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Últimos comentários

  • Marco Poeta comentou a entrada "Um surdocego sem papas na língua" à 11 anos 6 meses atrás

    Prezado amigo Francisco,

    Fico satisfeito por alguém ter tido a coragem de comentar este post.

    Não falo só por mim, falo por muitos mais aos quais não lhes é dada a oportunidade de falar do outro lado que a sociedade desconhece. Nós também devíamos dar o primeiro passo em vez de nos conformarmos ou nos sujeitarmos!

    De discursos e projetos de inclusão estamos saturados, mas na prática pouco se tem feito. E o dinheiro que se gasta nessas coisas podia muito bem ser utilizado na aquisição de ajudas técnicas e de formações profissionais de pessoas com necessidades específicas.

    Tenho consciência que as minhas críticas vão incomodar muita gente e ainda bem! Não nos devemos calar, mesmo que isso signifique fazer inimigos, mas é nas contrariedades que se conhecem os verdadeiros amigos!

    Como o amigo Francisco disse e bem, em todo o sítio as pessoas se aproveitam das que têm uma deficiência para atingir os seus interesses, tais como poder, fama, etc. Mas, para mim, não há maior bem no mundo senão fazer o bem pelos outros. Bem que nos torna verdadeiros seres humanos em completa fraternidade.

    É preciso ter coragem para dizer o que está mal para que os mesmos erros não se repitam no futuro.

    E é preciso ter sensibilidade para estar dentro das coisas e não de conhecimentos vazios, porque só faz sentido aquilo que se experiencia com a vida!

    No entanto, com as minhas críticas não pretendo criar divisões e guerras, mas sim alertar urgentemente aqueles que têm posições para proporcionar uma vida mais equitativa e justa para as pessoas com deficiência.

    Reconheço que o tempo foi escasso no Congresso Nacional e que se abordaram várias temáticas de extrema importância, mas certos discursos ficaram aquém das expectativas de muita gente que esperava algo mais de radical. Foram muitas as promessas de inclusão, mas esperemos para ver se não irão ficar fechadas na gaveta como tem acontecido.

    Não creio que seja por falta de fundos, porque os fundos que temos recebido do Fundo Europeu e do Estado nem sempre são bem aplicados nas áreas mais prementes.

    E uma verdade: os recursos disponíveis não estão a ser aproveitados cem por cento, porque não estão acessíveis a quem deles mais precisa... Devia existir um intercâmbio entre escolas que, consoante as necessidades dos alunos, trocassem entre si os materiais disponíveis em vez de eles se encontrarem apenas disponmíveis nas metrópeles ou fechados em armários.

    Um bom exemplo disso, são os livros e os manuais em braille que ficaram encaixotados na minha escola quando terminei o ensino secundário.

    Sou a favor da ideia de doar ou emprestar material que não esteja a ser utilizado mas que terá uma grande utilidade para aqueles que não têm condições financeiras para adquirir tecnologias assistivas.

    Isso é o princípio da verdadeira solidariedade entre pessoas com deficiência.

    Sabe que para mim um surdocego é uma pessoa que não vê nem ouve em absoluto. As que ainda vêem ou ouvem o suficiente para serem autónomas são pessoas em vias de surdocegar. Sudocegar é uma palavra nova no meu vocabulário, embora há quem não concorde. Mas imagine uma pessoa ser surda total mas ter a visão estabilizada. Ela nunca surdocegará, a menos que o seu problema de visão seja degenerativo.Um dos princípios de todo o conhecimento humano é o questionamento das coisas. Longe de querer criar confusões, preocupa-me e muito a passavidade em que as sociedades vivem...

    Admiro-lhe a coragem e a forma crítica como desafia os que se julgam operários da inclusão, mas que acabam por se acomodar aos seus próprios preconceitos ou acham ser mais cómodo deixar tudo como está. É mais fácil manter as pessoas com deficiência na sua própria ignorância do que lutar ao seu lado pelos seus sonhos, sonhos de uma vida independente, de um emprego que a complete e faça sentir alguém útil e valorizada pelo seu potencial.

    Certas pessoas apregoam que somos alguma coisa graças a elas, mas a verdade é que somos nós os verdadeiros operários da nossa felicidade. Porque, ao sentirmo-nos acreditados, damos o nosso melhor e entregamo-nos de corpo e alma a qualquer oportunidade e tiramos o máximo proveito. Porque são raras as oportunidades e por isso muito preciosas.

    Queria frisar que sempre recusei ser institucionalizado e marginalizado do resto da sociedade. Frequentei escolas de ensino regular e estou orgulhoso de mim!

    Mas a minha inclusão não foi nada pacífica, porque muita gente queria institucionalizar-me e eu tive de lutar por mostrar que tinha capacidades e desejo de aprender. Apesar de ainda não ter 18 anos, já andavam a planear o meu futuro sem eu saber. Isso deixou-me furioso e exigi continuar na mesma escola, mesmo que isso significasse não ter condições nem apoios para fazer o 3º ciclo normalmente como os outros colegas...

    Foi apenas uma inclusão física, ou seja, eu estava integrado numa turma mas não tinha as mesmas condições que os meus colegas. Também tive uma certa culpa, porque não queria aprender Braille, nem exigia mais apoios.

    Foi muio difícil ingressar no secundário por falta de professor especializado e de apoios e estive quase para ficar em casa sem perspectivas de vida, porque era surdocego total (na altura ainda não ouvia com um implante coclear). Não havia um centro que me aceitasse para tirar uma formação profissional, porque só aceitavam pessoas cegas. E o único centro de surdocegos em Portugal não tinha a valência de cursos profissionais para adultos surdocegos.

    Mas parece que algumas pessoas se aperceberam do meu potencial e resolveram tentar. E não as desiludi. Claro que fui um sortudo, porque tinha uma professora de apoio só para mim, uma sala só para mim onde tinha aulas individuais, e um computador com um terminal e uma impressora Braille à minha disposição. Todas estas condições não existiram na minha escola, foi de forma gradual e lenta.

    Tenho consciência que na esmagadora maioria das escolas públicas estes apoios não existem, razão pelo qual muitos jovens surdocegos não têm a felicidade de estudar lado a lado com outros jovens sem deficiência...
    E muito menos agora que o Estado quer reduzir o número de professores e cortar nas ajudas técnicas tão indispensáveis aà formação integral das pessoas com surdocegueira ou outra...

    Sempre fui de opinião que todos temos capacidades muito diversificadas e que nem todas são aproveitadas. O que uma pessoa surdocega, por exemplo, é capaz de fazer? Se não estivermos atentos é o mesmo que estarmos cegos. Muito potencial existe mas parece dominar uma cultura que faz dos que são diferentes pessoas com menos capacidades que uma pessoa dita normal. Ideia mais estúpida, porque cada pessoa tem um potencial tão bom como o potencial de um docente, médico, mecânico, tc. Até as mais pequenas capacidades são úteis, tão úteis como ter um jardim bem cuidado, por exemplo.

    E seria muito mais vantajoso para a economia de um país empregar estas pessoas do que fazer delas dependentes do assistencialismo.

    Os meios de comunicação andam preocupados mais com as estrelas de futebol, dcom a cuscovilhice da vida dos famosos, com o poder dos bancos, com a publicidade ideológica, do que com os problemas sociais.

    Sou de opinião de que dispomos de uma ferramenta podeosíssima chamada Internet, onde através das redes sociais podemos conseguir o maior número de amigos para derrubar as barreiras, tanto arquitectónicas como atitudinais. Hoje em dia líderes políticos, religiosos e não só têm um Facebook. Até o próprio Lerparaver tem um!

    Portanto, não fiquemos à espera que os outros se mexam, mexamo-nos nós e o resto acaba por mexer-se!

    Abraço fraterno do seu amigo de luta e Verdade.

  • Francisco Lima comentou a entrada "Um surdocego sem papas na língua" à 11 anos 6 meses atrás

    Marco,

    Palavras sábias e que certamemte vão incomodar os maus profissionais e os operários da indústria da deficiência. Meus parabéns pela honestidade das palavras e clareza mental com que nos abre os olhos, ouvidos, tato e mente para o "uso" da pessoa com deficiência, inclusive no dia da luta dessas pessoas, nós.
    Assim como aí, aqui temos operários da indústria da deficiência aos montes. Eles não sabem do que falam, mas insistem falar por nós; não sabem o que passamos, mas insistem que sabem o que sentimos; eles não entendem de como as barreiras atitudinais nos afetam, mas insistem em dizer que estão ao nosso lado; eles não se dignam a nos ouvir, mas insistem em usar nosso espaço de fala, para negar-nos a voz.
    Amigo, esses operários estão por todos os lados: uns, são meros mandados e atuam como soldados em uma guerra, fazem o que são mandados, sem, contudo, saberem o que estão fazendo; outros, porém, são os generais dessa guerra, mandantes dos exércitos, covardes para fazer, mas exibicionista das medalhas que ganham pelos feitos que dizem ter feito.
    De todo dinheiro prometido para investimento na área da deficiência, se metade revertesse para a prevenção, tratamento, educação e profissionalização da pessoa com deficiência, chegando a ela, bem, aqueles operários não estariam empregados. Que operários? as pessoas operárias da indústria da deficiência. Sim, essas que estão à frente de muitas instituições ou que puxam os cordões das que estão. Exemplo disso posso dar aqui no Brasil, onde temos uma Secretaria de Direitos Humanos, em que a pessoa com deficiência é mal representada, a pesar das promeas econômicas e tudo mais. No discurso, a pessoa com deficiência é contemplada, na prática, algumas pessoas com deficiência são. E elas estão com seus cargos atrelados ao Ministério, à }Secretaria, enfim, aos poderes. Elas comem nas mãos de políticos ou fazem-lhes comer em suas mãos; elas são os próprios políticos ou almejam estar nesse meio etc.
    Abraços do amigo, igualmente sem papas na língua.
    Francisco Lima

  • camiledalla comentou a entrada "Curso de espanhol on-line grátis: pesquisa preliminar" à 11 anos 7 meses atrás

    Olá Marcus,
    Ótimo bela iniciativa!
    Parabéns aos mentores do projeto Além da visão!
    Para as pessoas que querem aprender espanhol recomendo também este site que possui cursos de espanhol online e gratuitos: http://www.cursou.com.br/idiomas/espanhol/

    Abraços!

  • camiledalla comentou a entrada "cursos on-line de línguas, acessíveis a leitores de tela " à 11 anos 7 meses atrás

    Olá,
    Eu indico o Cursou, este site é ótimo, pois todos os cursos são gratuitos. Você pode tentar nele: http://www.cursou.com.br/.

    Espero que goste!
    Abraços!

  • jfilipe comentou a entrada "Atendente do hospital de São Lourenço/MG supera deficiência visual e obtêm aprovação no exame da OAB" à 11 anos 7 meses atrás

    Caro amigo Diego,

    Mtos parabéns, mais uma vitória conseguida ! loool
    A vida é feita de pequenas votórias, e de algumas derrotas !
    Mas quem é vencedor, nunca baixa os braços, apesar de ter sido derrotado, esforça-se por victoriar, vai à luta ... !

    Grande Abraço

  • joanaguida comentou a entrada "Atendente do hospital de São Lourenço/MG supera deficiência visual e obtêm aprovação no exame da OAB" à 11 anos 7 meses atrás

    Desejo que realize os seus sonhos... e que lolo, logo, saiam do papel...

    Abraço

  • ANDRE SILVA comentou a entrada "Cabide que fala" à 11 anos 7 meses atrás

    achei muito bacana,é muito interessante mesmo galera.como faço para adiquirir esse material agora,pois ja faz um tempo após o seu lançamento ??

  • Tadeu comentou a entrada "Tarifa dois por um da Cp - publicação de uma troca de mensagens, entre mim e a empresa" à 11 anos 7 meses atrás
    CP

    A minha queixa relativa à situação que se passou comigo tb já seguiu para a CP. Aguardo agora uma resposta da parte deles.

  • diego corrêa comentou a entrada "Atendente do hospital de São Lourenço/MG supera deficiência visual e obtêm aprovação no exame da OAB" à 11 anos 7 meses atrás

    Tenho alguns projetos. Vamos ver o que vai sair do papel!

  • joanaguida comentou a entrada "Atendente do hospital de São Lourenço/MG supera deficiência visual e obtêm aprovação no exame da OAB" à 11 anos 7 meses atrás

    Parabéns, Diego!

    Agora toca a exercer. Boa sorte...

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