um professor de ensino especial da +área da deficiência visual. E auditiva. Mas, ao contrário dos teus alunos, eu não tive grandes complexos na altura adolescente, mesmo usando uns óculos muito graduados e horrorosos e me auxiliando de uma lupa igualmente grossa. E mesmo assim continuava a ver mal e tinham de fotoopiar-me tudo muito ampliado. Para escrever, usava um marcador preto e muito grosso e fazia as letras muito grandes.
A verdadeira vergonha que tinha não era de ser surdo e de ver bastante mal, mas de ter uma grande cicatriz na barriga em consequência de um acidente que tive aos 8 anos.
O que não aceitei foi a perda iminente da visão, porque já era muito mau não ouvir nada...
Pois, também as minhas professoras de apoio tiveram de aprender por elas próprias e muitas vezes era eu que as ajudava a descodificar os pontinhos.
Contudo, eu tinha muita necessidade de apoios e olha que o computador adptado não foi o Ministério da Educação que mo arranjou, mas os peditórios que os alunos da minha escola fizeram. E o dinheiro desapareceu misteriosamente, porque foi a Fundação Gulbenkian que deu os equipamentos que a minha escola não me queria dar quando terminasse o secundário.
Foi tudo um mistério, mas felizmente o novo director disse-me que podia levar a impressora e o erminal Braille para casa, porque eu era o único aluno cego e surdo e ia precisar deles para prosseguir os estudos universitários e também para ter um emprego e não me esquecer do que aprendi.
Fiquei muito satisfeito por teres uma qualidade que poucos professores têm, que é aprender Braille e língua gestual, porque nunca se sabe que alunos podem aparecer e seria triste deixá-lo a um canto da sala e sem oportunidade de aprender como os outros...
Foi o que aconteceu comigo e em parte tenho culpa por não ter sido mais reivindicativo, mas o mais engraçado foi que, depois de ter ficado surdocego, passei a ser mais marrão e a brilhar!
E se não tivesse sido teimoso e mostrado o que era capaz, não teriam notado e eu não teria feito o 12º ano e tirado um curso superior.
Os nossos exemplos de determinação podem ajudar bastante aqueles que se sentem menos capazes, porque também já me senti assim, mas como sou um apaixonado pela vida e um teimoso de primeira, lá fui conseguindo. E espero ajudar os outros, porque não há maior prazer do que reacender sorrisos!
Estou aqui para vos ajudar e dar a minha amizade. É isso que me faz ser útil e feliz!
Beijos
Olá, Marco!
Pois bem, a minha formação inicial é na área das Ciências, tendo sido professora durante mais de 10 anos, de alunos do 3.º ciclo e secundário, até conseguir perfazer os 5 anos de tempo de serviço, que exigia a lei, para prosseguir com o meu grande sonho!... Durante estes 10 anos, com horários incompletos e longe da família, dediquei-me de alma e coração a todos os meus alunos e, pude já contactar com um variado leque de alunos/formandos com deficiências, integrados em diversas turmas. A cada dia que passava, isso apenas aguçou ainda mais o gosto por querer chegar mais longe, na área da educação especial. E quando consegui perfazer esses 5 anos de tempo de serviço lá me inscrevi na minha especialização, onde aprendi mais algumas coisas, que tento sempre indo aperfeiçoar com formação contínua, que pago do meu bolso. Em 2006 quis aprender Braille, porque o bichinho estava cá dentro, já que também eu nasci com problemas na área da visão, que nessa altura ainda não estavam, devidamente, diagnosticados. Já tinha aprendido Língua Gestual Portuguesa, anteriormente, também. Foi quando aprendi Braille que aprendi também a trabalhar com o BrailleFácil, que te falei no outro post, do outro dia. No ano letivo seguinte fiquei colocada, em setembro (e até 31/8) com um horário de apenas 8h, a mais de 500 km de casa. Não consegui completar horário nem obter autorização da Direção Regional, para mais umas horitas. Pois bem, mas por que falo eu, desta colocação? Falo, para que o Marco possa compreender o que vou escrever a seguir... Era professora apenas de duas turmas, do mesmo ano de escolaridade. Nessas turmas tinha vários alunos com diferentes necessidades educativas especiais. Entre eles tinha o meu primeiro aluno com baixa visão, integrado numa turma e, sem qualquer apoio da educação especial. Esse meu aluno, estava ainda há poucos meses a perder visão e, estando na adolescência, se havia coisa que ele rejeitava era usar os óculos e, então as lupas isso nem se fala! Pois bem, foi um ano de trabalho duro e de muita dedicação, em que dei (e quando digo dar foi mesmo dado, porque o Ministério da Educação não teve a dignidade de permitir que esses apoios fossem pagos e, eu nem pedia que fossem pagos! Ficava feliz que me fosse contado, pelo menos o tempo de serviço...) apoio a esse aluno e ao seu irmão, que tinha o mesmo problema de visão, mas em grau muito mais avançado... Pois bem, esse meu aluno X, aprendeu algumas coisas comigo e, eu muitas mais! O irmão dele (aluno Y), que nos primeiros meses, não queria aprender Braille lá se acabou por convencer que gostaria de tentar aprender e, aprendeu. Sei que para o meu aluno X, o facto de também eu já recorrer a lupas, permitiu que, com o tempo aceitasse a deficiência que tinha. Com estes dois alunos aprendi muitas coisas, dei o que sabia e, fui estudando sozinha várias coisas para lhes poder ensinar. Fi-lo sem qualquer apoio do Estado, que nem a máquina Braille emprestou... Mas adiante, que é para que a azia não seja em demasia...
Lá continuei o meu percurso, de escola em escola, sempre com o meu objetivo dos 5 anos. Finalmente, esse dia chegou. Inscrevi-me na especialização. Aprendi algumas coisas, mas achei-as insuficientes, pelo que tenho tirado várias formações no domínio da visão.
Entretanto, já após concluir a especialização, tive a oportunidade de me dedicar a mais um conjunto de pessoas cegas e com baixa visão e, aí, aprendi muitas mais coisas, porque é no dia a dia, quando as situações nos surgem, que nos temos que adaptar a elas e tentar fazer o melhor que sabemos. Sei, que hoje, em algumas delas já faria melhor, mas também sei que só não o fiz melhor, porque não sabia fazer melhor naquele momento.
Pelo caminho tive problemas de saúde que me fizeram esquecer muito do que aprendi. Não baixei os braços e reaprendi e ainda reaprendo!
Muitas mais situações poderia relatar, mas talvez o caminho que tive que percorrer, tenha sido fundamental para aceitar com muita naturalidade o diagnóstico que me foi feito, no mês de Outubro. Agora terei que reaprender e aprender tudo mais uma vez, sem que utilize o sentido da visão. Se me parece impossível ler com os dedos? Sinceramente, parece, porque devido a um outro problema tenho pouca sensibilidade... Mas teimosa como sou. sempre, que tenho razão para o ser, sei que posso demorar muito a aprender, mas chegará o dia que o irei conseguir...
Pois bem, a minha especialização como já terás compreendido é no domínio da visão. Então, mas por que carga de água me interesso também pela área da audição? Por causa dos meus alunos e por familiares muito próximos, que têm surdez. Não quero perder a capacidade de poder comunicar com todos e de me fazer compreender por todos.
E quanto mais conhecimento se tem, mais noção temos do quão ignorantes somos.
Beijinhos para ti e, desculpa se o texto tem alguma gralha ou incorreção linguística, mas estou cansada para rever tudo o que escrevi.
Joana
Bom Dia Marco,
Xiii, esses tipos da Eletrosertec levam caro pra caramba :-(
20 do adaptador + 20 de instalação / configuração = 40 euros, ui, é mta caro
Tenta arranjar um adaptador numa loja de informática próximo de ti, se eles não tiverem encomendam, porque através da net, a gente não sabe bem como está o estado do adaptador ... !
E tenta sacar e instalar o driver !
Se não conseguires apita, ok ? lool
Abraços
Olá Joana!
Obrigado por dares força às minhas palavras e às do Professor Francisco Lima.
Fiquei curioso por te perguntar qual é a tua especialização e que com que crianças trabalhas?
As tuas críticas são cruas verdades e espero que incomodem o maior número possível de pessoas!
Eu saí do Congresso com a cabeça mais cheia de perguntas do que de respostas. Foi realmente interessante, mas podia ter tido mais divulgação e se ter cingido mais à temática da surdocegueira, porque sobre cegueira e surdez há muita literatura disponível e toda a gente sabe o que são.
Foi triste e mal não terem dado oportunidade a mais pessoas e às suas famílias de partilharem em primeira pessoa o que é ser surdocego e as dificuldades sentidas. Só me pediram para ler um poema com 10 minutos.
Teria sido super interessante ouvir testemunhos de crianças, jovens e adultos surdocegos congénitos e adquiridos para dar mais força às comunicações dos profissionais. Mas não escondo a minha indignação contra as senhoras e os senhores doutores que julgam que sabem mais de surdocegueira do que muitas famílias e pessoas surdocegas!
Os discursos são os mesmos na essência, só mudam na forma. Falou-se de inclusão, mas para pessoas cegas ou surdas, e não com as duas limitações…
A jornalista da SIC não conteve o riso quando disse que as finalidade das reportagens sobre deficiência não era criar sensação. Mas parece que o riso a traiu. É mais interessante continuar a passar a imagem do deficiente coitadinho.
Não me fez diferença a presença da primeira dama, que sim, isso interessa mais à imprensa.
Uma ideia ficou-me bem gravada na mente: todos somos diferentes, a diferença não existe só nas pessoas com deficiência, mas em todos. Somos sufocados pela normalidade e tudo o que se desvia dela é encarado como algo de muito negativo e susceptível de segregação.
A culpa está na educação e no pouco interesse na educação para a cidadania e respeito pela diversidade humana.
E nós, pessoas com deficiência, devíamos parar de pensar que a deficiência é uma fatalidade e esperar que sejam sempre os outros a tomar a iniciativa por nós.
Beijos
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