Comentários efectuados por Marco Poeta
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Olá Filipe!
É uma alegria falar com uma pessoa positiva e simples como tu! Contigo podemos aprender muito, pois a luta nunca está perdida.
O teu testemunho aqui resumido é uma janela para muitos de nós, quando só vemos o problema e não a solução...
É verdade que nenhum ser humano consegue ser feliz sozinho, por muito dinheiro que tenha. Também é verdade que a sociedade se fecha ante a diversidade humana, o que é uma pena, pois só teria a ganhar e muito com ela.
Malditos sejam os preconceitos que em nada nos ajudam, relegando as pessoas com deficiência para segundo plano...
O que importa é a beleza e inteligência do espírito e não a aparência do corpo. Mas como vivemos numa sociedade de aparências, o essencial é invisível aos olhos, mas sentido pelo coração.
Há religiões ditas milagreiras que vivem do dinheiro dos mais ingénuos. Deus não precisa de dinheiro para fazer milagres, nem os milagres são exclusivos dos padres ou bruxos. Porque nós mesmos podemos fazer milagres, depende do que entendermos por milagre.
Há tantos charlatões que nos pedem elevadas quantias em dinheiro para nos curar de uma deficiência. Sei-o por experiência directa.
Hás-de reparar numa coisa: Jesus curava os deficientes, mas na verdade estava a curá-los da sua falta de fé e a dar-lhes luz para viverem com amor e sabedoria. Talvez o verdadeiro milagre acontece com quem tenha fé na vida.
E o que conseguiste é um milagre, pois ninguém acreditava que fosses capaz de ir tão longe como foste. E o que te fez ir longe, resistindo-lhes e dando o teu melhor? A fé!
Abraço
Caro Abrahão,
É importante que continuemos a viver o melhor possível apesar das nossas limitações, porque são elas que nos tornam mais fortes e sábios.
No Lerparaver e à nossa volta há tantos exemplos de superação e de ensinamentos. São as nossas limitações que nos fazem avançar na escala da evolução espiritual, e se as encararmos de forma muito negativa e desesperadora nada conseguiremos da vida, nem teremos a percepção que ainda é possível fazermos melhor por nós e pelos que nos rodeiam. Se nos escondemos e nos isolamos, estaremos a perder a oportunidade que nos foi dada para sermos felizes...
É claro que a vida tem o seu lado menos bom e que é difícil o ser humano progredir numa sociedade muito preconceituosa e materialista, mais voltada para os prazeres efémeros do corpo do que os prazeres eternos da alma do coração.
O livro que fala do Autoamor é o amor que nós devemos ter de nós próprios, não um amor narcisista de vaidade, mas da consciência do nosso valor a cada descoberta que fazemos de nós, por mais pequena que essa descoberta seja, ela não deixa de ser uma conquista feliz. Costumo dizer que a felicidade está nas pequenas coisas de cada dia e não nos grandes projectos, pois estes só se conseguem de baixo para cima e nunca de cima para baixo. Como é que você poderia construir uma casa sem os alicerces?
Para mim, o equilíbrio é quando nos encontramos em sintonia e harmonia com o nosso meio. Também os nossos sentimentos são predominantemente de serenidade e de coragem. O que é que ganhamos com o stress e a ansiedade? Com a pressa fazemos sempre alguma coisa mal e com a lentidão ou apatia deixamos a oportunidade fugir.
Se nós nos conseguimos adaptar ao mundo, com soluções tecnológicas ou adquirindo conhecimento, será mais fácil para nós vivermos com as nossas limitações, que, afinal, se não fossem elas e os amigos valiosos que temos o que existiria em nós para além do aparente?
Boa tarde.
Muito obrigado pelo contacto.
Cumprimentos.
Marco Branco
Bom dia, professor Luís Neto!
Muito obrigado pelos contactos e pelas sugestões.
Brevemente, entrarei em contacto com a ACAPO.
Desejos de um bom começo da semana!
Marco
Boa tarde, professor Neto!
Muito obrigado pelas informações que me conseguiu arranjar, as quais são, sem sombra de dúvida, uma grande ajuda.
Vou guardar os contactos e tentar resolver o problema da minha impressora.
No entanto, não sei se cobram muito caro só para desencravar o papel, o qual ficou num sítio de difícil acesso... Mesmo assim, agradeço-lhe muito pela sua disponibilidade e vontade de ajudar.
Infelizmente, estes equipamentos são muito dispendiosos, bem como o seu reparo... Se ao menos eu soubesse o sítio certo para tirar a folha presa sem danificar a impressora...
Já não é a primeira vez que a minha impressora fica encravada, mas nunca soube como desencravá-la e tenho muito receio de a estragar, pois tenho carência financeira e até ao momento não consegui o meu primeiro emprego...
Mais uma vez grato pela sua ajuda e desejos de uma boa continuação da semana!
Marco
Olá!
Depois de ler esta notícia fiquei a pesar se não era insensibilidade ou ignorância do nosso Governo. Eu também não entendo lá muito bem por que é que temos de renovar os nossos atestados de incapacidade se a nossa deficiência é definitiva... Fazia mais sentido os deficientes permamentes continuarem isentos.
Agora essa de o Fisco estar a exigir a todos os portadores de deficiência o atestado de incapacidade do novo modelo parece-me injusto, porque, segundo me disseram na junta médica, os que tinham atestados anteriores a 2009 têm até ao final do ano de 2013 para renovarem os mesmos. Até ao fim desse ano podem continuar isentos.
Também me disseram que eu não precisava de pedir relatórios médicos actualizados, porque viram logo que eu era surdocego e podia entregar-lhes relatórios anteriores para incluírem no meu novo atestado de incapacidade as minhas deficiências. O meu grau de incapacidade permanecerá inalterável, pois sou definitivo.
Faz sentido existir uma nova tabela naciomal de incapacidades, porque a antiga só contemnplava os trabalhadores que ficavam incapacitados em consequência de acidente. O atestado antigo também não referia o tipo de deficiência.
É por isso que agora estão a exigir a todos os deficientes que tenham um atestado actualizado, e eu espero que seja aplicado de forma justa. Reduzir o grau de incapacidade de uma deficiência irreversível é um disparate e uma falta de bom senso.
E quem recebe uma penssão de invalidez igual ou inferior a 200 euros não tem de fazer IRS, a menos que o Governo mude de ideias.
Olá, Daniel!
Fiquei feliz por não discriminares cegos de normovisuais, porque na essência são iguais! Não te conheço, mas gosto da tua atitude, acho que és uma pessoa sensível e que ama incondicionalmente, não importa se a pessoa é cega, o que importa é o seu interior e o que é.
Eu entendo que ela pensou que o que sentias era pena, porque muitos cegos sabem quando é por pena que os outros se lembram deles... Muitos só olham para a deficiência, pensam que deve ser penoso e ficam emocionadíssimos.
Pode ser pena o que sentimos, mas essa pena pode transformar-se em carinho e respeito. Porque no início não conhecemos a pessoa cega, tentamos imaginar a sua vida e admiramos a sua coragem. A piedade é também amor, embora seja um amor altruísta diferente do verdadeiro amor, que transcende o ser humano.
Os cegos também acham que o que os outros sentem por eles é dó, porque também têm a imagem do cego coitadinho. Afinal, os cegos também têm preconceitos, pensam que a sua cegueira é uma diminuição da sua pessoa, mas a bem dizer, no amor tudo é possível basta amar. O amor é um sentimento profundo e poderoso que precisa de um cuidado constante e de uma amizade firme.
Daniel, é normal que no início uma moça cega desconfie que é dó o que sente por ela, mas com a sua persistência e sinceridade ela acabará por emtender que a aceita incondicionalmente e que você está disposto a superar com ela todas as barreiras. É preciso que você esteja consciente que o carinho é essencial em todos os momentos, que o amor não é nenhum mar de rosas, e que é preciso que se conheçam muito bem para tudo dar certo.
Ah! Esquecia-me que uma pessoa amblíope é uma pessoa que tem baixa-visão, que enxerga e que não precisa de guia. No caso da minha companheira, ela vê o suficiente para fazer tudo sozinha. Eu também já fui amblíope, mas fui perdendo a visão e em pouco tempo fiquei cego, porque o meu problema não estabilizou e as células do olho que restavam morreram.
Abraço!
Olá, Daniel!
Não tens que agradecer, porque o prazer foi meu em ajudar-te.
Respondendo à tua pergunta. Sim, já encontrei o grande amor da minha vida e aos 27 anos. O engraçado foi que nos encontrámos no Lerparaver! No início éramos bons amigos, mas sentíamos um pelo outro algo mais profundo do que amizade. O tempo foi aumentando esse sentimento e a nossa vontade de enfrentar tudo e todos também. Porque eu sou surdocego e ela é amblíope e muitas pessoas duvidaram que conseguíamos ter uma vida a dois.
Felizmente a nossa relação tem corrido bem, faz já um ano e seis meses. Hoje vivemos juntos, temos o nosso lar e o básico para uma vida minimamente digna. O mais importante para nós é o carinho e a alegria. Eu e a Céu somos amigos, namorados, confidentes e esposos. Partilhamos alegrias e tristezas, sonhos, vitórias e derrotas. Dividimos as tarefas domésticas e ajudamo-nos mutuamente em tudo.
Daniel, o amor bate-nos à porta quanto menos esperamos! E ele é mais belo do que imaginámos! Podia ter sido apenas uma amizade, mas tive a alegria de encontrar a mulher da minha vida! Gosto dela como é: linda, doce e inteligente. Nós para sermos felizes tivémos de lutar, porque há muitas pessoas com deficiência que se deixam vencer pelos preconceitos, barreiras, pela incredulidade ou pressão das famílias, habituadas a decidir por elas... Achavam que formarmos uma família era uma loucura, porque tínhamos limitações sensoriais que achavam nos dificultariam imenso a vida. Sobretudo porque eu sou surdo e cego, e acham que eu não consigo ajudar a minha companheira. No fundo, supervalorizam as minhas limitações, esquecendo-se que com elas consegui ir muito longe, porque frequentei uma universidade e brilhei.
A Céu não se interessou por mim pela minha deficiência, mas sim pela minha sensibilidade e transparência. Não foi pelo meu aspecto físico, mas pelo meu interior e grande carinho. Nunca duvidou das minhas capacidades e do meu talento para a escrita.
Eu quando a conheci fiquei em choque, porque ela era muito bonita, compreensiva e determinada. O tempo foi testemunhando a grandeza do nosso amor, puro e mágico.
Mesmo que nós não tivéssemos as deiciências que temos que de certeza sentiríamos o mesmo um pelo outro. Aí está uma prova em como o amor não olha a deficiências, condições sociais, etc.
Um dia, também encontrarás o amor da tua vida! Não deixes de viver a tua vida com alegria e afinco, de apreciar a amizade, de ser feliz para fazeres os outros felizes.
Ficares desesperado não vale a pena. É preciso uma amizade, porque a minha relação com a Céu foi edificada com a amizade e o amor. Não foi de um dia que ficámos namorados.
Desejo-te as mlhores felicidades e que vivas com alegria, um dia, serás correspondido, vais ver!
Mantém o sorriso luminoso!
Caro Alves,
Li esta notícia com interesse e não resisti em comentá-lo.
Sou formado em Psicologia, especializado em Psicologia Educacional. Sou surdocego desde tenra idade e tive de lutar contra muitos preconceitos, um deles é a expressão "retardo mental", que infelizmente ainda hoje se utiliza muito...
No entanto, uma coisa que me deixou satisfeito foi esta pesquisa que poderá prevenir o aparecimento da deficiência mental. A Genética tem vindo a desenvolver-se de forma admirável, encontrando tratamentos para algumas doenças genéticas. Hoje já é possível reduzir os riscos da manifestação de uma doença genética, embora ela não desapareça e a pessoa continue a transportá-la.
As doenças genéticas que afetam o desenvolvimento cognitivo que são mais conhecidas é o Síndrome do X Frágil e o Autismo. O Síndrome de Down também é um bom exemplo, embora não seja tão grave como os anteriores.
Infelizmente, o presente artigo segue o paradigma médico, focando-se na deficiência e no estudo da origem da deficiência intelectual. Apesar de ainda estar no início, o caminho a percorrer é longo e muito difícil. E a Medicina sozinha jamais conseguirá proporcionar às pessoa uma melhor qualidade de vida.
Há questões éticas que podem atrasar ou questionar o avanço da ciência. Porque mexer nos cromossomas humanos pode alterar a biologia do indivíduo. Se for uma alteração positiva e que não tenha consequências secundárias negativas, tudo bem. Agora estar a usar cobaias em experiências de que pouca certeza se tem do resultado, é de condenar.
As mutações podem ser espontâneas ou induzidas por substâncias nocivas (tabaco, drogas, medicamentos e álcool). O ser a doença hereditária não é a única causa! Não é apenas a genética, mas sim a sua relação com o ambiente. Ambientes com muita poluição sonora ou stressante pode afectar o desenvolvimento cognitivo da criança no período de gestação. Ou ambientes de miséria, má nutrição, infecções, são factores de risco do aparecimento da deficiência.
Fico triste quando se utiliza neste artigo a expressão "retardado", porque muitos deficientes mentais são inteligentes, graças ao ambiente estimulante e positivo em que estão integrados. Educacionalmente, desafio todos com a ideia de que uma criança com deficiência intelectual se desenvolve melhor junto de outras crianças sem deficiência do que com crianças com a mesma deficiência. Uma das razões de tal atrevimento é a ideia de que as crianças com limitações cognitivas devem interagir com as outras crianças para a sua integração na sociedade e para o seu desenvolvimento sócioemocional e cognitivo. Vygotsky preocupou-se com o desenvolvimento das crianças com deficiência, valorizando a relação dessas crianças com as famílias e o educador/professor.
Com tudo isto que disse, quero que entendam que não é apenas a medicina que pode minorar o impacto da deficiência intelectual na vida do indivíduo, mas um conjunto de variantes ou factores, tais como, um ambiente estimulante, uma educação inclusiva e o desenvolvimento das competências que a dita sociedade normal não valoriza.
Marco Branco
Olá, Daniel!
Chamo-me Marco e sou surdocego. Entendo-te, pois já estive na mesma situação. Mas quanto menos a gente espera, o amor da nossa vida aparece!
Portanto, não percas a esperança, porque a esperança é a última a morrer!
Coragem! Não desanimes!
Cumprimentos.
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