Comentários efectuados por Marco Poeta
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Olá!
As surpresas não páram nunca de nos surpreender, mas esta notícia surpreendeu-me particularmente, pois é mais um importante avanço na valorização do Braille e no acesso à informação visual através do tacto.
Muitos parabéns a Di Spignan e aos seus colegas pela iniciativa, muitas portas ir-se-ão abrir que antes era apenas um sonho irrealizável... As pess
oas cegas poderão sonhar mais alto, embora eu saiba por experiência própria que as tecnologias de ponta não estão ao alcance de todos pelo seu elevado custo... Mas se as instituições públicas, como escolas, bibliotecas e centros de formação colocarem à nossa disposição, isso jé ajuda muito e todos poderão usufruir dos equipamentos.
Olá, amor!
Mal li esta surpreendente notícia, fiquei super radiante e logo te pedi que a lesses também!
Legender jóias em Braille é uma iniciativa única, só lamento a exposição não ser perto de Lamego, porque senão íamos os dois um fim de semana! Ia ser muito interessante!!!
Faço coro contigo e também dou os meus parabéns pela iniciativa. Muitas Câmaras e artistas lhe deviam- seguir o exemplo!
Beijinhos grandes
Olá!
Li este documento no qual a ACAPO faz um levantamento dos problemas atuais no acesso ao emprego das pessoas com deficiência visual e apela ao combate à discriminação de que somos absurda de que somos vítimas...
As barreiras do acesso ao emprego são muitas e cabe-nos a nós defender os nossos direitos, pelo que acho nos deveríamos unir e cada um dar o seu testemunho de persistência e coragem.
Sou cego total e surdo bilateral profundo, mas graças ao implante coclear hoje posso escutar a sonoridade dos sons à minha volta. Chego ter uma conversa normal com a pessoa que está à minha frente, coisa que antes era impossível. Como surdocego sofri muito a discriminação, porque era muito difícil que me aceitassem pelas minhas limitações... Graças a Deus que hoje ouço e tenho uma vida quase normal, porque se ficasse surdocego para sempre, íria ter a vida muito limitada. E depois não existe em Portugal nenhum centro de reabilitação e de formação profissional para pessoas com surdocegueira. Nem as escolas estão preparadas, mas eu tive sorte em não ter limitações cognitivas como quase todos os surdocegos têm porque são congénitos.
Voltando ao tema do emprego. Assusta-me saber que o desemprego nos últimos anos tem aumentado e que não são cumpridas as leis de acessibilidade para as pessoas deficientes visuais. (Eu, pessoalmente, detesto dizer "deficientes", porque é muito mais estigmatizante.) Também me assusta constatar que empregar cegos é cada vez mais difícil, porque os estereótipos sociais que têm da pessoa com deficiência dificulta a sua inclusão no mercado de trabalho... Ainda por cima, os critérios de selecção e recrutamento de pessoal são os mesmos, o que dificulta o reconhecimento das competências do candidato a concurso... Por exemplo, quase nenhuma prova de avaliação psicológica está acessível para pessoas com deficiência visual, e digo-o, porque fui mestrando do curso de Psicologia da Educação e não pude fazer nada de prático na cadeira de Desenvolvimento Vocacional... Isso porque a maioria das provas exige desempenho para se avaliar as aptidões específicas, e muitas das provas são à base de imagens...
Sítios da web que deviam estar acessíveis não o estão... Seria muito mais fácil e o país venceria a crise se as pessoas com deficiência fossem menos dependentes de terceiros. É humilhante para nós dependermos de terceiros só para preencher um simples formulário do sítio web do BEP! Ah! Eu não acho que em formato pdf nós consigamos fazer o preenchimento do formulário diretamente no computador, porque o cursor entre mas não deixa escrever. Portanto, o melhor formato é o word, que é de fácil acesso e utilização.
Preparo-me para procurar emprego como formador de Braille e não sou ingénuo ao ponto de pensar que vai ser canja. Se é verdade na teoria que a lei obriga a que existam quotas para as pessoas com deficiência visual, na prática é mais difícil, talvez por falta de vontade ou porque os preconceitos continuam profundamente enraizados na mentalidade da sociedade dita inclusiva.
Há pessoas com tanta vontade de trabalhar mas que estão sem oportunidade de emprego, enquanto que outras têm trabalho mas não têm vontade de trabalhar... Triste, é mesmo triste...
Olá Mangas Petrónio!
Força aos cientistas que desafiam muitos dos estereótipos e dos mitos que existem em torno da cegueira! Esta invenção por enquanto está numa fase muito experimental, mas é assim mesmo, tudo leva um certo tempo até chegar à sua meta.
No entanto, será que este carro pensado para cegos é realmente seguro? Para isso, tinham de se fazer muitos testes e nem todos os cegos têm a mesma habilidade e destreza para guiar um carro nas cidades onde impera a habitual confusão. Não sei se o condutor cego estará limitado apenas a certos espaços nos quais possa circular com absoluta segurança... E estou agora a lembrar-me que hoje os condutores são doidos na estrada, pois andam deoressa de mais...
E será que este fantástico carro de estilo futurista identifica as passadeiras e os peões? Até que este carro possa ser comercializado, deve custar tanto, tanto, tanto que só mesmo um cego podre de rico poderia comprar um para si!
Por isso, toca a jogar no euromilhões, pode ser que tenhamos o carro dos nossos sonhos...
Achei o artigo muito bonito, parece que vamos finalmente ter todas as acessibilidades na habitação e no emprego, e vamos ter dinheiro para termos o mínimo de acessibilidade...
Mais um projecto entre mil outros projectos que ficaram na gaveta... Falta é muita vontade e sensibilidade mais da parte dos arquitectos e dos engenheiros, e para mim é injusto que tenhamos de ser nós, portadores de deficiência a pagar as favas!
Já há séculos que se podia ter feito muito pela acessibilidade, mas nós somos sempre os últimos com que se preocupam... E é preciso tantos projectos e tanta papelada e tantas medidas para se fazer algo de tão básico? Poupávamos imenso dinheiro e com ele poderíamos construir infra-estruturas que facilitassem a acessibilidade e consequentemente a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiência.
Há mesmo um caminho longo a percorrer, mas eu envergonho-me com o que já foi feito, porque é preciso tanto tempo para se fazer algo que se podia pensar e obrigar todos os edifícios a terem o mínimo de acessibilidade. Preconceitos que a sociedade e nós temos? Não me parece que o preconceito hoje em dia seja tão manifesto nos próprios portadores de deficiência, conscientes das suas dificuldades e necessidades diárias. Já há muitos na rua que não têm problema em se exporem, porque para eles é uma perda de tempo dar importância a ideias feitas muito estúpidas. Mas é claro que alguns têm vergonha da sua deficiência e têm muitos complexos, mas eu não lhes aponto o dedo. Agora a sociedade tem uma mentalidade mais aberta, mas continua a encarar a pessoa com deficiência como "diferente", o que perpetua mitos que muitas vezes são difíceis de erradicar...
No entanto, espero sinceramente que este projecto tenha sucesso na prática e que não se façam mais, que é uma verdadeira perda de tempo e de dinheiro.
Olá Filipe!
Eu não me meto nisso! eheheh!
Acho a net em geral e o Facebook em particular confusos e de fraca acessibilidade para os cibernautas cegos! E também não gosto muito de fazer amizades pela net, porque nas redes sociais entra tanta gente que não se conhece de lado nenhum, e a amizade em ambiente virtual deixa-me sempre com um pé atrás.
Não entendo a tua ideia... Nós temos o lerparaver para discutir temas da atualidade, e temos a seção das notícias, os nossos blogs de fácil utilização, e podemos partilhar informação útil e muito, muito mais!
Eu não troco o lerparaver por nada!
Abraço
Parabéns Rita!!!
Desejo-te tudo de bom e que vivas muitos e muitos anos de vida, recheados de carinho, amigos, saúde e sobretudo muita alegria!
Que os teus desejos se realizem!
Beijinhos
Olá amor!
Eu adorei o pessoal da ACAPO de Viseu, que é um grupo divertido, bem-disposto e simpático !
Graças à boa-vontade do presidente da delegação, o Dr. humberto, eu pude participar do vosso passeio a Lisboa, que incluía uma visita ao Museu dos Coches, assistir a uma peça musical de teatro e visitar as instalações da Direcção Nacional da ACAPO, onde tive a alegria de conhecer o grande atleta Carlos Lopes !
Foi fantástico!!! Quero deixar aqui o meu especial obrigado a todos pela simpatia com que me receberam e que se não tivessem sido eles, sempre um grupo animado, não teria passado os momentos mais felizes da minha vida com a Céu!
Céu, vou transferir a minha ficha de associado para a Delegação de Viseu. Porque iniciativas como esta vão ao encontro das nossas necessidades e eu não conheço outra delegação da ACAPO com iniciativas como esta...
E vai ser importante para mim aprender tudo, como cozinhar e passar a roupa a ferro e a dobrar bem. Tenho de pensar no meu futuro, né?
Abraços & beijinhos
Olá amor e restantes!
Sou cego total desde os 17 anos, altura em que consolidei a minha aprendizagem do Braille. Sou um utilizador deste magnícico sistema de leitura e escrita para cegos, e, tal como a minha namorada, quero deixar aqui o meu testemunho e opinião sobre este artigo.
Concordo que as tecnologias (sintetizadores de voz, livros digitais, áudiolivros) são, sem a menor sombra de dúvida, uma mais valia no acesso à informação. As suas vantagens são muitas, tais como, são mais baratas e de fácil aprendizagem, em oposição com as caras linhas Braille e por aprender a ler ser um processo que requer um treino continuado e muita motivação. Quando tive de aprender Braille, a parte de que menos gostava era de ler, precisamente por ser difícil no início... Mas como eu era também surdo profundo, não tinha outra alternativa para continuar os estudos e comunicar com o mundo.
Assim, sempre vivi do Braille, a única forma de saber o que se ia passando à minha volta. Além disso, adoro ler livros, e, tal como a minha namorada, prefiro ler em papel, o que dá-me um prazer enorme sentir com a ponta do dedo os pontinhos.
Entretanto, reconheço que os livros produzidos em Braille não são todos aqueles que existem em tinta e que eu desejava muito poder ler... Livros sobre ciências, enciclopédias, dicionários, literatura, arte... Por exemplo, o Centro Prof. Albuquerque e Castro do Porto, tem um número limitado de obras em Braille e existem pouquíssimas obras de Psicologia e o único dicionário de Língua Portuguesa que tem é de 1989...
Na realidade, os livros em Braille são sobretudo manuais escolares e romances. E porquê? Porque a maioria dos cegos só estuda até ao 9º ou 12º ano... Também tenho consciência de que os livros em Braille são muito dispendiosos quanto mais volumosos forem, e se os cegos começarem a referir cada vez mais os áudiolivros ou os livros digitais, a produção de livros em Braille declinará pela certa, até só sobrar um grupo minoritário de utilizadores...
Eu não tenho outro remédio senão ouvir áudiolivros ou livros digitais quando não existem em Braille... Mas continuo e continuarei a preferir estudar em silêncio com o Braille, bem como a desfrutar de um livro físico que tenho sempre à mão.
Hoje vive-se a uma velocidade louca, a quantidade sobrepõem-se à qualidade da informação, o computador e a Internet dominam a nossa vida, a crise e o desemprego estão a aumentar... E o Braille? Não existe mesmo outra forma de alfabetização dos cegos e foi graças a ele que saímos da mendicidade e da compaixão social!!!
O Braille não é o símbolo da cegueira mas sim a superação da mesma. Desafio-vos a provarem que estou enganado.
Uma última nota: os leitores de ecrã permitem o acesso ao conhecimento, mas não o desenvolvimento cognitivo das crianças, porque não são elas que lêem e que nem sequer aprendem a escrever como as outras crianças.
... a empatar o trabalho dos outros... Então, nós, portadores de deficiência, constituímos uma desvantagem ou um peso para os outros? Serão as minhas limitações ou os outros que me impedem de me realizar profissionalmente?
Os preconceitos não foram nada superados pela sociedade do século XXI! Bem sei que escolhi ser psicólogo por ser o meu sonho ir mais longe, mas esqueci a realidade, as rejeições a que estamos sujeitos, as barreiras ao mercado de trabalho... Mesmo que não consiga colocação para psicólogo, pelo menos tentei! E não vou querer ficar de braços cruzados à espera de um trabalho! Posso ser formador de Braille, por exemplo, porque para além de ter uma formação em Psicologia da Educação, sou utilizador assíduo do Sistema Braille e só precisava de um diploma para dar aulas de Braille. E faz muito mais sentido ser um professor cego a ensinar Braille do que um que enxerga. Mas não sei onde poderei tirar uma formação para ensinar Braille. Quem souber, agradecia-lhe muito que me informasse.
É preciso nunca desistir de tentar, procurando sempre uma solução. Tenho certeza que se fosse professor de Braille os meus alunos saberiam tirar toda a vantagem do Braille, aprendendo não só o Braille básico, como também o Braille para a Matemática, Informática, Literatura, Direito e Música. E com os meus conhecimentos de Psicologia ainda poderia ir mais longe e fazer os alunos verem que têm capacidades que os ajudam a superar as suas próprias limitações e a serem mais felizes.
A inclusão plena é para mim uma utopia e só será realidade quando forem todos, deficientes visuais e a sociedade em geral, se unirem por causas comuns em que todos são intervenientes e têm um papel activo.
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